segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Rumo à Jornada Mundial da Juventude

Veja, abaixo, a reportagem da TV Integração sobre o encontro "Eis-me aqui, Senhor", ocorrido ontem, 25 de novembro, o qual, sob a coordenação de Padre Flávio e de membros de nossa paróquia, congregou nossos jovens e os de várias outras comunidades, em um clima de alegria, descontração e também, de espiritualidade.  Este encontro inicia a preparação dos jovens para a Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Rio de Janeiro, em julho de 2013.

http://g1.globo.com/videos/minas-gerais/triangulo-mineiro/mgtv-1edicao/t/triangulo-mineiro/v/catolicos-de-uberlandia-se-preparam-para-jornada-mundial-da-juventude/2262019/

domingo, 25 de novembro de 2012

Jornal Correio publica artigo sobre vocação sacerdotal em Uberlândia

Fonte: Jornal Correio de Uberlândia, edição de 25/11/2012

21 jovens de Uberlândia buscam formação para ser padres
O caminho é longo e o percurso pode chegar a 12 anos ou até mais, dependendo da maturidade da vocação de quem pretende se tornar padre. Essa vocação está relacionada à fé e aos ideais humanitários de doação e ajuda ao próximo. Embora sejam necessárias muita dedicação e abdicação, o número de padres é crescente no Brasil.
Passou de 14.198, em 1990, para 22.119, em 2010 – um crescimento de 55,7% em 20 anos, segundo dados do censo anual da Igreja Católica no Brasil de 2011. Em Uberlândia existem três seminários, sendo um diocesano e dois religiosos, com um total de 21 seminaristas.
O padre diocesano Márcio Gonçalves, da Paróquia Divino Espírito Santo do Cerrado, no bairro Jaraguá, zona oeste, explica que na Igreja Católica existem dois tipos de padres: os religiosos e os diocesanos. “Temos os padres religiosos, que pertencem a alguma congregação (como a dos padres Salesianos, Clareatianos, entre outras) ou ordem religiosa (como a dos Franciscanos ou Beneditinos) e os diocesanos, que atuam nas dioceses”, disse.
Geralmente, os padres vivem em comunidade. Os religiosos fazem votos de pobreza, obediência e castidade (abstenção de todo e qualquer ato sexual). Os diocesanos fazem votos de obediência e celibato (estado de solteiro). Feita a escolha, o jovem é encaminhado para um período de discernimento. “Ao longo de um ano ele vai avaliar sua vocação.”
Só assim poderá entrar para o Seminário Propedêutico, onde permanecerá de seis meses a um ano. Para isso, precisa terminar o ensino médio.
Quando conclui a fase inicial segue para os estudos de Filosofia e, depois, Teologia. Essa fase dura, no mínimo, sete anos. Terminada a faculdade, o seminarista passa por um estágio, pelo diaconato e só então é ordenado padre pelo bispo.
Seminário São José
O jovem Fábio Mendes, de 21 anos, de Belo Horizonte, vai se tornar padre diocesano e está no terceiro ano de Filosofia do Seminário São José, localizado no bairro Jardim Holanda, na zona oeste. Ele explica que o seminário onde mora e estuda é uma casa de formação secular que não tem um carisma específico, diferentemente das ordens religiosas que seguem o carisma de um santo. No local, moram cinco seminaristas, dois de Uberlândia e três de cidades da região.
A formação de Fábio Mendes e dos demais seminaristas se baseia nos pilares humano, acadêmico e espiritual. No dia a dia, estudam também música vinculada ao processo formativo. Eles levam de um e oito anos para serem ordenados padres. No caso deles, o uso do hábito não é necessário por ser a veste das ordens religiosas.

