quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Agostinho, o filho das lágrimas

Fonte: Christo Nihil Praeponere

As Confissões de Santo Agostinho não são apenas o retrato extraordinário desta alma tão grande, cuja sombra cobriu não só a Idade Média, como toda a história da humanidade. Por trás do gênio de Agostinho estão as súplicas e o fervor incansável de uma mãe. A autobiografia deste doutor da Igreja inclui, em suas páginas, a incrível história de Santa Mônica, que orou dia e noite para que seu filho pagão se encontrasse com a Igreja e se fizesse seu filho.
A primeira grande lição da vida de Mônica está no valor do sofrimento escondido. De fato, são inúmeras as vezes que Santo Agostinho interrompe a narrativa de sua vida para falar das devotadas lágrimas de sua mãe: “Minha mãe, tua fiel serva, chorava-me diante de ti muito mais do que as outras mães costumam chorar sobre o cadáver dos filhos, pois via a morte de minha alma com a fé e o espírito que havia recebido de ti” [1]; “Tuas mãos, meu Deus, no segredo de tua providência, não abandonavam minha alma; e minha mãe, dia e noite, não deixava de te oferecer em sacrifício por mim o sangue de seu coração, na forma de suas lágrimas” [2].

“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai que está no escondido. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa” [3]. Aquele pranto, que engendrou a conversão e a santidade de um dos santos e escritores mais aclamados do mundo, ficou oculto; enquanto as grandes obras de Agostinho ainda hoje gritam ao mundo as verdades eternas, as lágrimas e os cuidados de Santa Mônica, silenciosos, não queriam ganhar um livro, mas tão somente a alma de seu filho: preciosas lágrimas, que tão grande valor tiveram diante de Deus; notáveis cuidados, que, conta Agostinho, “para me gerar em espírito eram piores que os que [ela] suportava quando me concebeu pela carne” [4].

Certa vez, preocupada com a adesão de seu filho à heresia maniqueísta, Mônica procurou a ajuda de um bispo, instando-o para que conversasse com Agostinho e o convencesse do erro dessa doutrina. O bispo se negava a fazê-lo, dizendo que o rapaz descobriria por si mesmo o engano em que se encontrava. Mas, Mônica não se contentava e continuava suplicando ao bispo que fizesse alguma coisa. “Já com certo enfado de sua insistência”, ele respondeu à santa: “Vai-te em paz, mulher, e continua a viver assim, que não é possível que pereça o filho de tantas lágrimas” [5].

O segundo ensinamento de Santa Mônica está em seu testemunho valoroso de mãe, que transformou a sua afeição natural pelo filho em amor verdadeiramente virtuoso, de caridade. De fato, antes de partir para Roma, Agostinho escreve que ela, “como todas as mães, e ainda mais que a maioria delas, desejava manter-me junto de si, (...) buscando em lágrimas ao que com gemidos havia dado à luz” [6].

Auxiliada pela graça de Deus, no entanto, Mônica supera o apego por Agostinho para amá-lo em Deus. Com efeito, tendo presenciado a conversão do filho à fé católica, esta santa mulher deixa o seguinte testamento:
“Filho, quanto a mim, já nada me atrai nesta vida. Não sei o que faço ainda aqui, nem por que ainda estou aqui, se já se desvaneceram pra mim todas as esperanças do mundo. Uma só coisa me fazia desejar viver um pouco mais, e era ver-te católico antes de morrer. Deus me concedeu esta graça superabundantemente, pois te vejo desprezar a felicidade terrena para servi-lo. Que faço, pois, aqui?” [7]

Impossível não lembrar os suspiros apaixonados que Santa Teresa de Jesus dirigia a Nosso Senhor, quase que morrendo por não poder morrer. É o que anseiam as almas que amam ordenadamente este mundo: nada mais querem nele senão a glória de Deus e a salvação das almas.

