domingo, 29 de março de 2015

Domingo de Ramos em nossa Paróquia

 Procissão de Ramos da Comunidade Nossa Senhora da Paz.




A chegada ao salão em construção, novo espaço de reunião, que acolhe a comunidade,  nesta Semana Santa, pela primeira vez.

Missa e Procissão de Ramos da Matriz de São Francisco de Assis e Santa Clara


sexta-feira, 27 de março de 2015

Milagres existem

Padre Joãozinho, scj

No dia 24 de maio de 2013 o Papa Francisco escreveu no Twitter:
Os milagres existem, mas é necessária a oração! Uma oração corajosa que luta e que persevera; não uma oração de circunstância.
A frase é breve e provocante. Inicia com uma profissão de fé no Deus que continua fazendo milagres. Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Para aqueles que transformaram o jovem de Nazaré em uma lenda presa ao passado ou num ícone que decora as paredes de uma igreja o papa recorda que curas milagres e prodígios continuam acontecendo. Quando perguntaram a Jesus se ele era o messias que deveria vir a este mundo ele simplesmente respondeu: “os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres” (Mt 11,5). Os milagres atestam a presença de Deus em seus gestos e palavras.
Porém a frase do papa não estaciona no tremendo e fascinante mundo dos milagres. No meio da frase existe um “mas”. Francisco lembra que é necessário esperar a solução do céu em oração. Rezar já é uma forma de ação. Deus espera de nós que façamos a nossa parte. Rezar é abrir o coração para receber o milagre que Deus tem preparado para cada dia. O próprio Jesus ensinou esta dinâmica da espera ativa quando disse: “Pedi e recebereis, batei e será aberto, buscai e achareis”. (Mt 7,7) A oração é o canteiro fecundo para receber a ajuda do alto. Pode ser oração de louvor, de clamor, de súplica, de ação de graças. O importante é rezar. Não basta falar sobre Deus. É preciso falar com Deus, ainda que só tenhamos reclamações e lágrimas. Ele sempre está disposto a nos escutar. A oração não é somente importante. Ela é necessária, diz o papa. Mas lembre-se que não somos nós que rezamos. Rezar é deixar que o Espírito Santo atue em nós a voz do Filho que clama “Abba, Pai” (Gl 4,6).  Portanto, a própria oração já é um milagre. É Jesus rezando por meio da nossa voz.
O papa Francisco ainda deu três características desta oração cristã:
1) Oração corajosa: rezamos a nossa realidade. Falamos para Deus que estamos vivendo naquele momento, sem rodeios. Rezar é abrir o coração e não apenas repetir fórmulas decoradas. Às vezes a melhor oração é contemplar silenciosamente o sacrário e não dizer nada. Deus entenderá o nosso olhar.
2) Oração comprometida: a prece nasce da vida e volta para ela sob a forma de compromisso com os irmãos. Quem reza de verdade vê o céu e quer que ele aconteça todos os dias na vida de alguém. Não se conforma que na terra haja tantos infernos. Rezar nos leva a uma santa indignação que move para a transformação da realidade. Se não acontecer isso a oração é alienada e serve apenas como remédio para nossas dores de cabeça. É um analgésico que não tem nada a ver com aquilo que ensinou Jesus.
3) Oração perseverante: não rezamos somente quando “a coisa aperta”. É preciso “rezar sem cessar” ou “em todas as circunstâncias”, como ensinava o apóstolo Paulo e não apenas em certas circunstâncias, como adverte Francisco. A oração deve se tornar um hábito que perpassa todo o nosso dia. Acordamos e fazemos o sinal da cruz. Elevamos um pensamento a Deus. Quem sabe você possa até mesmo ler o evangelho do dia e meditar alguns minutos. Assim a oração invadirá toda a sua existência. E ao deitar, eleve seu último pensamento ao Criador agradecendo pelo milagre de mais um dia!
Pe. Joãozinho, scj
João Carlos Almeida – Teólogo e educador

Quando termina a Quaresma? O que é Tríduo Pascal?