“Nossa vida não é peso nem sacrifício”, diz Seminarista Capuchinho

Quem se preparara para ser um padre capuchinho, além de estudar, cuida do convento onde mora, faz orações e se dedica aos trabalhos pastorais.
Davi de Souza, de Sabará (MG), de 21 anos, vive na Fraternidade São Francisco de Assis, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, no bairro Tibery, onde moram dez seminaristas, todos de outras cidades.
Os capuchinhos de Uberlândia atuam em obras sociais mantidas pela Ordem, como a Creche Santinho e a fazenda Stela Mares, que ajuda na recuperação de dependentes químicos. “A nossa realização está no serviço ao próximo. A nossa vida não é peso nem sacrifício, como muitos a veem. Temos nossas alegrias, dúvidas e sofrimentos”, disse o jovem.
Os capuchinhos seguem os princípios de São Francisco de Assis. Para sobreviver, recebem doações e trabalham. O que ganham é partilhado entre todos.
“Não somos desligados do mundo. Temos computadores, internet, recebemos visitas, temos celebrações e uma relação aberta fora da casa religiosa”, disse o seminarista Hilário Pereira, de 26 anos.
Ele está estudando Filosofia e já sonha com a ordenação, cinco anos depois de concluir o curso. “É um momento muito emocionante. Todo o sonho da missa com a família, os amigos. É muito marcante porque é a realização de um sonho que demora de 11 a 12 anos para ser concretizado.”

Cinco rapazes estudam em congregação voltada para crianças e jovens

No seminário da Congregação das Escolas de Caridade Instituto Cavanis, no bairro Chácaras Ibiporã, na zona sul, vivem seis rapazes com idade entre 21 e 26 anos. Eles são dos estados de Mato Grosso, São Paulo e Paraná. Os seminaristas Cavanis se preparam entre oito e dez anos antes de  se tornarem padres.
Em Uberlândia, os jovens trabalham com a comunidade e no Centro Educacional Cristina Cavanis, que pertence à Congregação. “Nós temos um carisma específico na formação de crianças e jovens”, disse o padre Adriano Sacardo, reitor do seminário.
Os padres Cavanis não são obrigados a usar o hábito (vestuário especial). Os votos são de pobreza, obediência e castidade. Para sobreviver, contam com doações e promoções nas comunidades onde atuam.
“A Cavanis é um tripé que reúne vida espiritual, fraterna e comunitária e a missão, mas também jogamos futebol, fazemos caminhada, participamos de encontro de jovens e da vida apostólica”, disse o padre Adriano Sacardo. Uma de suas alegrias é cantar nas missas. “Vou para o terceiro CD
gravado.”
Padre Márcio Gonçalves explica 
que há religiosos e diocesanos

Cidade tem 56 padres e 40 diáconos

Segundo a Diocese de Uberlândia, hoje na cidade existem 56 padres diocesanos, 12 religiosos e 40 diáconos permanentes, casados e ordenados. Tanto os padres como os religiosos não podem se casar. Já os diáconos permanentes podem ser solteiros, casados ou viúvos. Caso os casados se tornem viúvos, deverão permanecer celibatários.
O último censo da Igreja Católica no Brasil, de 2011, mostrou que entre 1990 e 2010 o número de padres aumentou 55,79%, de diáconos, 328,96%, enquanto o de freiras caiu 10,68%.
Segundo o bispo de Uberlândia, dom Paulo Francisco Machado, o maior interesse dos homens pela vida religiosa deve-se ao fato de o padre ainda ter visibilidade maior em seu ministério. “Enquanto a freira muitas vezes fica no convento, o padre tem visibilidade. Eu vejo muito o aspecto humano.
Vivemos numa sociedade diferente em que não se valoriza tanto a generosidade, a gratuidade, por isso há uma diminuição geral das vocações.”

sábado, 24 de novembro de 2012

Que possamos lembrar o Natal de Jesus Cristo...