Em 387, na cidade de Óstia, poucos dias depois de uma memorável experiência mística com seu filho, partiu Mônica para o Céu, deixando como último desejo que rezassem por ela “diante do altar do Senhor” [8]. Hoje, nos altares do mundo inteiro, todos os cristãos celebram a memória de seu filho e cantam agradecidos a Deus pela vida desta santa mulher, mãe e esposa, que, com suas orações e súplicas, deu à humanidade um grande exemplo de amor e um santo bispo e doutor da Igreja.

Santo Agostinho e Santa Mônica, rogai por nós!

terça-feira, 26 de agosto de 2014

As Bem-aventuranças do catequista

Fonte: Catequese hoje
Ser catequista é ser encantador de gente, como Jesus foi. Ser encantador de gente se aprimora com o tempo e talvez seja uma das coisas mais lindas do Catequista: ser capaz de “abrir os olhos” das pessoas para a vida, para si mesmas, para o sagrado mistério do mundo e de Deus.
É uma delícia ser catequista, mesmo em meio a dor, sofrimento, dúvidas e decepções. Por isso, o catequista precisa ser declarado Feliz ou Bem-Aventurado:
Bem-aventurado o catequista que se sente chamado, no fundo do fundo de si mesmo, para essa missão. Foi capaz de ouvir a voz amorosa de Deus que o convida a ser companheiro na tarefa de construir um mundo novo. 
Bem-aventurado o catequista que se descobre incompleto e, por isso, se coloca a caminho, em busca de formação, de reflexões, de conversas, de partilhas de experiências. É capaz de perder noites de sono, de dedicar dias inteiros a estudar, a ler bons livros, porque sabe que a educação da fé é uma arte que precisa de muita dedicação.
Bem-aventurado o catequista que se esforça para participar do seu grupo de catequistas porque acredita que o trabalho em conjunto é capaz de remover obstáculos e criar coisas novas. Sabe que a amizade é o encantador tempero da caminhada e da vida. 
Bem-aventurado o catequista que, mesmo sem recursos disponíveis, aprendeu a ser criativo, sobretudo na arte de ser amigo dos catequizandos e soube inventar lugares e meios para anunciar a beleza de ser cristão e viver em comunidade.
Bem-aventurado o teimoso catequista que não desiste diante de desafios que aparecem na Igreja, na comunidade, no grupo de catequistas, no trabalho com os catequizandos. É capaz de "chorar as mágoas”, sem endurecer o coração. Tem o dom de se alegrar imensamente com as pequeninas conquistas e passos dados. 
Bem-aventurado o catequista que descobriu a internet e as redes sociais como lugar de evangelização. Percebeu que Deus se revela em todo lugar. Está atento às novas linguagens e tem na música, na arte, no cinema, na poesia, formas privilegiadas para a transmissão da fé no mundo de hoje. 
Bem-aventurado o catequista que percebeu que, sem a Beleza a experiência cristã e a catequese permanecem incompletas, porque Deus é Beleza, esplendor e espanto. A educação da fé provoca admiração, sobressaltos de infinito, paixão pelo Absoluto, uma inexplicável emoção que nos derruba nos caminhos de Damasco, que são os de todas as vidas e nos faz novos e inquietos. 
Bem-aventurado o catequista que, apaixonado pela Palavra de Deus, descobriu na experiência de seguir Jesus Cristo a alegria de viver e, por isso, anuncia a Fé na Vida. Procura ser íntegro, justo, solidário, verdadeiro, de bem com a vida, comprometido com a comunidade de fé. 
Bem-aventurados os catequistas que foram e são capazes de inspirar a caminhada, agregar pessoas, vislumbrar novos horizontes para a catequese neste país. Souberam prever ou apontar desafios e saídas em momentos de crise e escuridão. Conseguiram manter acesa a chama da alegria, apesar dos dramas que surgem no cumprimento da missão.
Não se trata de ser perfeito, mas consciente da sua imperfeição, o catequista é Feliz porque ama e se deixa surpreender pelo amor de Deus. 
Lucimara Trevizan
Coordenadora da Comissão de Catequese do Regional Leste 2

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Papa recorda viagem à Coreia e destaca a importância dos leigos

