Durante viagem pela Itália, o Papa Francisco protagonizou mais uma cena inusitada, enquanto passava de carro por uma estrada, com sua habitual escolta.
Como de costume, o Papa estava passando lentamente, com seu vidro aberto. E acenava para as pessoas que estavam à beira da estrada. Até que em determinado momento ele vê uma família com um jovem deficiente. No mesmo instante pede para o motorista parar e ele desce do carro. Veja abaixo o que aconteceu depois.
segunda-feira, 30 de junho de 2014
quarta-feira, 18 de junho de 2014
Tão Sublime Sacramento!
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo (SP)
A solenidade de Corpus Christi nos coloca diante do grande tesouro da Igreja, a Eucaristia. Todos os domingos celebramos, e também todos os dias; desta vez, porém, nossa atenção concentra-se sobre o próprio Mistério da Eucaristia; acolhendo mais uma vez este dom inefável, adoramos, agradecemos, louvamos e nos alegramos no Senhor.
Os textos da liturgia de Corpus Christi fazem menção a diversos significados e percepções da fé da Igreja na Eucaristia. É “memorial” da paixão, instituída por Cristo na última ceia, pouco antes de padecer a cruz. As palavras de Jesus dão significado ao gesto da entrega do pão e do vinho aos apóstolos: “é meu corpo entregue por vós; é meu sangue, derramado por vós”.
Jesus refere-se àquilo que aconteceria logo em seguida: ele se entregou “por” nós sobre a cruz, em nosso favor; seu sangue derramado é redentor, como para os hebreus, no Egito, foi o sangue dos cordeiros pascais, untado nos umbrais das portas. A última ceia de Jesus com os apóstolos era a ceia da Páscoa judaica, na qual se comia o cordeiro pascal. Jesus lhe dá novo significado, como “ceia da nova e eterna aliança”, selada no seu próprio sangue.
A Liturgia faz constantes referências a este aspecto “sacrifical” da Eucaristia, ceia pascal dos cristãos. Antes da comunhão, a Eucaristia é apresentada ao povo com estas palavras: “eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Na cruz, Jesus é o “cordeiro imolado” entregue inteiramente pela nossa redenção, “para que não pereça todo aquele que nele crê”. Por esta “entrega por nós”, alcançamos misericórdia, perdão e vida sem fim.
A Eucaristia é também “sinal de unidade e vínculo da caridade” (S.Agostinho). Chamando a atenção da comunidade de Corinto para a dignidade da celebração eucarística, Paulo recorda que “o pão que partimos é comunhão com o corpo e o sangue de Cristo” e, portanto, “nós todos somos um só corpo”, em Cristo (cf 1Cor 10,16-17).
No Prefácio da Santa Eucaristia, o celebrante proclama: “fazeis de todos nós um só coração, iluminais os povos com a luz da mesma fé e congregais os cristãos numa mesma caridade”. A Eucaristia é banquete de irmãos à mesma mesa, unidos todos numa só família, “em Cristo”. Nela, nossa comunhão no amor de Cristo e na mesma fé da Igreja é significada e realizada. Por isso, o dissenso da fé eclesial e a orientação individualista e egoísta da vida são atitudes contrárias à participação neste sacramento.
A Eucaristia é também “pão da vida eterna”. Após o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus convida as pessoas a procurarem “o pão vivo descido do céu”, que é ele próprio: “eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jo. 6,51). Cristo quer continuar a ser o alimento da nossa fé. E quem dele se nutre, “viverá para sempre” (cf Jo.6,58).
A Eucaristia é celebrada aqui na terra “até que Ele venha”. Por isso, ela também é sinal e anúncio profético da grande esperança que vem da nossa fé: aquilo que acolhemos na penumbra da fé e celebramos por sinais na terra, é o mesmo que ainda esperamos e se tornará plenamente manifesto na vida eterna: “anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”.
Quanta riqueza, na Eucaristia! Não é sem razão que, em Corpus Christi, a Igreja adora e aclama este “sublime Sacramento” - “Sacramento de Jesus Cristo e da sua Igreja”! Vinde, todos, adoremos e rendamos graças ao Senhor!
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Eucaristia: Deus deseja permanecer entre os homens
Fonte: Comunidade Shalom
A Eucaristia é “fonte e ápice de toda a vida cristã” (LG,11).“Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo,nossa Páscoa”(Cat 1324). A partir dessa definição podemos contemplar o que a Eucaristia significa para nós cristãos. Quão grande herança Jesus nos deixou: seu Corpo, seu Sangue que se unem de forma tão íntima aos nossos corpos, às nossas almas, às nossas vidas, às nossas histórias… à nossa história humana amparada sempre pela graça divina.
