Na mensagem para a Quaresma 2012, divulgada nessa terça-feira, 7, no Vaticano, o Papa Bento XVI propôs uma reflexão sobre o trecho tirado da Carta aos Hebreus que diz "prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras" (10,24). O santo Padre deteve-se especialmente no versículo 24 que "em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre atual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, o dom da reciprocidade e a santidade pessoal.
O primeiro elemento "prestar atenção" nos convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar indiferente ao destino dos irmãos. Nas palavras do Santo Padre, a voz do Senhor chama cada um de nós a cuidar do outro e "se cultivarmos esse olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão."
Ele continua, dizendo que a Sagrada Escritura adverte quanto ao perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de "anestesia espiritual", que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. Coloca como exemplo dessa situação, duas parábolas de Lucas: a parábola do bom Samaritano em que o sacerdote e o levita "passam ao largo" do homem assaltado e espancado pelos salteadores e a parábola do rico avarento, em que o homem rico não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta. Nos dois casos, diz o Papa, deparamo-nos com o contrário de "prestar atenção", de olhar com amor e compaixão. E ainda nos questiona o Papa: "O que é que impede este olhar feito de humanidade e carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nosso interesses e preocupações próprias." E complementa, "sempre devemos ser capazes de "ter misericórdia por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre."
Ele continua, dizendo que a Sagrada Escritura adverte quanto ao perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de "anestesia espiritual", que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. Coloca como exemplo dessa situação, duas parábolas de Lucas: a parábola do bom Samaritano em que o sacerdote e o levita "passam ao largo" do homem assaltado e espancado pelos salteadores e a parábola do rico avarento, em que o homem rico não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta. Nos dois casos, diz o Papa, deparamo-nos com o contrário de "prestar atenção", de olhar com amor e compaixão. E ainda nos questiona o Papa: "O que é que impede este olhar feito de humanidade e carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nosso interesses e preocupações próprias." E complementa, "sempre devemos ser capazes de "ter misericórdia por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre."
O Santo Padre nos alerta ainda, que o "prestar atenção" ao outro inclui, também, a solicitude pelo seu bem espiritual. Ele recorda um aspecto da vida cristã que anda esquecido: o da "correção fraterna, tendo em vista a salvação eterna." Enfatiza que a tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de "corrigir os que erram. É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal... entretanto a advertência cristã nunca há de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota de uma verdadeira solicitude pelo bem do irmão."
O segundo elemento do versículo 24 é o dom da reciprocidade. Conforme exorta o Papa, "os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo...Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que os membros tenham a mesma solicitude de uns para com os outros (1Cor 12,25) - afirma São Paulo - porque somos um e o mesmo corpo.
O terceiro elemento, nos diz Bento XVI, que "nos estimularmos ao amor e às boas obras" significa caminhar juntos na santidade, impelindo-nos a considerar a vocação à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a "aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo".
Por fim, o Santo Padre nos conclama a acolhermos o convite, sempre atual, para tendermos à "medida alta da vida cristã" (João Paulo II). Que sintamos a urgência de esforçar-nos por adiantar no amor, no serviço e nas boas obras.
Leia na íntegra a Mensagem do Santo Padre
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