Fonte: Aleteia

O Papa Francisco dedicou a catequese desta quarta-feira à sua recente viagem à Coreia: “Lá, encontrei uma Igreja jovem, fundada no testemunho dos mártires e animada pelo espírito missionário”, disse. 
Para Francisco, esta viagem apostólica se condensa em três palavras: memória, esperança e testemunho. No contexto coreano, a Igreja custodia a memória e a esperança: 
“É uma família espiritual onde os adultos transmitem aos jovens a chama da fé recebida por seus antepassados; e a memória das testemunhas se torna um novo testemunho no presente e esperança do futuro”, explicou. Para Francisco, este foi o enfoque dos principais eventos da viagem: a beatificação dos 124 mártires coreanos e o encontro com os jovens, por ocasião da VI Jornada Asiática da Juventude. 
Em seguida, foi ressaltado o papel primário desempenhado pelos leigos na Igreja coreana desde os seus primórdios. O Papa contou aos fiéis que a comunidade cristã na Coréia não foi fundada por missionários, mas por um grupo de jovens coreanos do século XVIII que, fascinados por alguns escritos cristãos, os estudaram e os adotaram como regra de vida. 
“Um deles foi enviado a Pequim para receber o Batismo e na volta, batizou seus companheiros. A partir deste primeiro núcleo, se desenvolveu uma grande comunidade que desde o início e durante cem anos, sofreu violentas perseguições e teve milhares de mártires. Deste modo, a Igreja coreana se baseia na fé, no engajamento missionário e no martírio dos leigos”. 
O Papa continuou recordando: “Assim como os primeiros cristãos coreanos praticaram o amor fraterno que supera toda diferença social, encorajei os cristãos de hoje a serem generosos com os mais pobres e excluídos”.
Concluindo a catequese, Francisco afirmou que a história da fé na Coreia demonstra que Cristo não anula as culturas, não cancela o caminho dos povos que buscam a verdade e praticam o amor a Deus e ao próximo. Cristo não extingue o que é bom, mas o completa. 
“Cristo combate e derrota o maligno, que semeia o perverso entre os homens e entre os povos, que provoca exclusão em favor da idolatria do dinheiro; que espalha veneno no coração dos jovens. Se, no entanto, ficarmos Nele, em Seu amor, nós também, como os mártires, poderemos viver e testemunhar sua vitória. Com esta certeza, rezemos por todos os filhos e filhas da Península Coreana que sofrem as consequências de guerras e divisões, para que possam realizar um caminho de fraternidade e plena reconciliação”. 
Pedindo a intercessão de Maria para que acompanhe o nosso caminho, nos ampare nas fadigas, conforte os sofredores e mantenha aberto o horizonte da esperança, o Papa concedeu a sua bênção a todos, rogando paz e prosperidade para os coreanos. 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

«Juventude da Ásia, levanta-te! A glória dos mártires resplandece em ti». A luz de Cristo ressuscitado brilha como num espelho no testemunho de Paul Yun Ji-chung e de 123 companheiros, todos mártires da fé, que proclamarei beatos no dia 16 de agosto, em Seoul. (Papa Francisco)

Papa defende a paz entre as Coreias por meio do diálogo

Fonte: Aleteia
O papa Francisco fez nesta quinta-feira em Seul uma apelo às duas Coreias para que superem as "recriminações" e interrompam "a mobilização de forças", ao destacar que a paz só poderá ser alcançada com o diálogo e o perdão.
Diante da presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, e de várias autoridades do país, o pontífice elogiou "os esforços feitos a favor da reconciliação e da estabilidade na península coreana", o "único caminho para uma paz duradoura".
O papa, que falou em inglês pela primeira vez em um evento oficial, evitou cuidadosamente citar o regime comunista norte-coreano, apesar das referências às injustiças, perseguições e mobilização de forças que representaram uma alusão a Pyongyang.
As palavras "comunismo" ou "marxismo" não foram citadas no discurso de Francisco.
"A diplomacia, como arte do possível, se baseia na convicção firme e perseverante de que se pode alcançar a paz através da escuta tranquila e do diálogo, mais do que através de recriminações mútuas, críticas estéreis e mobilização de forças", destacou o pontífice.