Deus se dar no seu Corpo e no seu Sangue inteiramente e intimamente ao homem e o acolhe por inteiro. E, quem é este homem que é acolhido na Eucaristia? É o homem que tem sede de Deus, e que ao mesmo tempo é ferido, peca, oscila, duvida, tem medo… são os Tomés, os Pedros, os Saulos…
Deus, na Eucaristia vem se dar a esse homem, aos doentes, aos desesperados, aos depressivos, também aos que têm sede de verdade, de vida em abundância, de justiça e de paz… Então, para melhor penetrar nesse desejo de Deus de permanecer entre os homens, nós podemos rever Lucas 22,19 onde Jesus toma um pão, dá graças, o parte e o dá aos seus discípulos dizendo: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em minha memória”. Depois da ceia faz o mesmo com o cálice, dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue, que por vós é derramado.” O que foi então a última ceia? Foi um momento de ação de graças que Jesus desejou ardentemente… (cf. Lc 22,15),
A palavra Eucharistein lembra as bênçãos judaicas que proclamam, sobretudo durante a refeição, as obras de Deus: a criação, a redenção e a santificação. Quanto às palavras da consagração, quando Ele acrescenta que é dado por vós, quer dizer: que já, desde agora, sacrifica-se por vós. A ação de graças nos faz mergulhar no profundo sentido amoroso do sacrifício. E, e o sacrifício nos leva à percepção do realismo da ação de graças, que é fruto de sentimentos profundos e verdadeiros, de um amor levado às últimas consequências.
Podemos, então, unir agora a instituição da Eucaristia em Lc. 22,19 a cada Celebração Eucarística que juntos com o sacerdote e com os irmãos ali presentes celebramos. Nesses momentos revivemos o mesmo sacrifício, a mesma ação de graças. O mesmo Jesus, ardendo de amor não só nos dá seu Corpo e seu Sangue no pão e no vinho, como os deu aos apóstolos, mas também se coloca em nossas mãos assim como esteve nas mãos dos homens antes e durante a sua paixão.Quando vamos comungar, principalmente se recebemos a Eucaristia em nossas mãos, podemos pensar, nesse momento, nesse Jesus que esteve entregue nas mãos dos homens e que, nesse momento, se entrega a mim e a você…
Na Eucaristia, Deus quer se revelar a mim e a você. Precisamos estar conscientes de que na missa somos preparados desde o acolhimento do Presidente da Celebração até o cântico final para acolhermos o Corpo e do Sangue de Cristo.
O Catecismo da Igreja Católica nos lembra que “A liturgia da eucaristia desenrola-se segundo uma estrutura fundamental que se conservou ao longo dos séculos até os nossos dias. Desdobra-se em dois grandes momentos que formam uma unidade básica:
- a convocação, a Liturgia da Palavra com as leituras, a homilia e a oração universal;
- a Liturgia Eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a ação de graças consecratória e a comunhão.”
É essa a sequência da Ceia Pascal de Jesus Ressuscitado com seus discípulos: caminhando com eles esclarece-lhes as escrituras, e depois, colocando-se à mesa com eles, “Tomou o pão, abençoou-o, depois partiu-o e distribui-o a eles.” (Lc 24,13-35.).
Para que possamos entender melhor como Deus deseja permanecer entre nós, podemos continuar citando o Catecismo que diz: “(…) Cristo está presente de múltiplas maneiras em sua Igreja: em sua Palavra, na oração da Igreja, nos pobres, nos doentes, nos presos, nos sacramentos, na pessoa do ministro. Mas, sobretudo está presente sob as espécies eucarísticas… No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão ‘contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo’. ‘Esta presença chama-se ‘real’ não por exclusão, como se as outras não fossem ‘reais’, mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e homem, se torna presente completo.”(Cat 1374). Acerca dessa conversão Santo Ambrósio nos interpela a “ estarmos bem persuadidos de que isto não é o que a natureza formou, mas o que a bênção consagrou, e que a força da bênção supera a da natureza, pois pela bênção a própria natureza é mudada. Por acaso a palavra de Cristo, que conseguiu fazer do nada o que não existia, não poderia mudar as coisas existentes naquilo que ainda não eram? Pois não é menos dar às coisas a sua natureza primeira do que mudar a natureza delas” (Cat 1375).
Deus deseja permanecer conosco, em nós e entre nós! Que nosso desejo de também permanecermos com Ele se concretize a cada sincera disposição de juntos celebrarmos o Banquete Eucarístico por Ele para nós preparado.
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Diocese de Uberlândia sediará encontro inter-regional de Diáconos Permanentes
Ocorrerá em Uberlândia, nesse final de semana – de 20 a 22 de junho – o Retiro Espiritual e o Encontro inter-regional dos diáconos permanentes dos Regionais: Sul 1 (São Paulo), Leste 1 (Rio de Janeiro) e Leste 2 (Minas Gerais).
O encontro, que ocorrerá no Oásis, na casa de retiros da Diocese, será um momento propício para a fraternidade, a convivência, a espiritualidade e a comunhão entre os consagrados no primeiro grau da ordem.