Fonte: Aletéia
A Quaresma, caminho rumo à Pascoa da Ressurreição, começa na Quarta-Feira de Cinzas e termina na Quinta-Feira Santa, com a chamada “hora nona” da Liturgia das Horas.
Ou seja, dura até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive (carta apostólica Mysterii Paschalis, 28). O documento utiliza o termo “exclusive”, não “inclusive”. Então, a Quaresma não inclui a Missa da Ceia do Senhor.
Com esta missa, à tarde, começa o Tríduo Pascal, que é o coração do ano litúrgico. Não podemos esquecer que o costume judaico-cristão considera o início do dia desde a sua véspera; por este motivo, a Sexta-Feira Santa começa no final da Quinta-Feira Santa.
Na Missa da Ceia do Senhor, Ele antecipa sua paixão; por isso, na missa, se faz o memorial da morte e ressurreição de Jesus.
“O Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor começa com a missa vespertina da Ceia do Senhor, tem seu centro na Vigília Pascal e termina com as Vésperas do domingo da Ressurreição” (carta apostólica Mysterii Paschalis, 19).
A palavra “tríduo” sugere a ideia de preparação. Às vezes nos preparamos para a festa de um santo com três dias de oração em sua honra, ou pedimos uma graça especial mediante um tríduo deorações.
A Quaresma é preparação, e o Tríduo Pascal se apresenta não como um tempo de preparação, mas como uma só coisa com a Páscoa. O tríduo é uma unidade e precisa ser considerado como tal; nele se dá a totalidade do mistério pascal.
A unidade do tríduo está no próprio Cristo: quando Ele aludia à sua paixão e morte, nunca as dissociava da sua ressurreição.
O Evangelho fala delas em seu conjunto: “Eles o condenarão à morte. E o entregarão aos pagãos para ser exposto às suas zombarias, açoitado e crucificado; mas ao terceiro dia ressuscitará” (Mt 20, 19).
A unidade do mistério pascal tem algo importante a nos ensinar: ela nos diz que a dor não somente é seguida pela alegria, mas que já a contém em si mesma.
O tríduo se refere também aos três dias aos quais Jesus se referiu quando disse: “Destruí vós este templo, e eu o reerguerei em três dias” (Jo 2, 19).
As diferentes fases do mistério pascal se estendem ao longo dos três dias, como em um tríptico: cada um dos três quadros ilustra uma parte da mesma cena; juntos, formam um todo. Cada quadro em si é completo, mas precisa ser visto em relação aos outros dois.

domingo, 15 de março de 2015

Papa Francisco anuncia Jubileu da Misericórdia

O Papa Francisco anunciou nesta sexta-feira, 13, um jubileu extraordinário que terá no centro a misericórdia de Deus. O “Ano Santo da Misericórdia” foi anunciado durante a homilia do Pontífice na celebração penitencial no dia em que completou dois anos de pontificado.

Em comunicado à imprensa, o Vaticano informou que o Jubileu da Misericórdia terá início na Solenidade da Imaculada Conceição 2015, no dia 8 de dezembro, e se concluirá no dia 20 de novembro de 2016, com a solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo.
“Queridos irmãos e irmãs, pensei em como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que inicia com uma conversão espiritual. Por isso, decidi realizar um Jubileu extraordinário que tenha no centro a misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da Palavra do Senhor: ‘Sejais misericordiosos como o Pai’ (Lc 6, 36)”, explicou o Pontífice na homilia.
Durante o Jubileu, as leituras para os domingos do tempo ordinário serão do Evangelho de Lucas, chamado “o evangelista da misericórdia”.
O anúncio oficial e solene do Ano Santo será com a leitura e publicação da Bula no Domingo da Divina Misericórdia, festa instituída por São João Paulo II que é celebrada no domingo depois da Páscoa, em 2015, no dia 12 de abril.
Rito inicial e organização
O rito inicial do jubileu será a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro. Trata-se de uma porta que é aberta somente durante o Ano Santo e simboliza o conceito de que, durante o Jubileu, é oferecido aos fiéis um “percurso extraordinário” para a salvação.
Têm uma Porta Santa as quatro maiores basílicas de Roma: São Pedro, São João Latrão, São Paulo Fora dos Muros e Santa Maria Maior. As portas dessas basílicas serão abertas sucessivamente à abertura daquela da Basílica de São Pedro.
A organização do Jubileu da Misericórdia foi confiada, pelo Papa, ao Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização.
História dos Jubileus
Antigamente entre os hebreus, o jubileu era um ano declarado santo e que acontecia a cada 50 anos, no qual se devia restituir a igualdade a todos os filhos de Israel.
A Igreja católica iniciou a tradição do Ano Santo com o Papa Bonifácio VIII em 1300. Ele planejou um jubileu por século. A partir de 1475, para possibilitar que cada geração vivesse pelo menos um Ano Santo, o jubileu ordinário passou a acontecer a cada 25 anos. Um jubileu extraordinário pode ser realizado em ocasião de um acontecimento de particular importância.
Até hoje, foram 26 Anos Santos ordinários. O último foi o Jubileu de 2000. Quanto aos jubileus extraordinários, o último foi o de 1983, instituído por João Paulo II pelos 1950 anos da Redenção.
A Igreja católica deu ao jubileu judaico um significado mais espiritual. Consiste em um perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e uma possibilidade de renovar a relação com Deus e com o próximo. Assim, o Ano Santo é sempre uma oportunidade para aprofundar a fé e viver com renovado empenho o testemunho cristão.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Dois anos com Papa Francisco

