terça-feira, 30 de setembro de 2014

Hoje celebramos São Jerônimo - 30 de setembro

Fonte: Paulinas

É incontestável o grande débito que a cultura e os cristãos, de todos os tempos, têm com este santo de inteligência brilhante e temperamento intratável. Jerônimo nasceu em uma família muito rica na Dalmácia, hoje Croácia, no ano 347. Com a morte dos pais, herdou uma boa fortuna, que aplicou na realização de sua vocação para os estudos, pois tinha uma inteligência privilegiada. Viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica e desfrutou a juventude com uma certa liberdade. Jerônimo estudou por toda a vida, viajando da Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor.


Ele foi batizado pelo papa Libério, já com 25 anos de idade. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos no deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte. Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379. Mas Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo.

Voltou para Roma em 382, chamado pelo papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia, do grego e do hebraico, para o latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda sua vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata" e tornou-se oficial no Concílo de Trento.

Romano de formação, Jerônimo era um enciclopédico. Sua obra literária revelou o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e eloqüente ao mesmo tempo. Dono de personalidade e temperamento fortíssimo, sua passagem despertava polêmicas ou entusiasmos.

Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos. Para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando, com um novo livro. Suas violências verbais não perdoavam ninguém. Teve palavras duras para Ambrósio, Basílio e para com o próprio Agostinho. Mas sempre amenizava as intemperanças do seu caráter para que prevalecesse o direito espiritual.

Jerônimo era fantástico, consciente de suas próprias culpas e de seus limites, tinha total clareza de seus merecimentos. Ao escrever o livro "Homens ilustres", concluiu-o com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu de velhice no ano 420, em 30 de setembro, em Belém. Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos e é celebrado no dia de sua morte.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

23 de setembro - São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). Seu nome verdadeiro era Francesco Forgione. Ainda criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, os quais via constantemente devido à grande familiaridade. Ainda pequenino havia se tornado amigo do seu Anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho.

Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário. Com quinze anos de idade entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, adotando o nome de “Frei Pio” e foi ordenado sacerdote em 10 de agosto de 1910 na Arquidiocese de Benevento. Após a ordenação, Padre Pio precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde e, em setembro desse mesmo ano, foi enviado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até o dia de sua morte.

Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio recebeu os estigmas, sinais da Paixão de Jesus Cristo, em seu próprio corpo. Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por meio desse sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do demônio, conhecido por ele como “barba azul”.

Torturado, tentado e testado muitas vezes pelo maligno, esse grande santo sabia muito da sua astúcia no afã de desviar os filhos de Deus do caminho da fé. Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como “Casa Alívio do Sofrimento”, que se tornou uma referência em toda a Europa. A fundação deste hospital se deu a 5 de maio de 1956.

Devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, Padre Pio cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadoras do amor e da paz de Deus, para serem instrumentos dessas virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos. Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nesta intenção. Essa Celebração Eucarística foi o caminho para o seu Calvário definitivo, na qual entregaria a alma e o corpo ao seu grande Amor: Nosso Senhor Jesus Cristo; e a última vez em que os seus filhos espirituais veriam a quem tanto amavam.

Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu.

Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II e canonizado no dia 16 de junho de 2002 também pelo saudoso Pontífice. Padre Pio dizia: “Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!”

São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

A justiça subversiva de Deus

“Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros” (Mt 20,8)


Outra parábola surpreendente de Jesus onde o protagonista é o dono da vinha, um homem bom e justo, que quer trabalho e pão para todos. Ao contá-la, certamente Jesus despertou nos ouvintes um desconcerto geral. Os trabalhadores são contratados em horários diferentes, ao longo do dia e, surpreendentemente, o dono da vinha paga a todos um denário, que era o que uma família precisava para viver cada dia na Galileia. Os que chegaram primeiro protestaram, considerando uma injustiça o fato de terem trabalhado mais e recebido o mesmo valor pela diária. 