Há muito que a Diocese de Uberlândia conta com o apostolado de homens dóceis ao Espírito Santo e que contribuem, de forma diligente, com a missão de anunciar o Reino e pastorear o Povo de Deus.
Segundo os organizadores do evento, para este momento de espiritualidade, formação e partilha, espera-se a presença de mais de 100 pessoas, entre diáconos, suas esposas, além de candidatos à ordem diaconal.
Dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba, será o pregador do retiro espiritual.
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terça-feira, 10 de junho de 2014
Jovem que fez notícia com pôster na JMJ Rio se converteu ao catolicismo e recebeu Batismo no dia de Pentecostes
ACI Digital
O site ACI informou nesta terça-feira (10/06/14) que Eduardo Campos, o jovem evangélico que surpreendeu o Brasil na Jornada Mundial da Juventude JMJ Rio 2013 com um cartaz no qual dizia era evangélica mas que amava o Papa Francisco, converteu-se ao Catolicismo e neste último domingo, Solenidade de Pentecostes, recebeu o Batismo e a Primeira Comunhão.
Eduardo tem 19 anos e se fez conhecido em julho de 2013 quando apareceu na televisão com um cartaz que dizia: “Santo Padre, sou evangélico mas eu te amo! Reze por mim e pelo Brasil. Tu és Pedro”.
Logo depois dos intensos dias da JMJ em que mais de três milhões de jovens acompanharam o Santo Padre nas ruas de Rio do Janeiro e lotaram a praia da Copacabana, Eduardo iniciou seu processo de conversão e, em dezembro, tomou a decisão de converter-se à fé católica.
Quase um ano depois da JMJ, o jovem recebeu o Batismo e a Primeira Comunhão acompanhado de seus familiares e amigos na igreja Nossa Senhora da Conceição em Santa Cruz, Rio de Janeiro.
Sobre sua história de conversão, Eduardo expressa que durante a JMJ “o sentimento de felicidade me contagiou. Emocionei-me a cada instante. A unidade da Igreja nos revela sua missão, de onde ela vem, aonde ela vai e quem é Ela”.
Logo depois de comentar que a renúncia ao pontificado de Bento XVI o questionou fortemente, meses antes da JMJ do Rio, o jovem afirma que pede a Deus “que me ilumine e me mostre minha vocação, seja a que for. Eis-me aqui Senhor, faça de mim segundo vossa vontade! Sou um humilde e simples operário na vinha do Senhor”. Eduardo anima ainda os católicos a estudarem o Catecismo da Igreja Católica “que está fundada sobre uma rocha inamovível, Cristo. Seu fundador permanece nela até hoje e estará com Ela para sempre!”.
Depois de contar que já está economizando dinheiro para ir à seguinte JMJ que será na Cracóvia (Polônia) no ano de 2016, Eduardo exorta os jovens a “seguirem firmes e fortes na fé católica. Estudem sempre sobre nossa Igreja. Conheçam a vida dos Santos, dos mártires, dos doutores da Igreja. Conheçam sobre a cristandade, as Sagradas Escrituras, a Sagrada Tradição e a Missa. Sigam Jesus e ‘façam discípulos em todas as nações’”.
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sexta-feira, 6 de junho de 2014
Pentecostes
“Pentecostes” é o nome grego dado à festa da colheita, chamada "festa das semanas". Ela é celebrada durante sete semanas, ou cinquenta dias após a Páscoa. Esta festa marcava o fim da colheita do trigo e fazia parte de uma das três festas agrícolas celebradas pelo povo de Deus após a entrada em Canaã.
Pentecostes se tornou também a festa da renovação da aliança: “Comprometeram-se por uma aliança a buscar Javé, Deus de seus pais, de todo o seu coração e de toda a sua alma” (Cr 15, 10-13).
O grupo dos apóstolos, formado por Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Simão (o Zelota), Judas (filho de Tiago), estava reunido em oração com Maria, a mãe de Jesus, e outras mulheres no dia em que aconteceu Pentecostes.
“No dia de Pentecostes, o Espírito da promessa foi derramado sobre os discípulos, ‘reunidos no mesmo lugar’ (At 2,1), esperando-o, ‘todos unânimes, perseverando na oração’ (At 1,14). O Espírito, que ensina aIgreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, vai também formá-la para a vida de oração.” (CIC § 2623)
“Tendo-se completado o dia de Pentecostes, (…) de repente, veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam. Apareceram-lhe então línguas como de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre cada um deles. E todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia se exprimirem.” (At 2,1- 4)
O milagre de Pentecostes tem relação com o carisma da glossolalia, dom sobrenatural das línguas, frequente nos primórdios da Igreja. “Pela efusão do Espírito Santo, a Igreja é manifestada ao mundo. O dom do Espírito inaugura um tempo.” (CIC §1076)
Comentando o dia de Pentecostes, Papa Francisco, em 19 de maio de 2013, disse: “Neste dia, contemplamos e revivemos na liturgia a efusão do Espírito Santo realizada por Cristo ressuscitado sobre a sua Igreja; um evento de graça que encheu o Cenáculo de Jerusalém para se estender ao mundo inteiro”.
