segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mês missionário e mês franciscano

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O mês de outubro é dedicado as missões, e justamente é com Santa Terezinha, a padroeira das missões, que o mês se inicia, ela que foi a grande missionária sem ao menos ter saído de seu Mosteiro. Do mesmo modo, rememoramos o grande missionário, o missionário da Paz, São Francisco de Assis. Esta duas personalidades presentearam o mundo com suas vidas autenticamente radicais testemunhas da vivência da Boa-Nova. 
Santa Terezinha do Menino Jesus nasceu na França em Alençon no ano de 1973. Ainda muito jovem pediu ao seu pai que gostaria de ser religiosa no mosteiro das Carmelitas de Lisieux, no entanto, devido a sua idade não lhe era permitido. Então, foi até o Santo Padre para pedir permissão, este por sua vez concedeu-lhe esta dádiva. Ao ingressar no Mosteiro Carmelita dedicou toda a sua vida em função de uma vivência na simplicidade evangélica. Seguindo a tradição carmelita, descobriu a pequena via da infância espiritual, inspirada na simplicidade, na humildade e na confiança total no amor misericordioso do Pai celestial. A este modo de viver, ela tentou inculcar especialmente nas noviças do seu mosteiro. 
A pequenina do menino Jesus ofereceu toda a sua vida ao ideal missionário, e é por esta razão que ela foi proclamada padroeira das missões. Quando esteve enferma rejeitou os cuidados médicos para que por meio das suas dores pudesse unir-se ao Cristo crucificado em favor das missões do mundo todo. E, é por isso que ao iniciar o mês de Outubro a Igreja conclama a todo cristão a unir-se ao ideal missionário de Santa Teresa do Menino Jesus. 
São Francisco, dentro desta mesma perspectiva, também, dedicou-se a ser missionário. A Legenda dos Três Companheiros nos relata que quando a primitiva comunidade dos frades menores chegou ao numero de oito irmãos Francisco enviou-lhes aos quatro cantos do mundo e lhes exortou acerca do “modo” de como se devia ir. 
Francisco estando cheio de Espírito do Senhor disse a seus irmãos: 
“Consideremos, Irmãos caríssimos, nossa vocação pela qual, misericordiosamente nos chamou Deus, não apenas para nossa salvação, mas para a de muitos, a fim de irmos pelo mundo exortando todos, mais pe¬lo exemplo que pela palavra, a fazerem penitência de seus pecados e se recordarem dos mandamentos de Deus. Não temais por serdes poucos e parecerdes ignorantes, mas com segurança anunciai com simplicidade a penitência, confiando no Senhor que venceu o mundo; ele, com o seu espírito fala por vós e em vós, a fim de exortar a todos a que se convertam a ele e observem seus mandamentos. Encontrareis alguns homens fiéis, mansos e benignos que, com alegria, receberão a vós e a vossas palavras, e muitos outros infiéis, soberbos e blasfemos que, com injúrias, resistirão a vós e ao que direis. Proponde, pois, em vossos corações, suportar tudo com paciência e humildade”. 
O homem de Assis, assim como, Terezinha do menino Jesus, soube auscultar o chamamento do Senhor a Salvação, no entanto, não foi egoísta, desejou que muitos outros fossem salvos e conhecessem a mensagem do Amor ensinada pelo Senhor. 
Ir pelo mundo, na concepção franciscana denota um “modo” de ir, este modo é o da Paz, é justamente isto que o Senhor ao enviar os setenta e dois discípulos exortou-os: “Em qualquer casa que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ ”(2) 
Francisco não só desejava que seus irmãos pudessem ir pacificamente pelo mundo, mas que pelo exemplo evangelizasse, e assim, conclamasse a todos a fazer penitência e recordar os mandamentos. (Lembrando que recordar é viver.) O Pobrezinho de Assis, também advertiu seus confrades que não temesse tal missão e com segurança e simplicidade, confiantes em Deus pudesse anunciar a mensagem salvadora. 
Os irmãos estando cientes de que na missão iriam encontrar pessoas fiéis e infiéis, mansos e soberbos, benignos e blasfemos, os quais iram recebê-los uns com alegria e outros com injurias, porém quando estando confiantes no Sumo Bem com o propósito firme suportaria tudo com paciência e humildade. 
O missionário da Paz, como nos ensina Francisco, é todo aquele que se abre a ação divina e permite que o Senhor “com o seu espírito fale por vós e em vós”. O Reino de Deus é anunciado desta maneira, simples e sutil, para tanto, Cristo nos convida a rogar ao dono da messe que envie mais operários para sua messe, pois “a messe é grande, mas os operários são poucos.” 
Francisco de Assis nos exorta a vivermos, hoje, como missionários da paz, assim como viveu Santa Terezinha. O mundo necessita que sejamos instrumentos da paz, e por isso Francisco e Terezinha nos aponta a direção. Que neste mês missionário possamos nos comprometer com a missão do Senhor a de Anunciarmos a Paz e sermos missionário onde quer que estejamos. 
Que a paz esteja em sua casa! 
Frei Osvaldo Maffei, OFM 

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