Jesus revela uma concepção revolucionária de justiça do Pai. Deus desafia a justiça calculadora, autosuficiente. Nós achamos justiça pagar algo com seu preço equivalente. Mas Deus tem outros critérios: para Ele, justo é o que é bom. A justiça de Deus é idêntica à sua bondade. O dono da vinha pagou o salário que não era proporcional ao trabalho feito, mas sim proporcional às necessidades dos trabalhadores e de suas famílias. Ele não se fixa nos méritos de cada um, se trabalhou muitas horas ou se trabalhou poucas horas; o que lhe preocupa é que, esta noite, todos tenham o que comer.

A parábola também revela que o importante é a intensidade do trabalho e a intenção com que ele é realizado e não apenas sua duração; revela também que o trabalho a serviço do Senhor já é uma graça e um privilégio. No Reino não se trabalha por méritos ou para receber recompensa. A retribuição já está dada no fato de “trabalhar na vinha do Senhor”. 

Outro aspecto que a parábola deixa transparecer é que, além da relação de trabalho, baseada no rendimento e regida pela justiça, existe a relação amorosa, baseada na generosidade e regida pela bondade e pela ternura. Precisamente aos “primeiros” que foram trabalhar na vinha, o dono teve de recordar uma coisa que é absolutamente lógica: “o teu olho é mau porque eu sou bom?” 

A última palavra é a chave de todo o texto. Deus Pai se relaciona com seus filhos não a partir do critério do mérito segundo o rendimento, mas a partir da generosidade. Ele não anda calculando o que cada um merece. Isso é uma falsa ideia que serviu somente para ‘deformar” a imagem de Deus que todos nós carregamos dentro. Muita gente fundamenta sua fé num Deus “deformado”, porque é um Deus que se parece muito mais a um patrão que ajusta contas com seus criados do que um Pai que quer sempre que seus filhos vivam. Deus é generoso, e basta. 

As pessoas que tem em sua cabeça o Deus-patrão, que paga segundo os méritos e o rendimento, não entendem e nem podem entender o Deus-Pai revelado por Jesus no Evangelho.

Há cristãos que passam pela vida como “diaristas”, calculando o que vão “ganhar” e “merecer”. E há cristãos que caminham pela vida como “filhos” do Pai do céu: eles não pensam em ganhos e em merecimentos; só pensam em ser bons filhos, honrados por trabalharem na vinha do Pai e que vibram quando alguém acolhe o chamado para colaborar. Para eles o que importa não são os “méritos”, mas a “generosidade”.

Em geral, aqueles que veem a si mesmos como os “primeiros” e, portanto, como os que apresentam maior rendimento, os mais eficazes e os melhores, o que fazem mais pelos outros, não podem tolerar que os “últimos” sejam tratados como eles, que veem a vida somente a partir da eficácia, dos direitos, dos privilégios e do bom rendimento. Não possuem outros critérios em sua cabeça e nem sequer em suas vidas há lugar para outras categorias ou outros valores. 

Ora, as pessoas que assimilaram tais critérios são pessoas que não entendem as “razões do coração” e, portanto, tais pessoas correm o perigo de não entender a generosidade e, o que é pior, normalmente não estão capacitadas para compreender que a vida tem de se reger por uma bondade tão grande que supere todas as obrigações do direito e da justiça humana. 

Ao dizer isso, estamos tocando na utopia do Reino anunciado por Jesus. Por isso, a ética de Jesus nos desconcerta, nos confunde. Pois não temos a coragem de afirmar que na vida inteira, tanto na vida privada quanto na vida social e pública, se não é a bondade e o amor que prevalecem, fazemos desta vida uma selva, um campo de batalha, um inferno, no qual caem os mais fracos e tiram proveito os que dominam os outros.

Sabemos muito bem que todo aquele que pretende situar-se na frente ou acima dos outros provoca divisão, inveja, ressentimentos e, definitivamente, rompe a proximidade entre as pessoas.

Ao contrário, aquele que não pretende postos de honra e de importância, somente pelo fato de agir assim, produz uma corrente de harmonia, de união, de humanidade, de proximidade entre as pessoas.

Na parábola de hoje há um “pecado de raiz” que afeta a todos: a comparação com outros. E da comparação brotam a inveja e a queixa. E quanto mais se compara com outros, mais insatisfeito fica e mais se sente prejudicado por Deus e pelo destino. Com isso, trava o fluir da própria vida.