Fonte: Canção Nova
Praça de São Pedro lotada e uma chuva se misturava a uma fumaça meio branca meio cinzenta. Há 2 anos, quando apareceu na janela da Basílica da São Pedro como o novo Pontífice da Igreja Católica, o cardeal Argentino Jorge Mario Bergolio era uma surpresa para alguns e uma incógnita para outros. A novidade não era só pela procedência (primeiro Papa do continente americano), mas o próprio nome que escolheu para si. Francisco, repleto de significados devido à sua importância num dos períodos mais críticos da história da Igreja. O pobrezinho de Assis reconstruiu a Igreja de seu tempo e, agora, o Novo Francisco é chamado a reconstruir a Igreja, começando pela cabeça dela.

Em 2 anos de pontificado, Francisco tem sido uma síntese da ternura e do vigor que a Igreja dos nossos tempos precisa. Ele não tem medido esforços para buscar as reformas de que a Igreja necessita para ser cada vez mais fiel na sua missão de evangelizar. Assumiu a Reforma da Cúria Romana como uma das prioridades do seu trabalho. A Reforma começou pela sua própria vida. Abriu mão de privilégios e direitos e tem procurado uma vida mais austera e simples na qualidade de líder máximo da Igreja. Abriu mão dos seus aposentos para viver na Santa Marta com outros cardeais. Pediu rigor nas contas e gastos do Vaticano e total transparência na vida financeira da instituição. Não passou a mão na cabeça, nos erros e nas falhas que ela tenha cometido e decretou tolerância zero em relação à pratica de pedofilia por parte de qualquer um dos seus membros.

Francisco não tem focado seu ministério em viagens apostólicas, mas as poucas que fez foi repleta de significados e esperança. A primeira delas foi por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, aqui no Brasil, com poucos meses à frente da Igreja. Ele foi ao encontro do povo, dos jovens e dos mais sofridos. Ofereceu colo, afeto e a força do diálogo a todas as esferas da sociedade. Sua presença na Coreia do Sul e também nas Filipinas foi festiva e, ao mesmo tempo, sinal de um novo tempo para a Igreja no continente asiático. Francisco foi à Terra Santa como continuação do gesto que fez os seus predecessores, porém, mais do que focar sua viagem no fato de estar nos “lugares santos”, ele buscou ser uma ponte para o diálogo tenso entre palestinos e israelenses, e mostrou que a maior força da fé cristã é a promoção da pessoa humana e a paz entre os povos.

Líderes de todos os continentes já foram ao encontro do Papa Francisco. Ele tem sido um símbolo e uma força para a superação de conflitos históricos para a humanidade. Sua mediação foi fundamental para a aproximação entre EUA e Cuba e, sobretudo, para a retirada do embargo que havia de um país sobre o outro, após décadas sem nenhum diálogo ou aproximação. No Parlamento Europeu, ele foi a voz dos países mais pobres e a presença de comunhão e solidariedade entre as nações.

No papel de líder da maior religião em números demográficos, a evangelização tem sido o carro-chefe de sua missão. Francisco não promove o sectarismo nem a exaltação da doutrina e da moral católica como o bem maior da Igreja. Francisco se preocupa com a pessoa humana. Com sua dignidade e seus valores, combate toda e qualquer forma de cultura política, econômica ou religiosa que não privilegie o ser humano e sua dignidade. Ele não veio para mudar uma vírgula da Doutrina Católica, mas questiona seus métodos e meios de aplicação para os tempos de hoje. Sua atuação pastoral revela um Papa pastor que se preocupa com a ovelha machucada e excluída. Seu maior desafio não é promover a Igreja, mas sim os valores cristãos para uma sociedade secularizada e, muitas vezes, indiferente e machucada com as religiões.

