segunda-feira, 18 de março de 2013

Missa marca o início oficial do pontificado do Papa Francisco

Continuando com gestos simbólicos, o papa Francisco determinou que sua missa inaugural, amanhã (19) de manhã, seja simplificada e encurtada, além de escolher um anel de prata em vez de ouro. A cerimônia deve reunir dezenas de milhares de fiéis diante da basílica de São Pedro e terá a participação de 31 chefes de Estado, entre os quais as presidentas Dilma Rousseff e Cristina Kirchner.
A principal mudança se refere ao abandono do latim para a leitura do Evangelho. Amanhã, a leitura será apenas em grego, língua que simboliza a "unidade das igrejas do ocidente e do oriente", conforme explicou ontem o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. 
O grego é usado em algumas missas papais como indicação de que a Igreja Católica Apostólica Romana quer se reunir às igrejas orientais, separadas pelo cisma de 1054. O patriarca turco Bartolomeu 1º, o "papa" dos cristãos ortodoxos, participará da posse - é a primeira vez que isso ocorre desde a ruptura. 
O papa escolheu ainda seu anel de pescador - alusão à ocupação de São Pedro, o primeiro papa - em prata folhado de dourado. O anel de Bento XVI e de vários outros pontífices eram fabricados principalmente em ouro. 
"O papa ama uma certa espontaneidade", afirmou o porta-voz, em seu encontro regular com a imprensa. Ele aconselhou os jornalistas a não ficarem presos apenas ao texto da homilia que será distribuída antes da missa, já que Francisco tem improvisado nas falas. 
A caminho da cerimônia, Francisco passeará a bordo do papamóvel pela praça de São Pedro para saudar os fiéis. Essa aparição está prevista para as 9h locais (5h da madrugada em Brasília). 
Para a cerimônia de amanhã, chamada oficialmente de "inauguração do ministério petrino do bispo de Roma", vieram 132 comitivas de países e organizações. Várias religiões cristãs enviaram representantes, além de muçulmanos, judeus e budistas. 
Um dos chefes de Estado é o católico Mugabe, que está proibido de entrar na União Europeia, mas foi autorizado pela Itália porque se trata de uma cerimônia no Vaticano, um Estado independente. 
Lombardi esclareceu ontem que o Vaticano não convida ninguém, mas que todos os chefes de Estado que queiram comparecer à missa são bem-vindos.
A missa está marcada para as 9:30h (horário local), 5:30h, horário de Brasília.

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