Na parábola, o que deveria ser um motivo de alegria para os primeiros que foram chamados, é sentido como ameaça à própria segurança. Quando ouvimos as palavras dos “primeiros” – justificando-se e pedindo reconhecimento - percebemos uma queixa mais profunda. É a que vem do coração que acha que nunca receberam o que lhe era devido. Na sua queixa, o trabalho é visto como escravidão. 

É a queixa expressa de inúmeras maneiras, sutis ou não, formando uma montanha de ressentimento. Fechados em si mesmos, só olham para si, para suas obras, para a duração do seu trabalho; encouraçados na própria justiça, não há neles a mais mínima abertura para a gratuidade e a alegria da comunhão, para a vivência da filiação e da fraternidade. 

Queixar-se é contraproducente e nocivo. Alguém que só reclama é alguém difícil de conviver.

O trágico é que, uma vez expressa, a lamúria leva ao que mais se queria evitar: um afastamento maior. Essa queixa íntima é sombria e pesada: condenação dos outros, condenação própria, justificativas... entrando numa espiral de auto-rejeição. À medida que se deixa arrastar ao interior do vasto labirinto das suas queixas, fica mais e mais perdido, até que, no fim, acaba achando-se a pessoa mais incompreendida, rejeitada, negligenciada e desprezada do mundo. 

É esta derrota – caracterizada por julgamento e condenação, raiva e ressentimento, amargura e ciúme – que é tão perniciosa e prejudicial ao coração humano. Tornou-se menos livre, menos espontâneo e um tanto quanto “pesado”.

Texto bíblico: Mt 20,1-16 

Na oração: - é na “queixa”, declarada ou não, que reconheço em mim a imagem dos “trabalhadores da primeira hora”. Quais são minhas queixas?

- não é fácil distinguir o meu ressentimento e administrá-lo de maneira sensata; esta é a realidade: onde quer que se encontre meu lado virtuoso, aí também existirá sempre um lado queixoso e ressentido;

- abrir espaço em meu interior para que a bondade e a gratuidade do Pai prevaleçam na minha relação com os outros.

Pe. Adroaldo Palaoro sj  (Diretor do Centro de Espiritualidade Inaciana - CEI)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Papa aos casais: jamais terminem o dia sem fazer as pazes

Fonte: Rádio Vaticano
No início da manhã de domingo (14), a Igreja participou da alegria de 20 casais. O Papa Francisco celebrou a Santa Missa com o Sacramento do Matrimônio. A Basílica de São Pedro, em dia de festa, emoção e oração, ficou repleta de pais e familiares dos noivos. Diante de Deus, os casais realizaram a comunhão para a vida inteira. 
Na sua homilia, o Papap Francisco fez referência ao Livro dos Números, sobre o caminho do povo no deserto. “Pensemos naquele povo em marcha, guiado por Moisés! Era formado, sobretudo, porfamílias: pais, mães, filhos, avós; homens e mulheres de todas as idades, muitas crianças, com idosos que sentiam dificuldade em caminhar.” Aquele povo que, segundo o Papa Francisco, faz lembrar a Igreja em caminho no deserto do nosso mundo atual. Lembra ainda “o Povo de Deus que é composto, na sua maioria, por famílias”. 
"Isso faz pensar nas famílias, nas nossas famílias, em caminho pelas estradas da vida, na história de cada dia. É incalculável a força, a carga de humanidade presente numa família: a ajuda mútua, o acompanhamento educativo, as relações que crescem com o crescimento das pessoas, a partilha das alegrias e das dificuldades. As famílias constituem o primeiro lugar onde nos formamos como pessoas e, ao mesmo tempo, são os ‘tijolos’ para a construção da sociedade." 

Ainda em relação à narração bíblica, o Santo Padre recordou que, a certa altura, o povo israelita ‘não suportou o caminho’. Estavam cansados, com falta a água e comendo apenas o ‘maná’, um alimento prodigioso, dado por Deus, mas que, naquele momento de crise, parecia pouco. Então, diz Papa Francisco, eles se lamentam e protestam contra Deus e contra Moisés, questionando-se: ‘Por que nos fizestes sair do Egito?’. Sentem a tentação de voltar para trás, de abandonar o caminho. 

