terça-feira, 26 de abril de 2011

Roma em festa para João Paulo II

Fonte: Isto é
A dez dias dos três que compõem a beatificação do homem que revolucionou a relação de um santo padre com os fiéis e a mídia, o Vaticano voltou a ter dois papas. Fotos de João Paulo II, antecessor de Bento XVI, estão espalhadas em outdoors, ônibus e estações de metrô. Supermercados oferecem lembranças e livros especiais que contam, por meio de fotos, a história do pontificado do polonês. Bancas de jornal exibem calendários e pôsteres em locais estratégicos.
Roma está aberta aos devotos do religioso polonês e já há filas para atravessar as ruas da cidade, que, de ponto turístico, passou a viver dias de Nações Unidas, tamanha a facilidade de encontrar gente dos cinco cantos do planeta em uma mesma esquina. A horda de estrangeiros está além do normal para esta época do ano – primavera na Itália. No domingo 17, autoridades locais se posicionaram nas proximidades do Vaticano para medir a influência do turismo religioso. Nesse dia, no intervalo de uma hora, entre 10h e 11h, 68 ônibus de excursão trafegaram pela Via da Conciliação (a ampla rua que liga Roma à Santa Sé) rumo à Basílica de São Pedro – uma impressionante média de um ônibus a cada 55 segundos. “O número de peregrinos aumentou muito, o que é comum acontecer apenas em julho, agosto e setembro, no verão. A beatificação está mexendo bastante com a população europeia e das Américas”, diz o padre jesuíta César Augusto dos Santos, responsável pelo programa brasileiro da Rádio Vaticano.
Nas cercanias da Santa Sé, um terço de metal, está sendo vendido por 10 euros (R$ 22) – o dobro do preço cobrado no mês passado. O mesmo reajuste foi aplicado em santinhos, rosários, ímãs de geladeira, canecas, canetas e sinos personalizados com a imagem do mais novo beato.
O Vaticano está revivendo uma movimentação semelhante à presenciada durante a morte de João Paulo II, há seis anos. O espírito que envolve os peregrinos, porém, é outro. Aquela tristeza que invadiu Roma, a amargura estampada no rosto das pessoas pelo fato de não ver mais aquela janela do Vaticano que se abria e por meio da qual um polonês fatigado e doente se esforçava para dizer que ainda estava perto de seus fiéis, deu lugar ao conforto. Quem faz um santo é o povo, e esse, desde a morte de João Paulo II, já dizia em coro “Santo súbito”, pedindo o reconhecimento oficial da Igreja. Tem sido uma alegria para os fiéis que visitam Roma ter novamente João Paulo II entre eles – dessa vez sendo motivo apenas de veneração.

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