segunda-feira, 27 de agosto de 2012

28 de agosto - Santo Agostinho

Deus reformou minhas deformidades!

Marcos Aquino

Agostinho, a exemplo de muitos jovens em nossos dias, procurava com inquietude a felicidade. O rápido percurso de progresso e realização profissional não o fez feliz. A extraordinária capacidade intelectual de Agostinho, percebida já no florescer da juventude, passou a ser contrastada com o desregramento moral, as experiências obscuras de uma vida arrastada pelas paixões. No entanto, gritava em seu interior o desejo de Deus. É bem verdade que não lhe faltaram o testemunho e a educação cristã de sua querida mãe, Mônica, mas, infelizmente, as “filosofias” caricaturam-lhe a verdade e o deixaram confuso, desnorteado e muitas vezes vazio. “A luz estava em seu interior, mas olhava para fora” (Confissões, L.VII,7,11). O jovem Agostinho demorou a fazer a experiência pessoal com o amor de Jesus Cristo e passar a tê-Lo como amigo íntimo e Senhor. Esta demora lhe custou um preço, mas quando a conversão passou a ser processo a misericórdia de Deus foi superabundante em sua vida. Ele conta que “Deus reformou suas deformidades!” (L. VII,8,12)
Muitos foram instrumentos de salvação na vida de Agostinho. Providencialmente Deus coloca no nosso caminho alguém - ou algumas pessoas - que nos comunica a luz do Evangelho. Pessoas que nos ajudam a encontrar ou reencontrar o rosto da Verdade, a Pessoa de Jesus, o amor de Deus, ainda que para isso derramem lágrimas. Mônica, alguns poucos amigos e o bispo Ambrósio foram as “mãos de Deus” a reconduzir o coração de Agostinho para a luz. E o que eles deram a Agostinho? Certamente a força da ressurreição que vem, sobretudo, da oração e da Palavra de Deus: “Tocaste-me o coração com a tua palavra, e comecei a amar-te” (L.X,6,8). O que aconteceu com o profeta Jeremias – como diz a 1ª Leitura deste 22º Domingo do TC -, foi o mesmo com Agostinho: “Senti dentro de mim um fogo ardente a penetrar-me o corpo todo: desfaleci, sem forças para suportar” (cf. Jr 7,9). Afirma ele que “Esta Palavra lhe foi um grito que rompeu a surdez, uma luz que afugentou a cegueira” (cf. L.X,27,38). 
Agostinho foi conquistado por Jesus Cristo, impactado com a certeza de que o Verbo de Deus havia escolhido o seu interior como morada. Sua decisão foi radical em não mais querer permanecer na vida velha. A graça de Deus lhe imputou um “hoje salvífico”. “A fé em Cristo fez-lhe compreender que Deus, aparentemente tão distante, na realidade não o era. Ele, de fato, tinha-se feito próximo de nós, tornando-se um de nós. Neste sentido a fé em Cristo levou a cumprimento a longa pesquisa de Agostinho sobre o caminho da verdade. Só um Deus que se fez ‘próximo’, um de nós, era finalmente um Deus ao qual se podia rezar, pelo qual e com o qual se podia viver” (Bento XVI. Audiência Geral sobre as conversões de Santo Agostinho, fevereiro de 2008). 
Santo Agostinho colaborou com a ação da graça de Deus, que o conduziu por uma via que jamais imaginou. Bendito Seja Deus pelos seus caminhos! Bendito seja Deus pela força da Sua misericórdia, única capaz de nos reconstruir por inteiro. O desígnio de Deus deu à Igreja e à humanidade um dos mais admiráveis filósofos e teólogos de todos os tempos. O Bispo Agostinho deixou um patrimônio teológico na Igreja de valor incalculável, o equivalente a 400 Sermões, 220 Cartas e 232 livros. Simplesmente um dos maiores gênios que a humanidade já conheceu. Tudo porque um dia deixou que a Palavra de Deus transformasse sua vida, refizesse suas deformidades. Amigo, Santo Agostinho, interceda por nós! Que Jesus Cristo seja para nós a eterna beleza antiga e sempre nova. Eis o segredo de tua vida!
Fonte: antoniomarcosaquino.blogspot.com.br
Permalink: http://antoniomarcosaquino.blogspot.com.br/2011/08/santo-agostinho-deus-reformou-minhas.html

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