Na homilia deste Domingo de Ramos, o Papa Francisco ofereceu um conselho para seguir o caminho de Jesus: a humildade e a renúncia ao egoísmo, ao poder e à fama.
“O caminho do serviço, da doação, do esquecimento de nós próprios. Podemos encaminhar-nos por esta estrada, detendo-nos nestes dias a contemplar o Crucificado: é ‘a cátedra de Deus’, para aprender o amor humilde, que salva e dá a vida, para renunciar ao egoísmo, à busca do poder e da fama”.
“Com a sua humilhação, Jesus convida-nos a caminhar por esta estrada. Fixemos o olhar n’Ele, peçamos a graça de compreender pelo menos algo da sua aniquilação por nós; e assim, em silêncio, contemplemos o mistério desta Semana”, concluiu o Papa.
No início de sua homilia, o Papa disse que “fizemos nosso aquele entusiasmo: agitando ramos de palmeira e de oliveira, exprimimos o nosso louvor e alegria e o desejo de receber Jesus que vem a nós”.
“como entrou em Jerusalém, assim deseja entrar nas nossas cidades e nas nossas vidas. Como fez no Evangelho – montando um jumentinho –, Ele vem a nós humildemente, mas vem ‘em nome do Senhor’: com a força do seu amor divino, perdoa os nossos pecados e reconcilia-nos com o Pai e com nós mesmos”.
Francisco assegurou, naquela ocasião “nada poderia deter o entusiasmo pela entrada de Jesus” e pediu que “nada nos impeça de encontrar n’Ele a fonte da nossa alegria, a verdadeira alegria, que permanece e dá a paz; pois só Jesus nos salva das amarras do pecado, da morte, do medo e da tristeza”.
“Entretanto a Liturgia de hoje ensina-nos que o Senhor não nos salvou com uma entrada triunfal nem por meio de milagres prestigiosos”, assinalou a seguir.
Por sua vez, Francisco recordou que “Jesus aniquilou-Se a Si mesmo: renunciou à glória de Filho de Deus e tornou-Se Filho do homem, solidarizando-Se em tudo conosco – que somos pecadores – Ele que é sem pecado. E não só… Viveu entre nós numa ‘condição de servo’”.
Então, Ele nos mostrou, “com o exemplo, que temos necessidade de ser alcançados pelo seu amor, que se inclina sobre nós; não podemos prescindir dele, não podemos amar, sem antes nos deixarmos amar por Ele, sem experimentar a sua ternura surpreendente e sem aceitar que o verdadeiro amor consiste no serviço concreto”.
“Humilhado na alma com zombarias, insultos e escarros, sofre no corpo violências atrozes: as cacetadas, a flagelação e a coroa de espinhos tornam irreconhecível o seu aspeto. Sofre também a infâmia e a iníqua condenação das autoridades, religiosas e políticas: é feito pecado e reconhecido injusto”.
O Bispo de Roma também disse que Jesus “para ser solidário conosco em tudo, na cruz experimenta também o misterioso abandono do Pai”.
“Suspenso no patíbulo, além da zombaria, enfrenta ainda a última tentação: a provocação para descer da cruz, vencer o mal com a força e mostrar o rosto dum deus poderoso e invencível. Mas Jesus, precisamente aqui, no ápice da aniquilação, revela o verdadeiro rosto de Deus, que é misericórdia”.
Portanto, “se é abissal o mistério do mal, infinita é a realidade do Amor que o atravessou, chegando até ao sepulcro e à morada dos mortos, assumindo todo o nosso sofrimento para o redimir, levando luz às trevas, vida à morte, amor ao ódio”.
O Santo Padre também explicou que “Ele renunciou a si mesmo por nós” e exclamou: “Quanto nos custa renunciar a alguma coisa por Ele e pelos outros!”.
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