sexta-feira, 6 de março de 2015

A história de Willy: "O morador de rua" que foi enterrado no Vaticano

Fonte: Blog Carmadélio

Todos na zona externa do Vaticano chamada Borgo conheciam o Willy Herteleer. “Borgo” é o bairro que fica ao norte da Praça São Pedro. Além dos bispos, religiosas, cardeais e romanos que moram por lá, nessa área há também muitos “moradores de rua”.
Participava toda manhã da Missa na Paróquia Pontifícia de Sant’Anna, justo fora de Borgo e dentro dos muros do Vaticano.
Seu aspecto ascético, a cruz pendurada no pescoço e seu carrinho de supermercado se converteram na bagagem que levava.
Willy recebia a eucaristia todos os dias. “O meu remédio é a Comunhão”, dizia sempre. Estava sempre bem asseado, mas não procurava atendimento médico com muita frequência.
Um de seus amigos mais próximos era um monsenhor italiano, uma religiosa norte-americana e um jornalista alemão. Eles foram as pessoas que o acompanharam no final de seus dias.
Willy morreu em dezembro, no hospital que costumava visitar perto do Vaticano, para usar os serviços higiênicos ou assear-se um pouco.
Ele tinha que ter uma boa aparência, pois passava os seus dias como um evangelizador nas ruas. Depois da Missa matutina, dedicava tempo para conversar com as pessoas.
“Quando foi a sua última confissão” perguntava para todos aqueles que encontrava. Você vai comungar? Vai à Missa?”.
Fazia a mesma pergunta aos outros “moradores de rua” com quem decidiu viver. Ele tinha escolhido essa vida.
Por um tempo viveu em um abrigo. “Sim, é bonito, acolhedor e limpo. Sim, comemos bem e as pessoas são boas”, dizia às pessoas. “Mas necessito liberdade. Amo a liberdade!”.
Willy preferia os seus amigos. Preferia as ruas. Preferia o bispo que lhe levava laranjas, os jornalistas que tiravam fotos.
Depois da missa, falava com o seu amigo, o Pe. Amerigo. “Obrigado por sua homilia pronunciada com tanta calma. Consegui entendê-la bem e me ajudou a meditar ao longo do dia”, disse ao sacerdote.
Tantas breves conversas, mas também retratos. Aqueles apresentados durante o seu funeral, no Colégio Alemão, chamado o Cemitério Teutónico, no Vaticano.
Mons. Amerigo Ciani foi durante muito tempo pintor, assim como cônego da Basílica de São Pedro. Suas exposições foram apresentadas inclusive internacionalmente, e fez dois quadros de Willy em seu ambiente.
Ele era uma das muitas pessoas que moram nas ruas ao redor de São Pedro, homens e mulheres que moram nas margens das rotas turísticas, que têm amigos em toda a vizinhança.
Em 12 de dezembro de 2014, Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, o Papa Francisco estava celebrando a Missa na Basílica de São Pedro pela padroeira da América e Willy faleceu. Seus amigos não o viram durante essa semana na Missa matutina, e começaram a procurá-lo.
Um deles, um alemão, Paul Badde, converteu-se recentemente em confrade da Confraria do Cemitério Teutônico. Ele propôs que Willy seja enterrado aí, entre os “confrades”.
O cemitério se remonta aos tempos de Carlos Magno, que concedeu essa parcela de terra junto à basílica para enterrar os peregrinos de terras alemãs e flamencas que pereceram em sua viagem.
A confraria está conformada de sacerdotes, homens e mulheres descendentes de alemães. Os sacerdotes alemães residem no campus, em uma residência justo ao lado do cemitério. Tudo está dentro do Vaticano, mas é de alguma forma autônomo e independente, um pequeno pedaço da Alemanha.
Seus amigos organizaram tudo, desde as difíceis permissões da Itália e Bélgica, onde Willy começou a sua vida. Fizeram contato com a sua família, seus quatro filhos, a quem Herteleer, de mais de 80 anos, não tinha visto em décadas.
Mons. Ciani concelebrou a Missa com o reitor do Cemitério Teutônico, Pe. Hans-Peter Fischer. Só alguns amigos assistiram, incluindo as Irmãs Franciscana da Eucaristia e Judith Zoebelein.
Willy vivia sozinho, mas não se sentia sozinho, disse Mons. Ciani na homilia. “A presença de Deus era forte e viva dentro dele. Rezava e rezava. Rezava pela conversão de todos, inclusive para que os estrangeiros se arrependam”.
E assim foi como acabou a história de Willy sobre a terra, com uma sepultura no cemitério do Vaticano, que por tradição aceita peregrinos alemães e flamencos, rodeado pelo carinho daqueles que estiveram perto dele em vida. Sua vida foi só aparentemente uma vida vivida nas margens.
O mais impressionante sobre a sua vida e morte não apareceu nas notícias. Nos jornais, sua história foi apresentada somente como um enterro “privilegiado” desejado por seus amigos, no discreto silêncio do amor.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Como surgiu a devoção à Sagrada Face de Jesus

Fonte: Blog Felipe de Aquino

Esta santa devoção teve origem com a impressão milagrosa do Rosto de Cristo no lenço de Verônica, uma tradição muito respeitada na Igreja. O Papa Bento XVI fez questão de venerar o Véu de Verônica na cidade de Manoppello na Itália, em setembro de 2006. Durante sua visita ao santuário, Bento XVI foi o primeiro Papa a poder novamente venerar a relíquia, meio milênio após seu desaparecimento da Basílica de São Pedro.