Na Coreia, uma igreja mártir e corajosa

Fonte: Zenit

Publicado nesta quarta-feira, 13 de agosto, o testemunho de um missionário dp PIME (Pontifício Instituto das Missões Exteriores), referente à Coreia, no dia da chegada do Papa

“Escrevo do Vietnã, onde estou há já uma semana, aos leitores de Zenit. Encontrei-me com a realidade de uma Igreja corajosa e bem presente, perseguida por séculos mas bem enraizada na vida dos cristãos; fecundada pelo sangue dos mártires que resiste silenciosamente ao controle do regime comunista.

Cerca de 10 por cento da população vietnamita é católica. Dentro do âmbito geográfico das paróquias e das igrejas são iniciativas e celebrações, como aquela comovente de hoje, 13 de agosto, no Centro Mariano de Bai Dau Vung Tau, com a participação de cerca de trinta mil católicos, evento que se repete no dia 13 de cada mês.

Os missionários não podem entrar como tais, mas sob outros títulos, tais como professores, e assim por diante. Nas relações diplomáticas com a Santa Sé, somente no dia 18 de junho de 2011 o Papa Bento XVI nomeou o arcebispo Leopoldo Girelli o seu núncio apostólico não residente para o Vietnã. Fiquei principalmente na diocese de Xuan Loc, criada 50 anos atrás e onde é bispo auxiliar e reitor do Seminário inter-diocesano Mons. José Dinh Duc Dao, com quem trabalhei durante anos na atividade de animação missionária em Roma.

I-ne-Khu (Inácio) foi o primeiro missionário que, em 1533, pregou o Evangelho na província de Nam Dinh (Tonkin), imediatamente atingido por um decreto de proscrição. Oficialmente, a Igreja vietnamita nasceu no domingo de Páscoa em 1615, quando dois jesuítas, o napolitano Francisco Buzzoni e o Português Diego Carvalho, desembarcaram em Tourane (Cochin China) e celebraram a Missa com um grupo de cristãos japoneses exilados do seu país. Em 1626 outros jesuítas chegaram em Hanói e começaram a evangelização de Tonkin.

O verdadeiro fundador da Igreja vietnamita foi o jesuíta francês Alexandre de Rhodes, que chegou em Hue em 1625. Em 1630 foi expulso, mas estabeleceu-se em Macau mantendo os contatos com os catequistas vietnamitas. A genialidade de Rhodes foi a transcrição dos sons da língua falada com as letras do alfabeto latino, em vez de caracteres chineses e a iniciativa de evangelizar os vietnamitas por meio dos vietnamitas, fundando a Congregação dos Catequistas.

Apesar da proibição da difusão do cristianismo, a Igreja continuou a crescer, embora em segredo. Em 1659 foram estabelecidos o Vicariato Apostólico de Tonkin e Cochinchina; em 1670 foi realizado o primeiro sínodo de bispos do Vietnã em Nam Din. Durante o século XIX os cristãos foram cruelmente perseguidos. Em 1933 ele foi eleito o primeiro bispo vietnamita de nascimento.

Com a retirada definitiva da França do país o Vietnã foi dividido em duas partes: o norte sob influência comunista e o sul sob o Ocidente. Os cristãos fugiram em massa para o sul; emigraram paróquias inteiras e dioceses inteiras com os seus bispos, enquanto o regime comunista expulsou todos os missionários estrangeiros, fechou os seminários e nacionalizou as escolas. Em 1976, o Vietnã foi reunificado sob o regime comunista.

A história da Igreja no Vietnã está cheia de mártires: cerca de 130 mil, desde começo até hoje. 118 deles foram elevados à honra dos altares. Como sempre, o sangue dos mártires é semente de cristãos no Vietnã e, especialmente das vocações para o sacerdócio. Existem oito seminários regionais que formam mais de 11 mil seminaristas que, por ordem governativa, podem começar os estudos filosóficos e teológicos só depois de ter conseguido um diploma universitário. Hoje existem no Vietnã 44 dioceses, 4.050 sacerdotes, 1.424 religiosos, 3.946 seminaristas, 56.593 catequista com um total de 6.400.567 de católicos em uma população de 89.029.559 habitantes (dados de 2011).