Na sala do Cenáculo na Terra Santa, o Papa disse: “Daqui parte a Igreja em saída, animada pelo sopro vital do Espírito. Reunida em oração com a Mãe de Jesus, ela sempre revive a espera de uma renovada efusão do Espírito Santo. Desça o vosso Espírito, Senhor, e renove a face da terra (cf. Sal 104, 30)” (26 de maio de 2014).
Com animada confiança e à espera deste mesmo sopro vital do Espírito Santo, nós nos preparamos para o Pentecostes que acontecerá no próximo domingo, 8 de junho. Deixe-se renovar pela novidade do Espírito!
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quinta-feira, 5 de junho de 2014
Movimento propõe vigília de oração na véspera da Copa do Mundo
Fonte: Canção Nova
O Movimento Fé, Justiça e Paz propõe que todos os brasileiros façam uma vigília de oração por um Brasil melhor e para que tudo corra bem na Copa do Mundo, que começa no próximo dia 12. As orações devem acontecer na véspera da abertura do mundial e cristãos de todo o país são convidados a colocarem panos brancos nas janelas, em sinal de paz.
De acordo com um dos fundadores do movimento, o arcebispo metropolitano da arquidiocese de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, a intenção é que famílias e comunidades se unam para pedir a Deus que nenhum sinal de violência seja visto durante o Mundial no Brasil.
“O pano branco nas janelas simbolizará o desejo pela paz e as boas-vindas aos milhares de turistas que visitarão o nosso país. A Copa do Mundo deve significar uma grande confraternização entre povos, em que culturas diferentes se encontram para celebrar”, afirma.
Dom Gil destaca que o pedido de paz quer alcançar principalmente aquelas pessoas que pretendem organizar e participar de protestos durante a Copa do Mundo. “Todos têm o direito de se manifestar. O que pedimos é que esses atos não usem de violência, não cheguem a situações mais graves, causando insegurança a brasileiros e estrangeiros”, finaliza.
Sobre o Movimento Fé, Justiça e Paz
O movimento nacional “Fé, Justiça e Paz” foi lançado em agosto de 2013. Com o lema “Gente do Bem, Deus faz, Deus junta”, o projeto foi consequência do clamor do povo em manifestações pelas ruas do Brasil pedindo justiça social, em junho daquele ano.
Esse movimento foi criado pelo arcebispo metropolitano Dom Gil Antônio Moreira juntamente com outros líderes religiosos entre eles: Dunga – Canção Nova, Pr. Vinícius – Igreja Batista da Lagoinha, Pe. Antonello e Pe João Henrique – Movimento Aliança de Misericórdia, Eros Biondini – Mundo Novo; Daniel Ribeiro – Comunidade Resgate dentre outros.
A intenção é buscar as transformações do Brasil através da unidade e da luta de todas as pessoas de boa vontade, “construtores da paz” que se identifiquem nos valores comuns.
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Os frutos de Espírito Santo
Fonte: Cleofas
São Paulo nos ensina sobre os frutos do Espírito Santo e os frutos da carne, na carta aos Gálatas: “Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros… Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!” (Gal 5,17-21).
Em seguida, São Paulo fala dos frutos doces do Espírito: “Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei. Pois os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne, com as paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito”. (Gal 5,22-25)
O Catecismo da Igreja diz que esses “frutos do Espírito são perfeições que o Espírito Santo forma em nós como primícias da glória eterna” (n. 1832). Santo Agostinho explica que São Paulo não tinha o intuito de dar o número exato desses dons, mas apenas mostrar o “gênero de coisas” em que devemos buscá-los. São Tomás de Aquino diz que todos os atos dos dons e das virtudes podem ser reduzidos a esses frutos.
A Caridade, segundo São Tomás, é o fruto mais importante. Pela caridade o Espírito Santo nos faz semelhantes a Deus, que é amor. Ele é o Amor do Pai para com o Filho, e do Filho para com Pai. Quando uma alma é cheia do fruto divino da Caridade, o amor a transforma por completo. Assim acontece com os santos. A caridade nos leva a amar o bem e detestar o mal. “Amarás a teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 39). Para Santo Agostinho, “o amor ao próximo é como o princípio do amor a Deus”. E “não há degrau mais seguro para subir ao amor de Deus que a caridade do homem para com seus semelhantes”.
A Alegria é estar sempre junto de Deus, que vence toda tristeza. A alegria é um fruto do amor, pois quem ama se alegra por estar unido ao amado. Por isso, pôde São Paulo dizer: “Estou cheio de consolação, transbordo de gozo em todas as nossas tribulações” (II Cor 7, 4). “Alegrai-vos sempre no Senhor, repito, alegrai-vos” (Fil 4,4).