Esta devoção cresceu muito também por causa da importância que a Divina Face teve na vida de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Outro fato que fortaleceu a devoção foram os surpreendentes estudos da figura de JESUS no santo Sudário de Turim; além das revelações à Irmã M. Pierina de Micheli (†1945), a mensageira da Sagrada Face dos últimos tempos.

Em maio de 1938, a Virgem Santíssima mostrou (em visão mística) à Irmã Pierina, um escapulário formado de dois paninhos. Num ela viu a Face de JESUS com as palavras ao redor: “Ilumina, Domine, vultum tuum super nos” (“Senhor, fazei resplandecer a Vossa Face sobre nós”). No outro estavam escritas em volta de uma hóstia as palavras: “Mane nobiscum, domine” (Senhor ficai conosco). Lentamente Nossa Senhora se aproximou e disse:

“Escuta bem e transmite ao teu confessor que este escapulário é uma arma de defesa, escudo de fortaleza e penhor de misericórdia que JESUS quer dar ao mundo nestes tempos de sensualidade e de ódio contra DEUS e a Igreja. São poucos os verdadeiros apóstolos. É necessário um remédio divino e este remédio é a FACE de meu Filho.

Todos aqueles que usarem o escapulário, e sendo lhes possível, cada terça feira visitar o Santíssimo Sacramento fazendo “Uma Hora Santa”, para reparar os ultrajes que recebeu e continua recebendo meu Filho, cada dia, no Sacramento Eucarístico, serão fortificados na Fé, estarão prontos para defendê-la e hão de suportar todas as dificuldades internas e externas. Além disso morrerão serenamente sob o olhar de meu Filho”.

Semanas mais tarde JESUS apareceu também e disse:

“Quero que Minha FACE seja honrada com uma festa própria na Terça-feira da Quinquagésima (terça-feira de carnaval) e que esta festa seja preparada por uma novena durante a qual todos os fiéis façam Comigo reparação”.

Em vez de fazer escapulários a Irmã Pierina mandou cunhar medalhas. Preocupada por isso recorreu à Nossa Senhora que novamente lhe apareceu dizendo:

“Minha filha, não se preocupe, pois, o escapulário é substituído pela medalha com todas as promessas e favores. Só resta difundi-la mais ainda. Ora, interessa-me muito a festa da Sagrada FACE de meu Filho. Diga ao Papa que esta festa muito me interessa”.

Irmã M. Pierina falou três vezes ao Papa e o Sumo Pontífice, ciente do pedido do Céu, não se fez esperar. No dia 15 de março de 1957, havendo já aprovado a propagação da medalha, facultou a celebração da festa, isto é, aos Beneditinos Sivestrinos de Roma. Em 10 de janeiro de 1959 o Papa João XXIII concedeu a mesma licença, a todos os Bispos do Brasil.

Para merecer as graças prometidas é necessário:

Usar a medalha, contemplar com amor, muitas vezes a Sagrada FACE, zelar pela devoção, fazendo a Hora Santa, nas Terças-feiras, promover anualmente a novena em preparação à festa na terça-feira de carnaval, e seguindo o exemplo dos grandes devotos da Sagrada FACE, ler e meditar diariamente o Novo Testamento. Todos os dias rezar:

5 Pai Nossos; 5 Ave Marias; 5 Glórias; em honra das cinco chagas de Nosso Senhor JESUS CRISTO, rezando também a oração composta por Pio IX, e a aspiração que a segue:

“Ó meu JESUS, lançai sobre nós um olhar de misericórdia! Volvei Vossa Face para cada um de nós, como fizestes à Verônica, não para que A vejamos com os olhos corporais, pois não o merecemos. Mas volvei-A para os nossos corações, a fim de que, amparados sempre em Vós, possamos haurir nesta fonte inesgotável, as forças necessárias para nos entregarmos ao combate que temos que sustentar. Amém.

Senhor, mostrai-nos a Vossa Face e seremos salvos!”