Israel Belo de Azevedo

Um convite a que esqueçamos o Natal
Passeando num grande e bonito shopping center, não tive como não admirar uma belíssima árvore de Natal decorando o ambiente.
Ela impressiona pela tamanho e pela largura, ocupando todos os andares do vão do imenso shopping. De qualquer andar, pode ser contemplada.
Simulando uma árvore (com tons de floresta), há enfeites prateados por toda a sua extensão.
No andar térreo, pode-se andar no seu interior, assentar-se ou "interagir" com bonecos de famílias reunidas.
Do lado de fora, os animais nos ajudam a viajar por um mundo imaginário, o mundo do natal.
Não há como não pararmos, olharmos e até, se estivermos preparados, tirarmos uma foto.
Este foi o meu roteiro.
E aqui a história termina.
Mas é preciso continuá-la.
Afastei-me por um pouco.
Incomodou-me que os animais não imitam os da variada fauna brasileira e que as plantas não emulam as da lindíssima flora brasileira. 
Conformei-me.
A tristeza maior foi por outra razão.
Procurei na árvore algo que lembrasse o que ela queria lembrar: o Natal de Jesus Cristo.
Nada encontrei, nem mesmo as estilizadas estrelas, tão comuns. Nada.
Diante dela, todos sabem que se trata de uma árvore de natal. Mas ela está ali exatamente para nos fazer esquecer o natal de Jesus Cristo.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Bento XVI lança livro sobre a infância de Jesus

O livro final da trilogia do Papa Bento XVI sobre “Jesus de Nazaré” vai ajudar a “repensar o mistério do Natal”. Isso foi o que disse em Braga, o presidente do Pontifício Conselho da Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi. O Cardeal é um dos responsáveis pela apresentação mundial da obra.
“Este livro terá um relevo particular para os crentes, por causa do tema da encarnação, sobretudo nas proximidades do Natal, mas também tem um valor para todos, porque aborda o tema das crianças, da maternidade, da paternidade, do massacre dos inocentes, da fuga do Egito”, disse.
Segundo Dom Ravasi, os episódios abordados pelo Papa enfrentam “temas dramáticos”, que não interessam “apenas aos crentes”. O novo livro, que aborda a infância de Jesus é apresentado nesta terça-feira, 20, pelo Cardeal Ravasi e pela teóloga brasileira María Clara Bingemer. No dia seguinte, 21, será lançada em Portugal uma edição em português.
O livro vai abordar os chamados “evangelhos de infância”, sobre os primeiros anos de vida de Cristo, e é apresentado pelo próprio Papa como uma introdução aos dois livros precedentes sobre a figura e a mensagem de Cristo.
Cardeal Ravasi, um especialista no estudo da Bíblia, destaca que os evangelhos têm de ser lidos a partir da história e da literatura, mas também com um “olhar teológico” que remete para a “dimensão transcendente”.
O primeiro volume de ‘Jesus de Nazaré’ tinha sido publicado em 2007 e era dedicado ao começo da vida pública de Cristo (desde o batismo à transfiguração). A segunda parte da obra foi apresentada em março de 2011, dando destaque aos momentos que precederam a morte de Jesus e a sua ressurreição. Toda a obra começou a ser escrita no verão de 2003, antes da eleição de Joseph Ratzinger como Papa.

Informações do Portal Canção Nova.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O fim do mundo