"Isso nos faz pensar nos casais que ‘não suportam o caminho’ da vida conjugal e familiar. A fadiga do caminho torna-se um cansaço interior; perdem o gosto do Matrimônio, deixam de ir buscar água à fonte do Sacramento. A vida diária torna-se pesada, tantas vezes, ‘nauseante’." 

Naquele momento de extravio, diz a Bíblia, é que chegam as serpentes venenosas que mordem as pessoas; e muitas morrem. “Esse fato provoca o arrependimento do povo”, comenta o Santo Padre, “que pede perdão a Moisés, suplicando-lhe que reze ao Senhor para afastar as serpentes. Moisés pede ao Senhor, que lhe dá o remédio: uma serpente de bronze, pendurada num poste”. Quem olhar para ela, fica curado do veneno mortal das serpentes. Um símbolo, segundo Francisco, que Deus não elimina as serpentes, mas oferece um ‘antídoto’: Deus transmite a sua força que cura, ou seja, a sua misericórdia, mais forte que o veneno do tentador. 
"O remédio que Deus oferece ao povo vale também e de modo particular para os casais que 'não suportam o caminho' e acabam mordidos pelas tentações do desânimo, da infidelidade, do retrocesso, do abandono. Também a eles Deus Pai entrega o seu Filho Jesus, não para os condenar, mas para os salvar: se se entregarem a Jesus, Ele os cura com o amor misericordioso que jorra da sua Cruz, com a força duma graça que regenera e põe de novo a caminhar pela estrada da vida conjugal e familiar. O amor de Jesus, que abençoou e consagrou a união dos esposos, é capaz de manter o seu amor e de o renovar quando humanamente se perde, rompe, esgota. O amor de Cristo pode restituir aos esposos a alegria de caminharem juntos. Pois o matrimônio é isso: o caminho conjunto de um homem e de uma mulher, no qual o homem tem o dever de ajudar a esposa a ser mais mulher, e a mulher tem o dever de ajudar o marido a ser mais homem. É uma tarefa que vocês tem entre vocês. É a reciprocidade das diferenças. Não é um caminho suave, sem conflitos, não! Não seria humano. É uma viagem laboriosa, por vezes difícil, chegando mesmo a ser conflituosa, mas isso é a vida!" 

O Santo Padre finaliza a homilia fazendo a relação entre o povo de Moisés e as famílias, que sempre estão em caminho. Francisco oferece suas palavras voltadas ao caminho do Matrimônio, através, inclusive, de gestos de afeto e carinho que têm a força de destruir as mágoas no final do dia. 

"É normal que os esposos briguem. É normal. Sempre acontece. Mas eu aconselho vocês para jamais terminarem o dia sem fazerem as pazes. É suficiente um pequeno gesto. Assim se continua a caminhar. O matrimônio é símbolo da vida, da vida real, não é uma ‘ficção’! É sacramento do amor de Cristo e da Igreja, um amor que tem na Cruz a sua confirmação e garantia. Desejo a todos vocês, um bonito caminho, um caminho fecundo, que o amor cresça. Desejo felicidades. Existirão cruzes, mas Deus estará ali, para conduzir adiante."

O bispo de Roma, antes da bênção nupcial e entrega dos anéis, fez o questionamento do consenso conjugal a cada casal, desde a noiva mais jovem do casamento coletivo que tinha 25 anos, até o noivo mais velho, com 56 anos