A Paz é o fruto de quem vive abandonado e obediente a Deus. São Tomás diz que “a perfeição da alegria é a paz”. Mesmo nas tribulações o cristão tem paz. Jesus é o Príncipe da Paz e nos deixou a sua Paz. “Dou-vos a minha Paz…”
A Paciência nos leva ao céu pois vence as tribulações, as dificuldades, as tentações, e tudo que nos afasta de Deus. É virtude dos fortes, dos santos. Segundo Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, a paciência é a “rainha posta na torre da fortaleza, que vence sempre e nunca é vencida”. Jó vendeu pela paciência; tendo perdido as riquezas, os filhos e a saúde, continuava glorificando a Deus: “O Senhor deu, o Senhor tirou: bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1, 21). Não se trata de uma espera passiva, mas de uma coragem que torna forte a nossa alma. É como Santa Mônica que rezou, sem desanimar, por vinte anos, até ver a conversão do seu Agostinho.
A Bondade é a virtude que nos faz agir bem com todos, sem inveja e sem discriminação. Ela nos leva a fazer o bem a todos. “Fazer o bem sem olhar a quem”. E, como fazer o bem, faz bem, ela nos faz feliz. A bondade nos leva a vencer também a preguiça, pois desperta em nós a compaixão pelos que precisam de nós. A Bondade nos faz querer o bem, a Benignidade nos leva a realizá-la.
A Mansidão nos leva a dominar a raiva, a ira e o mal desejo de vingança; e suportar com serenidade os males recebidos dos outros, sempre com o desejo de perdoar como Jesus mandou. Não é fácil perdoar; é preciso a ação do Espírito Santo em nós. Nunca pagar o mal com o mal, mas com o bem. Amar os inimigos e abençoar os que nos amaldiçoam.
O fruto da Fidelidade nos ajuda a manter a palavra dada, cumprir as obrigações assumidas, os contratos assinados, os votos feitos, etc.
A Temperança ou modéstia é o fruto que nos leva a ser moderados e prudentes em tudo o que dizemos e fazemos. Faz-nos vigiar os nossos olhos, boca, risos, movimentos, roupa, tudo, e vencer as paixões desordenadas. Santo Agostinho recomenda particular cuidado com a modéstia exterior, que tanto pode edificar quanto escandalizar os outros. A castidade nos refreia em relação ao que é ilícito, e a continência ao que é lícito. A alma que produz o fruto da castidade torna-se angélica, dizem os santos. O casto já ante goza o Céu na terra. A continência fortalece a vontade para resistir às concupiscências desordenadas. “Os que fazem tudo que é permitido acabarão por fazer o que não é permitido”.
Enfim, assim como o ferro no fogo, aos poucos brilha como a chama; também a alma repleta do Espírito Santo se torna semelhante a Ele.
Prof. Felipe Aquino
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segunda-feira, 2 de junho de 2014
Programação da Semana de Oração pelos Cristãos na Diocese de Uberlândia
Fonte: Diocese de Uberlândia
Com o tema: “Acaso Cristo está dividido?” (I Coríntios 1,1-17), iniciou-se ontem (1/6) e vai até o dia 08 a Semana de Oração pela unidade dos cristãos.
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é promovida mundialmente pelo Conselho Pontífice para Unidade dos Cristãos (CPUC) e pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Este ano, o material de divulgação e oração foi elaborado por cristãos canadenses.
Com o tema: “Acaso Cristo está dividido?” (I Coríntios 1,1-17), iniciou-se ontem (1/6) e vai até o dia 08 a Semana de Oração pela unidade dos cristãos.
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é promovida mundialmente pelo Conselho Pontífice para Unidade dos Cristãos (CPUC) e pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Este ano, o material de divulgação e oração foi elaborado por cristãos canadenses.
Os organizadores, através do site do CONIC (www.conic.org.br), convidam vivamente a todos os cristãos para participar deste momento importante de súplica e manifestação pública da fé no mesmo Senhor: “convidamos você, que acredita que uma sociedade sem intolerâncias é possível, a mobilizar sua comunidade, amigos e familiares para participar desta experiência de Unidade”, exortaram.
Na diocese de Uberlândia a programação se estenderá até o dia 08, com celebrações nas igrejas evangélicas e católicas, além de órgãos públicos.
A abertura será na Igreja Luterana do bairro Marta Helena, situada à Rua Santa Catarina, 2240, às 19h. E o encerramento, no dia 08, será a vez da Comunidade São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, na Praça Rui Barbosa, 79, no Centro, acolher todas as denominações cristãs para a conclusão das orações em prol da unidade dos cristãos.