Reflexões de Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará
Fonte: Zenit
Não é brincadeira! O mundo vai acabar! Com toda certeza, um dia Deus será tudo em todos, as coisas antigas passarão, contemplaremos o Filho do Homem vir nas nuvens com grande poder e glória (Mc 13,26). Mas... "quanto àquele dia, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai" (Mc 13,24-32).
É da segunda carta de São Pedro a recomendação: "O que esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. Vivendo nesta esperança, esforçai-vos para que ele vos encontre numa vida pura, sem mancha e em paz. Considerai também como salvação a paciência de nosso Senhor" (2 Pd 3,12-15). Aliás, já vivemos no fim dos tempos, desde que veio o Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Inaugurou-se, pela bondade de Deus, o tempo novo. Somos por ele chamados a viver nesta terra antecipando e apressando o dia de Deus (cf. 2 Pd 3,12).
Logo, nenhuma preocupação com o fim do mundo, mas muita ocupação em viver neste mundo com justiça e piedade. Quando se completar a obra, esta chegará ao seu término, será completa, chegará ao fim! Vale a pena buscar um roteiro de viagem para a caminhada nesta terra, ocupando-nos com o que constrói desde já o Reino de Deus, no qual também os seus filhos reinarão.
Temos uma virtude, que é dom de Deus recebido de presente no Batismo, a esperança, que nos dá a certeza de não estarmos num beco sem saída. Não fomos jogados neste mundo, como obra do acaso! Temos nome diante a face de Deus, somos reconhecidos e tratados como filhos e destinados à felicidade. O Pai do Céu fez este mundo como paraíso para suas criaturas, e é nossa missão lutar para que ele seja assim e para todos. Daí, faz parte da missão do cristão reconstruir, consertar, tomar iniciativa, espalhar o bem, semear por acreditar na colheita, não só aquela do final dos tempos, mas as muitas e sucessivas florações do jardim de Deus em torno a nós. Em qualquer etapa da viagem, a meta é certa!
Não perder tempo, mas preencher com amor a Deus e ao próximo cada instante da existência. Quem chega ao fim de um dia maravilhosamente cansado, depois de ter feito o bem, será feliz e realizado. Nem terá tempo para medo de escuridão ou dos inexistentes fantasmas que podem povoar a "louca da casa", a imaginação. Não terá medo da morte, pois sabe que ela um dia chegará no melhor momento da existência de cada pessoa. É que Deus, sendo Amor, colherá a flor da vida de cada filho ou filha no tempo certo, pois para ele um dia é como mil anos e mil anos como um dia (Sl 89,4). Ninguém na ociosidade! Não perder tempo!
Ao longo da estrada, há sinais oferecidos por Deus, mostrando o rumo da viagem. Pode ser o irmão caído beira do caminho, um grito que pede atenção. Ali, há que descer da montaria de nosso orgulho ou falta de tempo, derramando o óleo e o vinho do afeto (Cf. Lc 10,30-37), dando o que pudermos para que aquele que caiu seja confiado à "estalagem" chamada Igreja, a quem cabe cuidar da humanidade até o Senhor voltar! Muitas vezes será a palavra anunciada, "oportuna e inoportunamente" (2 Tm 4,2), cujo som ecoa e chega ao ouvido e ao coração. Até o Senhor voltar, sinal será a comunidade que participa da Eucaristia, enquanto espera sua vinda, clamando quotidianamente "Vem, Senhor Jesus". Na Eucaristia, torna-se presente o sacrifício de Cristo, sua Morte e Ressurreição. Mesa preparada, irmãos acolhidos, Céu que se antecipa e nos faz missionários! Acolher a todos e fazer crescer a Igreja.
Quem escolhe o seguimento de Jesus Cristo prestará atenção nos "sinais dos tempos", aprendendo com as lições de sua história pessoal e dos acontecimentos. Para dar um exemplo, ao ler ou ouvir as notícias diárias de crises, crimes ou desastres, saberá ir além dos sustos ou escândalos. Ao invés de achar que o fim do mundo está chegando, porá mãos à obra, buscando todos os meios para que o dia de amanhã seja melhor do que hoje. Será sua tarefa ir além das eventuais emoções oferecidas pelos acontecimentos, para edificar com serenidade e firmeza o futuro. Se para tanto haveremos sempre de contar com a graça de Deus, que ninguém se esqueça de que, após a criação do mundo, o cuidado com tudo o que era "muito bom" (Cf. Gn 1,1-31) foi entregue ao homem e a mulher. Responsabilidade!
Mais ainda! Quem olha ao seu redor, verá que a viagem se faz em comunhão com outras pessoas. Ninguém tem todos os dons e todas as capacidades. O apóstolo São Paulo já ensinava, comparando com o corpo a vida da Igreja (Cf. 1 Cor 12,1-31) o jeito de partilhar com os outros na aventura da existência nesta terra. Enquanto caminhamos, é bom aprender as leis da eternidade, onde Deus será tudo em todos. Partilhar os dons e os bens, superar a ganância e aproveitar todas as ocasiões para estar com os outros, construindo um mundo de irmãos. Na eternidade, não haverá luto, nem dor, egoísmo ou tristeza! É bom antecipá-la!
Assim, ouvir a Igreja que fala do fim dos tempos, será uma positiva provocação a todos os cristãos. Atenção aos avisos de trânsito na estrada do Reino definitivo: "A meta é certa!"; "Não perder tempo!"; "Acolher a todos e fazer crescer a Igreja!"; "Responsabilidade!"; "Antecipar os valores da eternidade!" Poderemos então rezar confiantes: "Senhor nosso Deus, fazei que nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas". Amém! Maranatha! Vem, Senhor Jesus! Amém!
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Por que Deus permite o sofrimento?