sábado, 13 de setembro de 2014

A cultura do encontro

Gabriel Chalita
Desde que o mundo conheceu o novo papa, somos todos – católicos ou não – surpreendidos por sua sabedoria e simplicidade. Francisco é um homem de palavras exatas. De reflexões singelas e provocativas. Ocupa-se, incansavelmente, de nos atentar para as evidências que, na velocidade da vida moderna, deixamos de enxergar, de ponderar.
Em sua rede social, com 14 milhões de seguidores, o papa nos chama para o cuidado com os idosos: "Às vezes descartamos os idosos, mas eles são um tesouro precioso: descartá-los, para além de ser injusto, é uma perda irreparável”. Alerta-nos contra a cultura do descartável. Da injustiça. Convoca-nos, enfim, à missão de paz e bem. “Fazei-me instrumento de Vossa paz”, como disse o outro Francisco, o santo de Assis. O revolucionário do Amor.
Apenas o amor pelo próximo nos faz enxergar a face de Deus. Descartar nosso irmão é desconhecer nossa essência. Somos carentes uns dos outros. Em qualquer idade. No caso dos idosos, há uma razão a mais: é desperdício não aprender com sua sabedoria e experiência. Os idosos, assim como os jovens, constroem a sociedade, sustentam-na, alimentam-na em sua fonte de conhecimento, de histórias, de continuidade da família, de vir-a-ser. Edifiquemos a cultura da inclusão, do encontro, do acolhimento.
Pesquisas revelam que a população mundial vem envelhecendo, e a pirâmide etária, antes triangular, tende a se transformar. As pessoas estão vivendo cada vez mais. Além disso, nota-se uma participação mais ativa dos idosos, seja na continuidade do trabalho ou do estudo, seja na contribuição orçamentária às famílias. É evidente a importância da mudança do estereótipo do idoso e de sua inclusão.
Sigamos os exemplos da milenaridade das culturas que respeitam e dedicam a seus idosos posição de destaque no tecido social; amemos os que se empenharam em construir o que somos. Continuemos. Juntos. Sem descartar ninguém.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Primeiro registro histórico de uma Santa Missa

Fonte: Jesus Bom Pastor
Desde o século II temos o testemunho de São Justino sobre as grandes linhas do desenrolar da Celebração Eucarística, que permaneceram as mesmas até os nossos dias. O relato, a seguir, data do ano de 155:
“No dia do Sol, como é chamado, reúnem-se num mesmo lugar os habitantes, quer das cidades, quer dos campos. Lêem-se, na medida em que o tempo o permite, ora os comentários dos Apóstolos, ora os escritos dos Profetas. Depois, quando o leitor terminou, o que preside toma a palavra para aconselhar e exortar à imitação de tão sublimes ensinamentos. A seguir, pomo-nos todos de pé e elevamos as nossas preces por nós mesmos e por todos os outros, onde quer que estejam, a fim de sermos considerados justos pela nossa vida e pelas nossas ações, e fiéis aos mandamentos, para assim obtermos a salvação eterna.
Quando as orações terminaram, saudamo-nos uns aos outros com um ósculo. Em seguida, leva-se àquele que preside pão e um cálice de água e de vinho misturados. Ele os toma e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, no nome do Filho e do Espírito Santo e rende graças longamente pelo fato de termos sido julgados dignos destes dons.
Terminadas as orações e as ações de graças, todo o povo presente prorrompe numa aclamação dizendo: Amém.
Depois de o presidente ter feito a ação de graças e o povo ter respondido, os que entre nós se chamam diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água ‘eucaristizados’ e levam também aos ausentes.”
O Catecismo da Igreja Católica dedica um longo espaço para o estudo e aprofundamento deste sacramento importantíssimo, que é a Eucaristia. Vale a pena ler e refletir os parágrafos do 1345 ao 1419.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Mês da Sagrada Escritura

