terça-feira, 25 de março de 2014

10 dicas sobre evangelização ensinadas pela Irmã Cristina no ‘The Voice’

Carmadélio Souza
Fonte: Blog do Carmadélio


“Porque Deus não nos deu um Espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação” (II Tim 1,7)
A apresentação da Irmã Cristina Scuccia no “The Voice” foi uma verdadeira aula de evangelização para atingir o homem de hoje. Veja porque:


A – O senso de oportunidade e de coragem de sua comunidade que intuiu como vontade de Deus que a irmã Cristina saísse de sua zona de segurança e fosse participar de um evento que, em principio, seria um dos últimos lugares onde uma freira deveria ir, ainda por cima para cantar para um público exigente e livre que se expressa de forma muito espontânea, podendo sair pela culatra a tentativa ou ser o que foi: Impactante e surpreendente!

B – A escolha de uma música não religiosa como ponto de encontro para o diálogo com uma audiência que não estaria preparada nem na expectativa para ouvir algum hino religioso. Aprendemos que precisamos sempre pedir a Deus sabedoria para encontrar pontos em comum com as pessoas a serem evangelizadas (sempre é possível partir de algo que seja comum a nós como humanos, sem necessariamente, em princípio, partir de algo religioso). Isso significa uma estratégia de aproximação para, pouco a pouco, conduzir a pessoa ao encontro com Cristo. Não valorizar os pontos que nos separam, mas os pontos de convergência, os pontos que nos unem. Isso precisa ser aplicado para audiências mais hostis e resistentes, como parecia ser o caso ali. Ao abrir a porta de diálogo, posso ouvir e falar a mensagem com empatia e assim atingir corações.

C- O conhecimento e o reconhecimento dos dons que cada pessoa tem para evangelizar. A confiança de enviar uma pessoa que a comunidade sabia que tinha como cumprir a missão porque possuía o dom para isso.

Devemos evangelizar a partir dos nossos dons, do canto à escrita, sem inveja dos dons dos irmãos, mas sermos fieis a esse chamado e termos a confiança de que Deus vai conosco. TODO mundo pode evangelizar segundo o chamado especifico que o Senhor faz a cada um.

D- Ela se apresentou como freira, com roupa de freira, algo que poderia ser rejeitado pelo público, mas que funcionou como catalisador para atraí-lo. Não devemos deixar de ser quem somos para evangelizar. Era uma freira orgulhosa de ser freira e que compreendeu exatamente o que São Paulo quis nos dizer quando falou de “Ser fraco para ganhar os fracos”.

Partindo de sua apresentação:

1. Atreva-se a ir ao mundo sem perder de vista sua identidade e aquilo que expressa sua escolha de vida. O mundo não espera que sejamos aquilo que não somos, mas que sejamos capazes de falar a seus corações, sem condenação, mas com acolhida e simplicidade. Para o mundo, estranho seria uma freira não vestida como freira, pois tiraria uma das formas que expressam seu pertencimento a Deus e a Igreja.

Suas sapatilhas também evangelizaram e reforçaram a imagem visual de uma mulher de Deus.


2. Não tenha medo de evangelizar e de falar em uma linguagem que o mundo entenda, ao mesmo tempo em que sua própria vida seja a mais forte mensagem.

Falar a linguagem que o mundo entende tem a ver com a forma e não com o conteúdo. Dê o que ‘mundo’ precisa, não o que o ‘mundo quer’, mesmo que no início pareça que não haja diferença entre as duas necessidades.


3 – Seu testemunho de ir ao encontro das periferias existenciais para falar do amor de Deus pegará as pessoas (que nunca imaginaram que você fosse ao encontro delas) como uma absoluta e agradável surpresa.


4 – No caminho, você nunca deve ir só, mas enviado por sua comunidade, que estará a seu lado para apoiá-lo e animá-lo na missão evangelizadora. Assim, você será sustentado pela oração e pela entrega de vida ao Senhor que o envia.


5 – Deixe-se usar como instrumento de Deus e surpreenda aqueles que vivem como se Deus não existisse. Diga-lhes o quanto são amados, não se deixe impressionar por sua imagem e aparência, porque Deus sonda os corações. Os que menos pedem são os que mais precisam! Ame a todos, olhe nos seus olhos. “Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação” (Mário Quintana).


6. Use os dons que Deus lhe deu para a glória Dele e se entregue à missão com paixão e parresia: “Sim , sou real, sou uma freira de verdade. Eu tenho um dom e eu o partilho com os outros”, disse a freira quando perguntaram se ela era, de fato, o que aparentava ser. Ela não demonstrou nenhum desconforto com os avaliadores e escolheu, a meu ver, a pessoa mais amada, aquele que disse de si mesmo que era o “diabo” e que vai caminhar com ela durante todo o programa. Talvez até ele não achasse que fosse o escolhido, mas Deus o quis!


7 – Responda ao envio da Igreja. Ela disse, referindo-se ao Papa Francisco: “Ele tem nos convidado a sair para evangelizar, e é isto que eu estou fazendo! Deus não tira nada e nos dá tudo”. Ela não teve medo de dizer que sua missão era essa. Ela estava em sintonia com o que Deus pede hoje à Igreja através do querido Papa Francisco.


8- Seu semblante deve sempre irradiar a alegria e a humildade de quem tem algo a dar, sem passar a imagem de “dono da verdade” ou da arrogância da salvação que afasta as pessoas que se sentem, assim, prejulgadas.

O mundo fica sempre surpreendido quando nosso primeiro discurso é permeado de misericórdia e amor. No fundo, ele sabe onde está a verdade e a quer, mesmo que não saiba disso ainda.


9- Não tenha medo de ir ao encontro das pessoas e parta da realidade delas para conduzi-las à Verdade de Cristo. Faça-as a perceber que o que elas procuram se encontra em Jesus Cristo. Sua capacidade de ultrapassar seus próprios preconceitos sinaliza para elas também saírem de suas zonas de conforto onde nada de novo acontece e a vida se esvai na mediocridade da falta do sentido.


10 – Vá com a confiança de quem acredita que Deus sempre chega na frente e que Ele tem poder para preparar os corações das pessoas a serem atingidas por sua mensagem. Evangelizar não se faz contando apenas com a força da persuasão humana, mas principalmente com a força e com o poder de Deus. Deus tem como visitar o coração das pessoas de forma surpreendente, especialmente quando elas nem imaginam que sua ação está a acontecer.


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