Confira abaixo a programação completa na diocese de Uberlândia
Dia e hora Local
01/06 - 19h Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB - Rua Santa Catarina, 2240, Marta Helena
02/06 - 07h30 Prefeitura Municipal de Uberlândia – Saguão - Avenida Anselmo Alves dos Santos, 600, Santa Mônica
03/06 - 19h Igreja Nossa Senhora do Caminho – ICAR - Rua Professor Inocêncio Rocha, 78, Santa Maria
04/06 - 07h30 Câmara Municipal de Uberlândia - Av. João Naves de Ávila, 1617, Santa Mônica
05/06 - 19h Igreja Nossa Senhora de Fátima – ICAR Avenida Engenheiro Diniz, 1220, Martins
06/06 - 19h Faculdade Católica de Uberlândia - Rua Padre Pio, 300, Osvaldo Rezende
07/06 - 19h Mosteiro Monte Alverne – Igreja Católica Apostólica Ortodoxa Grega - Rua do Bancário, 1085, Planalto
08/06 - 19h Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito – Todas as Igrejas - Praça Rui Barbosa, 79, Centro
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Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
Discurso do Papa Francisco à Renovação Carismática
Uma multidão em festa acolheu na tarde de ontem, 1º de junho, o Papa Francisco no Estádio Olímpico de Roma, para celebrar os 37 anos da Renovação Carismática italiana. Eis a íntegra do discurso proferido pelo Santo Padre:
Queridos irmãos e irmãs !
Eu os agradeço pela acolhida. Certamente alguém falou para os organizadores que eu gosto muito dessa música, “Vive Jesus, o Senhor”. Quando eu celebrava na catedral de Buenos Aires a Missa com a Renovação Carismática, após a consagração, e depois de alguns segundos de adoração em línguas, cantávamos esta canção com tanta alegria e com força, como vocês cantaram hoje. Obrigado! Senti-me em casa!
Agradeço a Renovação no Espírito, o I’CCRS e a Fraternidade Católica, por este encontro com vocês, que me dá tanta alegria. Agradeço também a presença dos primeiros que tiveram uma forte experiência do poder do Espírito Santo, creio que a Paty esteja aqui… Vocês, Renovação Carismática, receberam um grande presente do Senhor. Vocês nasceram de um desejo do Espírito Santo como “uma corrente de graça” na Igreja e para a Igreja. É isto que os define: “uma corrente de graça”.
O primeiro dom do Espírito Santo, qual é? O dom de si mesmo, que é amor e te faz apaixonar-se por Jesus. E este amor muda a vida. Por esta razão, se diz “nascer de novo para a vida no Espírito”. Como Jesus disse a Nicodemos. Vocês receberam o grande dom da diversidade dos carismas, a diversidade que leva à harmonia do Espírito Santo, ao serviço da Igreja.
Quando penso em vocês carismáticos, me vem a mesma imagem da Igreja, mas de um modo particular: penso em uma grande orquestra, na qual, cada instrumento é diferente do outro, e também as vozes são diferentes, mas todos são necessários para a harmonia da música. São Paulo nos diz, no capítulo 12 da Primeira Carta aos Coríntios.
Portanto, como é uma orquestra, ninguém na Renovação pode pensar em ser mais importante ou maior que o outro, por favor ! Porque, quando alguém de vocês pensa que é mais importante que o outro, maior que o outro, começa a peste! Ninguém pode dizer: “Eu sou o chefe”. Vocês, como toda a Igreja, tem um só chefe, um só Senhor: o Senhor Jesus. Repitam comigo: Quem é o chefe da Renovação? O Senhor Jesus! Quem é o chefe da Renovação? (Os participantes repetem) O Senhor Jesus! E podemos dizer isso com a potência que nos dá o Espírito Santo, porque ninguém pode dizer: “Jesus é o Senhor”, sem o Espírito Santo.
Como vocês devem saber – porque as notícias correm – nos primeiros anos da Renovação Carismática, em Buenos Aires, eu não amava muito esses carismáticos. E eu dizia a eles: “Parecem uma escola de samba!”. Eu não partilhava da maneira deles rezarem e tantas coisas novas que estavam acontecendo na Igreja. Depois disso, eu comecei a conhecê-los e eu finalmente entendi o bem que a Renovação Carismática faz a Igreja. E essa história, que vai desde “escola de samba” para a frente, termina de uma forma especial: alguns meses antes de participar no Conclave, fui nomeado pela Conferência Episcopal, o assistente espiritual da Renovação Carismática na Argentina.
A Renovação Carismática é uma grande força no serviço do Evangelho, na alegria do Espírito Santo. Você receberam o Espírito Santo que os fez descobrir o amor de Deus por todos os seus filhos e o amor pela Palavra.
Nos primeiros tempos diziam que vocês carismáticos estavam sempre com uma Bíblia, o Novo Testamento … Vocês ainda fazem isso? [A multidão] Sim! Eu não tenho tanta certeza! Se não, voltem a este primeiro amor, sempre levar no bolso, na bolsa, a Palavra de Deus! E ler um trecho. Sempre com a Palavra de Deus.
