Fonte: Rádio Vaticano
O tema do Dia Mundial do Enfermo 2015 nos convida a meditar a frase do livro de Jó: «Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo». Em sua mensagem, o Papa Francisco fez a reflexão na perspectiva da «sapientia cordis», da sabedoria do coração.
Mensagem 2015
Sabedoria do coração, escreve o Pontífice, é servir o irmão. Jó evidencia a dimensão de serviço aos necessitados por parte de Jó, homem justo que tem autoridade e ocupa um lugar de destaque entre os anciãos da cidade. A sua estatura moral se expressa no serviço ao pobre que pede ajuda, bem como no cuidado do órfão e da viúva. Isto consta no capítulo 29.
Sabedoria do coração é também estar com o irmão. Francisco aponta que “o tempo gasto junto do doente é um tempo santo”. E ainda, “sabedoria do coração é sair de si e ir ao encontro do irmão. Às vezes, o nosso mundo esquece o valor especial que tem o tempo gasto à cabeceira do doente, porque, obcecados pela rapidez, pelo frenesi do fazer e do produzir, esquecemos a dimensão da gratuidade, do prestar cuidados, do encarregar-se do outro”.
Enfim, o Papa aponta que “sabedoria do coração é ser solidário com o irmão, sem o julgar”. No segundo capítulo de seu livro, Jó narra que seus amigos ficaram sentados no chão, ao lado dele, sete dias e sete noites, sem lhe dizer palavra, pois viram que a sua dor era demasiado grande. Dentro de si mesmos, os amigos de Jó escondiam um juízo negativo acerca dele: pensavam que a sua infelicidade fosse o castigo de Deus por alguma culpa dele. Francisco diz que “a verdadeira caridade é partilha que não julga, que não tem a pretensão de converter o outro; está livre daquela falsa humildade que, fundamentalmente, busca aprovação e se compraz com o bem realizado”.
E na conclusão, afirma que “mesmo quando a doença, a solidão e a incapacidade levam a melhor sobre a nossa vida de doação, a experiência do sofrimento pode tornar-se lugar privilegiado da transmissão da graça e fonte para adquirir e fortalecer a ‘sabedoria do coração’. Também as pessoas imersas no mistério do sofrimento e da dor, se acolhido na fé, podem tornar-se testemunhas vivas duma fé que permite abraçar o próprio sofrimento, ainda que o homem não seja capaz, pela própria inteligência, de o compreender até ao fundo.
O Papa e a Pastoral da Saúde
No Vaticano, as questões relacionadas à saúde estão a cargo do Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde criado em de 11 de fevereiro de 1985. A instituição, presidida atualmente pelo Arcebispo polonês Zygmunt Zimowski, tem como fins estimular e promover o trabalho de formação, de estudo e de ação no campo sanitário junto as várias organizações internacionais católicas.
O Pontifício Conselho organiza a cada ano as celebrações do Dia Mundial do Enfermo, sempre em 11 de fevereiro, dia dedicado a Nossa Senhora de Lourdes padroeira dos enfermos. Neste Dicastério, trabalha uma religiosa brasileira, Juliana Resende, que acaba de professar seus votos perpétuos na sede da Congregação das Servas do Plano de Deus, em Lima. Pela primeira vez, Irmã Juliana participa do Programa Brasileiro, explicando como nasceu esta iniciativa e com que objetivos.
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