A liberdade é o toque maior de nossa semelhança com Deus 
Para que o homem fosse “grande”, digno, nobre, Deus o fez livre, inteligente, dotado de mãos maravilhosas, sensibilidade, vontade, memória, etc., que nem as pedras, nem as árvores e nem os animais receberam. 
A liberdade é o toque maior de nossa semelhança com Deus. Ele teve de correr o risco de nos fazer livres, para que fôssemos dignos, mesmo sabendo que a criatura poderia lhe voltar as costas; isto é, pecar e comprometer seu Plano de amor. 
Deus não poderia impedir o homem de lhe dizer Não; senão lhe tiraria a liberdade, e ele seria apenas um robô. E Deus não quis isto. Mas Deus nos deu a inteligência, como uma luz para guiar os nossos passos, e nos deu a vontade para permanecer no bem e evitar o mal. 
Ele quis fazer a criatura humana livre, como Ele, criou-o da melhor maneira possível, à sua Imagem. É a liberdade que nos diferencia dos animais, dos robôs e dos teleguiados; podemos escolher espontaneamente o rumo de nossa vida e o teor de nossas ações. E nisto podemos errar, cometendo graves danos, especialmente quando usamos mal da nossa liberdade e inteligência, desobedecendo a Deus. 
Deus nos torna livre exercitando a liberdade, vivida com responsabilidade. É Deus que nos sustenta e nos mantém vivos, mas Ele não tira a nossa liberdade. Do contrário, não haveria merecimento, nem culpa de nossa parte. Não haveria dignidade no homem. Então, por isso, Ele não quer, mas permite a morte e o sofrimento no mundo. Mas sabe o que fazer com isso. 
Aqui está o nó da questão: Deus respeitou e respeita a liberdade da criatura que lhe diz Não, embora Ele pudesse, e possa obrigá-la ao Sim – o que evitaria os sofrimentos, mas isto destruiria a grandeza do homem, que consiste em sua liberdade de opção. Sem isto o homem ficaria reduzido a um robô ou a uma marionete; não seriam mais imagem e semelhança de Deus; perderia a sua grandeza. 
Depois de dar ao homem todas essas faculdades maravilhosas, Deus lhe deu o mundo em suas mãos, para cuidar dele como um jardineiro. 
“O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo.” (Gen 2, 15). 
Se o homem não cuida desse mundo bem, se não ama os irmãos, se não obedece às leis de Deus, então dá origem à dor, e isto não é culpa de Deus. Daí surge o pecado e o mal moral, que gera também o mal físico. 
Deus não é paternalista; é Pai. Isto é, Deus não fica “passando a mão por cima” dos erros dos homens e consertando os seus estragos como fazem muitos pais; mas deixa que o homem que erra sofra as consequências do seu erro. Esta é a lei da justiça e direito que Deus segue quem erra deve arcar as consequências dos seus erros. 
Os nossos erros geram sofrimentos para os nossos descendentes também. Os filhos não herdam os pecados dos pais, mas podem sofrer por causa dos efeitos desses pecados. 