Estive em Saigon – Ho Chi Min, viajei por regiões inteiras. Em Saigon me encontrei com o cardeal arcebispo emérito, em seguida, o bispo de Ba Ria e aquele de Xuan Loc; conversei com várias congregações religiosas; aos 350 seminaristas em Xuan dei cópia da pintura de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e distribuí duzentos rosários; No domingo, 10, participei de uma solene concelebração presidida pelo Mons. Dao com mais de cinqüenta confirmações e o começo dos preparativos para o batismo de tantos jovens; encontrei-me com as crianças da escola materna administrada pelas Irmãs Amantes da Cruz, a mais antiga Congregação religiosa presente no Vietnã.

Onde quer que seja uma fé serena e comprometida, uma oração muito doce, uma veneração comovente a Maria e uma descoberta para mim, uma grande devoção à São José, padroeiro da Igreja vietnamita. Um exemplo para todos os cristãos do mundo!”

Pe. Giuseppe Buono, PIME

São Maximiliano Maria Kolbe, mártir da caridade

Fonte: Canção Nova

Celebramos a santidade de vida daquele que enriqueceu o mundo e a Igreja ao tornar-se apóstolo pela imprensa, cavaleiro da Imaculada Virgem Maria e mártir da caridade. Raimundo Kolbe nasceu em 1894, na Polônia, numa família operária que o introduziu no seguimento de Cristo e, mais tarde, ajudou-o entrar para a família franciscana, onde tomou o nome de Maximiliano Maria.
Ao ser mandado para terminar sua formação em Roma, Maximiliano, inspirado pelo seu desejo de conquistar o mundo inteiro a Cristo por meio de Maria Imaculada, fundou o movimento de apostolado mariano chamado ‘Milícia da Imaculada’. Como sacerdote foi professor, mas em busca de ensinar o caminho da salvação, empenhou-se no apostolado através da imprensa e pôde, assim, evangelizar em muitos países, isto sempre na obediência às autoridades, tanto assim que deixou o fecundo trabalho no Japão para assumir a direção de um grande convento franciscano na Polônia.
Com o início da Segunda Grande Guerra Mundial, a Polônia foi tomada por nazistas e, com isto, Frei Maximiliano foi preso duas vezes, sendo que a prisão definitiva, ocorrida em 1941, levou-o para Varsóvia, e posteriormente, para o campo de concentração em Auschwitz, onde no campo de extermínio heroicamente evangelizou com a vida e morte. Aconteceu que diante da fuga de um prisioneiro, dez pagariam com a morte, sendo que um, desesperadamente, caiu em prantos:
“Minha mulher, meus filhinhos! Não os tornarei a ver!”. Movido pelo amor que vence a morte, São Maximiliano Maria Kolbe dirigiu-se ao Oficial com a decisão própria de um mártir da caridade, ou seja, substituir o pai de família e ajudar a morrer os outros nove e, foi aceita, pois se identificou: “Sou um Padre Católico”.
A 10 de Outubro de 1982, o Papa João Paulo II canonizou este seu compatriota, já beatificado por Paulo VI em 1971.
São Maximiliano Maria Kolbe, rogai por nós!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Fonte: Aleteia
O Papa Francisco concedeu uma entrevista à revista argentina Viva, publicada no dia 27 de julho, em que deixou para os leitores algumas dicas preciosas para ajudar na busca da felicidade. Eis os 10 conselhos do Papa:
1) Viver e deixar viver, primeiro passo para a felicidade
"Aqui os romanos têm um ditado e podemos levá-lo em consideração para explicar a fórmula que diz: 'Vá em frente e deixe as pessoas irem junto'." Viva e deixe viver é o primeiro passo da paz e da felicidade.