Vocês, o povo de Deus, o povo da Renovação Carismática, tenham cuidado para não perder a liberdade que o Espírito Santo vos deu!
O perigo para a Renovação, como costuma dizer sempre, o nosso querido padre Raniero Cantalamessa, é a organização excessiva: o perigo de organização excessiva.
Sim, vocês precisam de organização, mas não percam a graça de deixar Deus ser Deus! “No entanto, não há maior liberdade do que deixar-se guiar pelo Espírito, renunciando a calcular e controlar tudo, e permitir que Ele nos ilumine, nos guie, nos oriente, nos impulsione para onde Ele quer. Ele sabe o que é necessário em todas as épocas e em todos os momentos. Isso significa ser misteriosamente fecundo!” (Exortava Gaudium Evangelii, 280).
Um outro perigo é o de tornarem-se “controladores” da graça de Deus. Muitas vezes, os responsáveis (eu gosto mais do nome de “servos”) de algum grupo ou algumas comunidades tornam-se, talvez inconscientemente, os administradores da graça, decidindo quem pode receber o oração da efusão no Espírito e quem não pode. Se alguém faz assim, por favor, não façam mais isso, não faça mais isso! Vocês são dispensadores da graça de Deus, e não controladores! Não imponham uma alfândega ao Espírito Santo!
Nos Documentos de Malines, vocês têm um guia, um percurso seguro para não errar o caminho. O primeiro documento é: Orientação teológica e pastoral. O segundo é: Renovação Carismática e Ecumenismo, escrito pelo Cardeal Suenes, grande protagonista do Concílio Vaticano II. O terceiro é: Renovação Carismática e serviço ao homem, escrito pelo Cardeal Suenes e por Dom Helder Câmara.
Este é o percurso de vocês: evangelização, ecumenismo espiritual, cuidado com os pobres e necessitados e acolhida dos marginalizados. E tudo isso tendo como base a adoração! O fundamento da Renovação é adorar a Deus!
Me pediram para dizer o que o Papa espera da Renovação.
A primeira coisa é a conversão ao amor de Jesus que muda a vida e faz do cristão uma testemunha do Amor de Deus. A Igreja espera esse testemunho de vida cristã e o Espírito nos ajuda a viver a coerência do Evangelho para a nossa santidade.
Espero de vocês que partilhem com todos, na Igreja, a graça do Batismo no Espírito Santo (expressão que se lê nos Atos dos Apóstolos).
Espero de vocês uma evangelização com a Palavra de Deus que anuncia que Jesus é vivo e ama a todos os homens.
Que vocês deem um testemunho de ecumenismo espiritual com todos os irmãos e irmãs de outras Igrejas e comunidades cristãs que creem em Jesus como Senhor e Salvador.
Que vocês permaneçam unidos no amor que o Senhor Jesus pede a nós e a todos os homens, na oração ao Espírito Santo para chegar a esta unidade, que é necessária para a evangelização, em nome de Jesus. Lembrem-se que a “Renovação Carismática é por sua própria natureza ecumênica … a Renovação Católica se alegra com aquilo que o Espírito Santo realiza em outras Igrejas” (1 Malines 5,3 ).
Aproximem-se dos pobres, dos necessitados, para tocar neles, nas feridas de Jesus. Aproximem-se, por favor! Procurem a unidade na Renovação, porque a unidade vem do Espírito Santo e nasce da unidade da Trindade. A divisão, vem de quem? Do demônio! A divisão vem do demônio. Fujam das lutas internas, por favor! Entre vocês, elas não devem existir!
Quero agradecer ao I’CCRS e a Fraternidade Católica, os dois organismos de Direito Pontifício do Pontifício Conselho para os Leigos, a serviço da Renovação mundial, empenhados em preparar a reunião mundial de padres e bispos, a ser realizada em junho do próximo ano. Eu sei que decidiram compartilhar também o mesmo escritório e trabalhar em conjunto, como um sinal de unidade e para gerenciar melhor os seus recursos. Estou muito satisfeito. Eu também quero agradecer-lhes, porque já estão organizando o Grande Jubileu do 2017.
Irmãos e irmãs, recordem: adorar a Deus, o Senhor! Este é o fundamento! Adorar a Deus. Busquem a santidade na nova vida do Espírito Santo. Sejam dispensadores da graça de Deus. Evitem o perigo da excessiva organização.
Saiam pelas ruas para evangelizar, anunciando o Evangelho. Recordem que a Igreja nasceu “em saída”, naquela manhã de Pentecostes. Aproximem-se dos pobres e toquem neles, nas feridas de Jesus. Deixai-vos guiar pelo Espírito Santo, com liberdade; e por favor, não engaiolem o Espírito Santo! Com liberdade!
Busquem a unidade da Renovação, unidade que vem da Trindade!