Eu sofro não só por causa dos meus pecados, mas também por causa dos pecados dos homens, de todos os tempos e lugares, especialmente daqueles que estão mais ligados a mim: parentes, amigos, etc. A humanidade é solidária. O primeiro pecado foi na origem da humanidade, o pecado original, e trouxe o sofrimento e a morte. Não era para a terra produzir espinhos e abrolhos, Deus disse a Adão; e não era pare ele tirar o pão de cada dia da terra com suor e sofrimento. Isto foi culpa do pecado do homem. A desordem do mundo, inclusive do mundo material é consequência do pecado; por isso São Paulo afirma que também a criação espera a libertação dos filhos de Deus. 
É lógico que os vícios de um pai fazem sofrer os filhos e a esposa… Assim por diante. Deus não é o culpado de nada disso, e nem deseja nada disso. A culpa é nossa mesma. 
Que culpa teria Deus, se, por exemplo, um pai irresponsável, passasse uma noite bebendo, e depois sofresse um acidente de carro e morresse por dirigir embriagado? Quem poderia acusar Deus de cruel, por ter tirado a vida de um pai, um esposo, e ter deixado órfãos e viúva? 
Se você teimar em ligar o seu ventilador em uma tomada de 220 volts, quando o manual manda ligar em 110 volts, é claro que você vai queimar o motor do ventilador. 
Isto ocorre porque você agiu contra o manual do projetista do ventilador. O mesmo se deu e se dá com o mundo e com o homem. Temos um Projetista que fez o homem e o mundo belos, organizados, harmoniosos, mas não queremos respeitar o seu “Catálogo”; então, destruímos a sua bela obra e geramos o sofrimento. 
Quando se diz que é preciso “aceitar a vontade de Deus”, diante do sofrimento e da morte, não quer dizer que foi Deus quem quis o mal, aquela tragédia, aquela doença, etc. Não. Deus não pode querer o mal. Mas Ele permite, porque não desrespeita as leis que Ele mesmo criou e, de modo especial, o nosso livre arbítrio. Deus respeita a nossa dignidade e semelhança a Ele. Deus entregou o mundo em nossas mãos. 
Se Ele ficasse nos livrando das consequências dos nossos pecados, nunca nos tornaríamos filhos maduros. 
“Deus não fez a morte nem tem prazer em destruir os viventes”, diz o livro da Sabedoria (1,13).
“Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza. É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão” (Sab 2,23).
A esperança e a confiança que o cristão tem em Deus, infinitamente sábio, fazem que ele sofra com paz; e isto não tem nada de masoquismo doentio, nem mesmo complacência na dor pela dor, pois isto não é evangélico.
Na sua Sabedoria e Bondade, infinitas, Deus achou por bem correr o risco de poder nos ver errar e sofrer. Foi o preço da nossa semelhança a Ele. 
O Criador poderia estar constantemente vigiando o mundo, de modo que nunca houvesse algum desastre ou sofrimento. Mas esse procedimento seria menos digno de Deus, que deseja dar ao homem a oportunidade de se realizar, de se tornar grande, com liberdade e nobreza.
Deus não quer retirar do homem o precioso dom da livre opção; então, deixa o homem agir. Ele escreve reto por linhas tortas.
Prof. Felipe de Aquino
Permalink: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2012/11/13/por-que-deus-permite-o-sofrimento/