2) Doar-se aos outros para não deixar o coração dormindo
"Se alguém fica estagnado, corre o risco de ser egoísta. E água parada é a primeira a ser corrompida."
3) Mover-se com humildade, com benevolência entre as pessoas e as situações
O Papa usa o termo “remansadamente”, de um clássico da literatura argentina. "No [romance] 'Dom Segundo Sombra' há uma coisa muito linda, de alguém que relê a sua vida. Diz que em jovem era uma corrente rochosa que levava tudo à frente; quando adulto era um rio que andava para a frente e que na velhice se sentia em movimento, mas remansado. Eu utilizaria esta imagem do poeta e romancista Ricardo Guiraldes, este último adjetivo, remansado. A capacidade de se mover com benevolência e humildade, o remanso da vida. Os anciãos têm essa sabedoria, são a memória de um povo. E um povo que não se importa com os mais velhos não tem futuro."
4) Preservar o tempo livre como uma sadia cultura do ócio
“O consumismo levou-nos a essa ansiedade de perder a sã cultura do ócio, desfrutar a leitura, a arte e as brincadeiras com as crianças. Agora confesso pouco, mas em Buenos Aires confessava muito e quando via uma mãe jovem perguntava: Quantos filhos tens? Brincas com os teus filhos? E era uma pergunta que não se esperava, mas eu dizia que brincar com as crianças é a chave, é uma cultura sã. É difícil, os pais vão trabalhar e voltam às vezes quando os filhos já dormem. É difícil, mas há que fazê-lo".
5) O domingo é para a família
"Um outro dia, em Campobasso (Itália), fui a uma reunião entre o mundo universitário e mundo trabalhador, todos reclamavam que o domingo não era para trabalhar. O domingo é para a família".
6) Ajudar de forma criativa os jovens a conseguir um emprego digno
"Temos de ser criativos com este desafio. Se faltam oportunidades, caem na droga. E é muito elevado o índice de suicídios entre os jovens sem trabalho. Outro dia li, mas não me fio porque não é um dado científico, que havia 75 milhões de jovens com menos 25 anos desempregados. Não basta dar-lhes comer, há que inventar cursos de um ano de canalizador, electricista, costureiro. A dignidade de levar o pão para casa".
7) Cuidar da natureza, amar a criação
"Há que cuidar da criação e não o estamos fazendo isso. É um dos maiores desafios que temos.”
8) Esquecer-se rapidamente do negativo que afeta a vida
“A necessidade de falar mal de alguém indica uma baixa auto-estima. É como dizer ‘sinto-me tão em baixo que em vez de subir baixo o outro’. Esquecer-se rapidamente do negativo é muito mais saudável”.
9) Respeitar o pensamento dos outros
“Podemos inquietar o outro com o testemunho para que ambos progridam com essa comunicação, mas a pior coisa que se pode fazer é o proselitismo religioso, que paralisa: ‘Eu dialogo contigo para te convencer'. Não. Cada um dialoga sobre a sua identidade. A Igreja cresce por atração, não por proselitismo".
10) Buscar a paz é um compromisso
"Vivemos uma época de muitas guerras. Na África parecem guerras tribais, mas são algo mais. A guerra destrói. E o clamor pela paz é preciso ser gritado. A paz, às vezes, dá a ideia de quietude, mas nunca é quietude, é sempre uma paz ativa".

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Devemos consagrar nossa família à Virgem Maria

Blog Felipe de Aquino

Nossa Senhora é Mãe da Igreja e de cada um de nós. Ela recebeu de Jesus aos pés da Cruz, cada cristão como filho. Mas, sobretudo ela é mãe protetora das famílias, pois cuidou da Sagrada família de Nazaré.