Dom Paulo Francisco Machado
Bispo de Uberlândia

Neste mês somos convidados pela mãe Igreja a buscar a sabedoria que vem do alto, mas essa não pode ser alcançada pela pessoa humana se o próprio Deus não se aproxima de nós, se não vem ao nosso encontro cheio de amor, de bondade. Recordamo-nos aqui das solenes palavras do Concílio Vaticano: Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias, que são os últimos, através de Seu Filho (Hb 1, 1-2). Com efeito, enviou o Seu Filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus (cfr Jo 1, 1-18). Jesus Cristo, Verbo feito carne, enviado "como homem para os homens", "fala, portanto, as palavras de Deus" (Jo 3,34) e consuma a obra de salvação que o Pai lhe mandou realizar (cfr Jo 5,36; 17,4). 
Portanto, o que Deus fez foi muito mais do que nos enviar uma amorosa carta, repleta de ternura. Ele não abandona a criatura, mas assume integralmente a nossa natureza, mostra-nos sua face e enche os nossos ouvidos das divinas palavras de Vida Eterna.
Será preciso ter sempre em mente, que nós, cristãos não somos o "povo do livro", mas seguidores, discípulos de Jesus Cristo. Ora, só é autêntico discípulo, quem ouve e atende a voz do Mestre. Foi a Igreja quem guardou os ensinamentos de seu Mestre e, hoje, os transmite a nós. Ela toma a Palavra de Deus e a proclama em cada celebração dos sacramentos e sacramentais. Parodiando o sacerdote e mártir africano Saturnino, morto em 304, sob a perseguição de Dioclesiano, podemos afirmar: "sem a Palavra de Deus (Bíblia) não podemos viver". 
No mês da Sagrada Escritura cabe-nos ter mair consciência da importância da Palavra de Deus para toda a vida cristã, não só ao ouvi-la com grande atenção e cuidado nas celebrações, mas também, no nosso dia a dia, fazendo da Mensagem Divina as delícias do nosso coração, pois conforme afirmava Orígenes "não se pode ser discípulo sem recostar nossa cabeça no peito de Jesus", isto é, sem ouvir as amorosas batidas de seu Divino Coração que nos fala "palavras de Vida Eterna".
Meu irmão, minha irmã como está a sua Bíblia: empoeirada num canto de estante, enfeitando o ambiente, mas não a sua vida? Ou, ensebada pelos seus dedos, marcada em algumas passagens, lida, relida, meditada, com as manchas de suas lágrimas, e finalmente espelhando seus sorrisos e alegrias?
Toma, pois, o Livro e lê!

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Hoje a Igreja celebra o dia da Beata Madre Teresa de Calcutá

Fonte: ACI Digital
“Se de verdade queremos que haja paz no mundo, comecemos por amar-nos uns aos outros no seio das nossas próprias famílias”, costumava dizer a Beata Madre Teresa de Calcutá, cuja festa se celebra no dia 05 de setembro.
O testemunho da Madre Teresa de servir a Cristo nos “mais pobres entre os pobres” ensinou que a maior pobreza não estava nos subúrbios de Calcutá, mas nos países “ricos” quando falta o amor ou nas sociedades que permitem o aborto.
"Para mim, as nações que legalizaram o aborto são as nações mais pobres, têm medo de uma criança não nascida e a criança tem que morrer", disse.
Neste sentido, estava convencida da importância do fortalecimento das famílias para alcançar um mundo de paz.
“Em todo mundo se comprova uma angústia terrível, uma espantosa fome de amor. Levemos, portanto, a oração para as nossas famílias, levemo-la para as nossas crianças, ensinemos-lhes a rezar. Pois uma criança que ora, é uma criança feliz. Família que reza é uma família unida”.
Em 1979 foi homenageada com o Prêmio Nobel da Paz. Porém, isso não a encheu de vangloria, mas buscou levar as almas a Deus. Tal como o recordou São João Paulo II durante a beatificação de Madre Teresa em 19 de outubro de 2003.
“Satisfazer a sede que Jesus tem de amor e de almas, em união com Maria, Sua Mãe, tinha-se tornado a única finalidade da existência de Madre Teresa, e a força interior que a fazia superar-se a si mesma e ‘ir depressa’ de uma parte a outra do mundo, a fim de se comprometer pela salvação e santificação dos mais pobres”, ressaltou.
Em uma entrevista à revista brasileira missionária “Sem Fronteiras” (1997) perguntaram-lhe sobre a mensagem que gostaria de nos deixar, e respondeu o seguinte:
“Amem-se uns aos outros, como Jesus ama a cada um de vocês. Não tenho nada que acrescentar à mensagem que Jesus nos transmitiu. Para poder amar, é preciso ter um coração puro e é preciso rezar. O fruto da oração é o aprofundamento da fé. O fruto da fé é o amor. E o fruto do amor é o serviço ao próximo. Isso nos conduz à paz.”.