Fonte: Catequese Hoje
Um fato
Certa vez, alguém convidou um agente de pastoral para um trabalho ecumênico junto com a Igreja Metodista e ele respondeu: “Não me meto nessas coisas porque sou católico!”
Pode ser que fosse mesmo católico, mas era pelo menos um católico que desconhecia o que a sua própria Igreja ensina sobre o relacionamento e a colaboração com outros cristãos.
O católico deve ser ecumênico
Ser ecumênico, hoje, na Igreja Católica, não é decisão opcional de gente avançada em busca de novidades. É parte integrante da doutrina da Igreja. Se alguém duvida, leia com cuidado o que dizia o Papa João Paulo II: ...“o ecumenismo, o movimento a favor da unidade dos cristãos, não é só uma espécie de apêndice, que se vem juntar à atividade tradicional da Igreja. Pelo contrário, pertence organicamente à sua vida e ação, devendo, por conseguinte, permeá-la no seu todo” ...(Ut Unum Sint 20)
Poderíamos dizer com outras palavras: nós, católicos, não escolhemos ser ecumênicos apesar de sermos católicos, nem fazemos disso uma preferência particular, à margem da nossa participação na Igreja; somos ecumênicos exatamente por sermos católicos. E ao termos tal atitude, estamos seguindo orientações já antigas, que vêm do Concílio Vaticano II (1962-1965):
“Este Sagrado Concílio exorta todos os fiéis a que, reconhecendo os sinais dos tempos, solicitamente participem do trabalho ecumênico” (Unitatis Redintegratio, 4).
Alguns, com certa razão, haveriam de perguntar: “Não haveria riscos aí? Como vamos ser ecumênicos se ninguém nos preparou para isso? Tanta gente nem sabe muito bem a doutrina fundamental da Igreja Católica, e agora temos que entrar em diálogo com Igrejas diferentes? Vai dar a maior confusão!... “
O tempo urge!
É verdade que outras prioridades têm capturado a atenção da nossa Igreja e poucos se preocupam em nos dar elementos para lidar com a exigência do ecumenismo. Mas, a cada dia que passa, torna-se mais urgente capacitar leigos e clero para essa aproximação fraterna, desejosa de paz.
Nosso mundo moderno, urbano, pluralista, nos coloca todo dia em contato com pessoas de outras denominações religiosas. O cotidiano nos apresenta situações que exigem uma tomada de posição.
Esse posicionamento, é claro, será um tanto diferenciado, de acordo com o grau de afinidade que tivermos com outros grupos religiosos. Por exemplo, estamos muito próximos das Igrejas ortodoxas. As chamadas Igrejas protestantes históricas também não nos são estranhas. Com várias delas já há entendimentos em nível oficial e participação conjunta em organismos ecumênicos. Mas com algumas Igrejas pentecostais a dificuldade é maior.
E temos também que exercer o devido espírito crítico quando algum grupo religioso se estabelece com intenções mais questionáveis, se houve sinais de manipulação interesseira dos sentimentos do povo.
É chegado o tempo de mudar de atitude
É chegado o tempo de mudar de atitude, de buscar o diálogo em vez de preparar para a guerra. A mudança nos trará um outro enorme benefício, além da própria paz, da concórdia, do respeito mútuo, da fraternidade, da humildade, que são sempre coisas ótimas! É que, para conversar em paz com os de fora, vamos ter que conhecer melhor o que a nossa Igreja crê. Ou seja: para sermos ecumênicos teremos que ser melhores católicos.
Para refletir
Qual a sua experiência com outras Igrejas cristãs? Foi positiva?
Pode-se ser ecumênico sem conhecer bem a sua própria religião? O que isso tem a ver com a catequese?
Inês Broshuis (Texto extraído e adaptado do subsídio "Diálogo e Ecumenismo" da Catequese do Regional Leste 2)
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