Ninguém como a Virgem Maria sabe consolar as mães sofredoras, as mulheres abandonadas e traídas, os pais angustiados com os problemas de seus filhos.
A Igreja ensina que a família é a célula vital da sociedade, desejada e idealizada por Deus para ser o “Santuário da Vida”, como disse João Paulo II; mas hoje a família está imensamente ameaçada por um conjunto de práticas imorais que contrariam a vontade e a lei de Deus: aborto, eutanásia, drogas, bebidas, manipulação de embriões humanos, casamento de pessoas do mesmo sexo, falsas famílias, divórcio, uniões sem matrimônio, “amor livre”, e muitos outros males. Quem salvará a família de tantas misérias e tristezas? A Virgem Maria.
Mais do que nunca hoje os pais precisam, diariamente, consagrar-se a Maria; bem como consagrar seus filhos, seu casamento, seu trabalho, seu lar. São muitas as misérias que hoje entram no lar trazendo o pecado, os maus comportamentos, os vícios, a pornografia, etc. Maria é Aquela que, desde os primórdios, recebeu de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça de Satanás. Ela é a consoladora dos aflitos, auxiliadora dos cristãos, advogada nossa.
O lar precisa urgentemente ser protegido por Aquela que Deus escolheu para sua Mãe. Cada família cristã precisa hoje rezar o sagrado Terço de Nossa Senhora contemplando com devoção os sagrados mistérios da vida de Jesus. “Família que reza unida permanece unida”; é o antigo ensinamento da Igreja. O Terço de Nossa Senhora é a corrente com a qual ela prende o espírito do mal que quer destruir as famílias.
O Papa Leão XIII disse na encíclica “Magnae Dei Matris” (8 de dezembro de 1892): “Maria, muito melhor que qualquer outra mãe, conhece e vê os socorros de que necessitamos para viver, os perigos públicos e particulares que nos ameaçam, as angústias e males que nos oprimem, e, sobretudo, a luta encarniçada que havemos de sustentar com os inimigos da salvação. Nestas e noutras dificuldades da vida, melhor do que ninguém, pode ela generosamente e deseja ardentemente proporcionar a seus filhos queridos consolação, força e toda espécie de auxílios”.
O Concílio Vaticano II quando falou da maternidade espiritual de Maria, disse: “Por sua maternal caridade cuida dos irmãos de seu Filho, que peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à feliz pátria (LG, n. 61).
Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, em seu clássico “Glórias de Maria”, afirma: “Deus quer que pelas mãos de Maria nos cheguem todas as graças… A ninguém isso pareça contrário à sã teologia. Pois Santo Agostinho, autor dessa proposição, estabelece como sentença, geralmente aceita, que Maria tem cooperado por sua caridade para o nascimento espiritual de todos os membros da Igreja”.
Muitos santos falaram dessa mediação de Maria junto a Deus. São Bernardo, doutor da Igreja, assim diz: “Tal é a vontade de Deus que quis que tenhamos tudo por Maria. Se, portanto, temos alguma esperança, alguma graça, algum dom salutar, saibamos que isto nos vem por suas mãos”.
São Bernardino de Sena, disse: “Todos os dons virtudes e graças do Espírito Santo são distribuídos pelas mãos de Maria, a quem ela quer, quando quer, como quer, e quanto quer”. São Boaventura (1218-1274), bispo e doutor da Igreja, ensinou que: “Deus depositou a plenitude de todo o bem em Maria, para que nisto conhecêssemos que tudo que temos de esperança, graça e salvação, dela deriva até nós”.
São Roberto Belarmino (1542-1621), bispo e doutor da Igreja, nos ensinou que: “Todos os dons, todas as graças espirituais que por Cristo, como cabeça, descem para o corpo, passam por Maria que é como o colo desse corpo místico”.
Há muitas maneiras da família se consagrar a Nossa Senhora e viver debaixo de sua proteção. São Luiz de Montfort, no seu “Tratado da verdadeira devoção a Virgem Maria”, nos ensina a “fazer tudo por Maria, com Maria, em Maria e para Maria”.
A família consagrada a Maria não deixa de rezar o Terço, de imitar suas virtudes, de implorar sua proteção, de celebrar suas festas litúrgicas, de cultuar suas imagens e de cumprir o que ela pediu: “Fazei tudo que Ele vos disser”.