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Campanha Papai Noel dos Correios começa amanhã

Fonte: Canção Nova
Nesta quarta-feira, 14, será feito o lançamento nacional da Campanha Papai Noel dos Correios 2012.

Realizada há mais de 20 anos, a campanha tem como principal objetivo responder às cartas das crianças que escrevem ao Papai Noel e, sempre que possível, atender aos pedidos de presentes daquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Nos últimos três anos, em todo o País, foram recebidos quase 4,5 milhões de cartas destinadas ao Papai Noel dos Correios. Desse total, 2.041.014 atendiam aos critérios da campanha e 71% delas, 1.459.927 cartas, foram adotadas. 
Desde 2010, os Correios estabeleceram parcerias com escolas públicas, creches e abrigos que atendem crianças em situação de vulnerabilidade social. O objetivo é que ações como desenvolver a habilidade da redação de carta, endereçar e usar o CEP e o selo postal sejam trabalhadas nas escolas por meio da carta ao Papai Noel. 
Padrinhos e ajudantes 
Disseminar o encantamento natalino por meio da campanha só é possível com a ajuda dos mais de 120 mil empregados dos Correios e da sociedade brasileira, que podem participar atuando como ajudantes ou padrinhos. Os ajudantes do Papai Noel são as pessoas interessadas em apoiar na leitura das cartas. Ler, cadastrar informações e separar são as principais atividades desenvolvidas nesta etapa. Já os padrinhos são aqueles que adotam as cartinhas, providenciando os presentes solicitados pelas crianças. 
Como funciona 
O apadrinhamento de cartas da campanha é feito da mesma maneira em todo o Brasil: as cartas enviadas pelas crianças são lidas e selecionadas pelos ajudantes. Em seguida, são disponibilizadas para adoção na casa do Papai Noel ou em outras unidades dos Correios. 
Os presentes relativos às cartas adotadas são entregues pelos padrinhos nos pontos divulgados pelos Correios para que posteriormente a entrega seja feita pela ECT. Não é permitida a entrega direta do presente e, para assegurar a observância desse critério, o endereço da criança não é informado ao padrinho. 
As datas da campanha, que podem variar em cada Estado, e as demais informações oficiais sobre o Papai Noel dos Correios podem ser obtidas na página www.correios.com.br/papainoelcorreios2012 a partir do dia 14/11 ou pelos telefones 3003 0100 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800 725 7282 (demais localidades).

domingo, 4 de novembro de 2012

Católicos, voltem!

Que neste Ano da Fé nós, católicos, possamos encontrar novas formas de chegar ao coração dos irmãos!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A Semana das Almas

Fonte: Revista Canção Nova - novembro/2012

A Igreja vive de 1º a 8 de novembro a Semana das Almas. Desde o Antigo Testamento, o povo de Deus reza pelos mortos. Na passagem bíblica 2Mac 12,46, o Espírito Santo nos admoesta: “É coisa santa e salutar lembrar-se de orar pelos defuntos, para que fiquem livres de seus pecados”.
Desde os primeiros séculos a Igreja reza pelas almas dos mortos, pois por si mesmas elas já não podem mais conseguir méritos diante de Deus. Sua purificação se dá pelas nossas orações, jejuns, esmolas e indulgências por elas. 
O Catecismo da Igreja nos lembra que: “A Igreja terrestre, desde os tempos primeiros da religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos defuntos…”(§ 958). “A nossa oração por eles [no Purgatório] pode não somente ajudá-los, mas também torna eficaz a sua intercessão por nós” (§ 958). 
São João Crisóstomo (349-407), bispo e doutor da Igreja, dizia: “Levemos-lhe socorro e celebremos a sua memória… Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer as nossas orações por eles” (1 Cor 41,15). “Os Apóstolos instituíram a oração pelos mortos e esta lhes presta grande auxílio e real utilidade” (In Philipp. III 4, pág. 62, 204). 
São Cirilo, bispo de Jerusalém (†386) e doutor da Igreja, dizia: “Enfim, também rezamos pelos santos padres e bispos e defuntos e por todos em geral que entre nós viveram; crendo que este será o maior auxílio para aquelas almas, por quem se reza, enquanto jaz diante de nós a santa e tremenda vítima” (Catequeses Mistagógicas. 5, 9, 10, Ed. Vozes, 1977, pág. 38). 
Por isso, em todas as missas a Igreja reza pelos mortos. O Papa João Paulo II nos disse: “A Igreja do Céu, a Igreja da Terra e a Igreja do Purgatório estão misteriosamente unidas nesta cooperação com Cristo para reconciliar o mundo com Deus” (Reconciliatio et poenitentia, 12). “Numa misteriosa troca de dons, eles [no purgatório] intercedem por nós e nós oferecemos por eles a nossa oração de sufrágio“(Losservatore Romano, 08/11/92, pág. 11). 
Também podemos a cada dia ganhar para as almas a indulgência plenária – que é tirar almas do purgatório, pelos méritos de Cristo, e levá-las ao Céu. Para isso, é necessária uma boa confissão, comungar, rezar pelo Papa ao menos um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória, e fazer uma das obras de piedade seguintes: 1 – Adoração ao Santíssimo Sacramento pelo menos por meia hora; 2 - Leitura espiritual da Sagrada Escritura ao menos por meia hora; 3 - Piedoso exercício da Via Sacra; 4 - Recitação do Rosário de Nossa Senhora na igreja, no oratório ou na família ou na comunidade religiosa ou em piedosa associação. Na Semana das Almas, pode-se substituir uma dessas práticas pela visita ao cemitério e rezar alguma oração pela alma da pessoa. 
Prof. Felipe de Aquino