E espero todos vocês, carismáticos de todo o mundo, para celebrar, junto com o Papa, o vosso grande jubileu, em Pentecostes de 2017, na Praça São Pedro! Obrigado!
Fonte: Canção Nova
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domingo, 1 de junho de 2014
A terceira via do papa Francisco
Fonte: Aleteia
O Papa que ficou em pé na frente de dois muros
Pe. Dwight Longenecke
No último domingo, durante a sua visita à Terra Santa, o papa Francisco mandou parar o papamóvel para fazer um momento não previsto de oração silenciosa aos pés do muro de concreto construído pelos israelenses na fronteira com o território palestino. Levantado para impedir os terroristas palestinos de entrar em Israel, o muro se tornou um símbolo da opressão que os palestinos sentem: denunciando-o como símbolo de apartheid, eles afirmam que o muro os torna prisioneiros na sua própria terra.
Uma semana depois que as negociações entre palestinos e israelenses fracassaram mais uma vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou a atenção do papa ao muro e culpou os palestinos de politizar a visita de Francisco. Netanyahu explicou que o muro é uma medida de segurança e convidou o papa a fazer uma visita semelhante a outro muro: um memorial às vítimas judaicas do terrorismo palestino. O papa aceitou e permaneceu em silêncio diante de mais uma parede, antes de visitar um segundo memorial às vítimas judaicas da opressão: o famoso Memorial do Holocausto Yad Vashem.
Dois muros. Dois povos divididos por uma animosidade que não se estende apenas pelos últimos cinquenta anos, desde que os judeus voltaram para Israel, mas por milênios. Quando lemos o Antigo Testamento, vemos que os inimigos históricos do povo judeu eram os filisteus, palavra que é simplesmente a versão mais antiga de “palestinos”. Os palestinos modernos são descendentes de uma grande variedade de povos antigos, e os filisteus, tais como os palestinos de hoje, eram o povo que habitava as terras da Palestina.
As batalhas entre palestinos e hebreus continuaram ao longo de milhares de anos. Será que existe maneira de quebrar este ciclo de recriminação, vingança e ódio? Existe maneira de resolver de forma pacífica a disputa no Oriente Médio?
Do ponto de vista humano, parece impossível. Mas a influência dos papas na política mundial é muitas vezes subestimada. O poder pacífico de João Paulo II ajudou a derrubar outro muro, em Berlim, e a descerrar a Cortina de Ferro. Será que o papa Francisco pode ser um dos protagonistas de um eventual processo de paz no Oriente Médio? Será que Francisco, com o nome do padroeiro dos promotores da paz, pode vislumbrar um novo caminho a ser seguido? O papa exortou os líderes da região a buscarem a paz: "Eu imploro àqueles que exercem cargos de responsabilidade a não deixarem pedra sobre pedra na busca de soluções justas para problemas complexos", disse ele. "O caminho do diálogo, da reconciliação e da paz deve ser constantemente retomado, com coragem e sem descanso".
Francisco convidou o líder palestino Mahmoud Abbas e o presidente de Israel, Shimon Peres, para um encontro de oração no Vaticano. Comentando sobre a situação na Terra Santa, o papa declarou: "Há necessidade de intensificar os esforços e as iniciativas para criar as condições de uma paz estável, baseada na justiça, no reconhecimento dos direitos de cada indivíduo e na segurança mútua". A paz "deve ser resolutamente buscada, mesmo que cada lado tenha de fazer certos sacrifícios".
Será que o papa pode fazer a diferença? No cenário mundial, há muito poucas figuras internacionais que mantêm credibilidade, que representam valores humanos e que evocam um chamamento superior. O papa parece ser respeitado por todos e pode usar a sua influência para levar as partes em conflito a discutir a paz. Boa vontade e esforço humano oferecem dois caminhos para se avançar rumo à paz, mas há um terceiro fator dominante, que os repórteres negligenciam. Esse fator é simbolizado pela visita de Francisco a um terceiro muro: o histórico Muro das Lamentações, em Jerusalém.
Levantado na base do Monte do Templo, ele é tudo o que resta do grande templo construído pela primeira vez pelo rei Salomão e reconstruído por Herodes, o Grande. As suas pedras hoje milenares já estavam de pé quando Jesus Cristo purificou o templo e foi julgado perante Pilatos naquele mesmo local. De uma perspectiva católica, é o lugar onde Cristo, o Príncipe da Paz, pagou o preço da paz.
O papa Francisco se alçou diante desse terceiro muro com seus dois amigos: um líder judeu e um líder muçulmano. Conforme o costume, ele inseriu no muro um pedaço de papel com uma oração: era a Oração do Senhor, em espanhol. Os três amigos mostraram juntos uma terceira via: diante do terceiro muro, eles mostraram o terceiro poder que pode superar as divisões e os conflitos e encaminhar, finalmente, a paz.
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