Todos os Santos

 Fonte: CNBB
No dia primeiro de novembro comemora-se o dia de todos os santos. A santidade fascina e atrai, como o mel atrai a abelha. Todos sabem que santo é quem encontrou o caminho da felicidade verdadeira no meio das contradições da vida.
A Bíblia ensina que só Deus é santo. Ele, porém, comunica a santidade, é um Deus santificador, deseja um povo santo: "Sede santos, porque eu sou santo"(Lv. 19,2;20,26). A santidade de Jesus é idêntica à de seu Pai Santo (Jo 17,11). Jesus santifica os cristãos pela força do Espírito Santo. Ele recomenda: "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt. 5,48). Portanto, a santidade é vocação de todo cristão: "A vontade de Deus é esta: a vossa santificação"(1Tes.4,3).
Ser santo segundo a Bíblia é cumprir a vontade de Deus e assim realizar-se como ser humano. Eles não ocupam o lugar de Deus, nem são inventados pelos homens, são criaturas de Deus, a quem Ele privilegiou com mor especial, e viu este amor ser correspondido. Eles são reconhecidos como santos, porque foram amigos íntimos de Deus que os santificou. Os santos são heróis da fé vivida no amor. É o amor que santifica e salva.
No catolicismo não se adoram santos, mas se respeita e venera como amigos de Deus. Esta atitude vem da fé na ressurreição, já que, os que morrem no Senhor estão com Ele. Reinam com Ele (Ap 4,4) e intercedem por nós (Ap 5,8).
A Bíblia mostra que Deus opera milagres pela intercessão dos santos. Um exemplo é a cura do coxo operada por são Pedro e são João: "Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho isto te dou. Em nome de Jesus Cristo levanta-te e anda" (At. 3,1-9). Nos apresenta outros exemplos, afirmando que "Deus fazia não poucos prodígios por meio de Paulo" (At. 19,11-12). No entanto, Jesus é o único mediador entre Deus e os Homens: "O Pai dará a vocês tudo o que pedirdes em meu nome" (Jo15,16).
Um santo opera em nome de Jesus porque só Nele está a fonte da graça e da força. Os santos colocam em evidência a glória e santidade de Cristo, cabeça da Igreja. Pois foi Ele mesmo que afirmou: "Eu garanto a vocês: quem crer em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas" (Jo 14,12). Ninguém pode ser santificado sem entregar sua vida a Jesus presente nos irmãos. Honrar um santo é reconhecer a força transformadora da Palavra de Deus que santifica quem a aceita e a coloca em prática.
O santo é para o cristão exemplo de quem testemunhou sua fé no seguimento de Jesus. O cristão tem a alegria de abrir o álbum de família - a família na fé - e contemplar uma fileira de heróis: os santos, nossos irmãos e amigos. Conseguiram servir a Deus com fidelidade e junto de Deus pedem por nós.
Os santos formam a multidão dos que souberam permanecer despertos, alertas, livrando-se das ilusões e alienações. Foram capazes de renunciarem a si mesmos, ou seja, o seu ego, seu egoísmo suas máscaras, e fazerem a viagem que importa: a viagem para o "centro da alma", onde Deus nos espera (Jo14,23) para se revelar a nós e revelar-nos a nós mesmos. Santos e santas, rogai a Deus por nós!
Dom Pedro Carlos Cipolini - Bispo de Amparo (SP)