segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Feliz Ano Novo

Prof. Felipe de Aquino
Fonte: Cleofas
Ser Feliz é cultivar a alegria que vem da fé e confiança em Deus; superando todo pessimismo, mau humor, tristeza e reclamação.”
Gostamos de desejar às pessoas um “Feliz Ano Novo”; há até uma música que diz “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”. Mas será isso possível? Será tão fácil ser feliz? Será possível trezentos e sessenta e cinco dias sem lutas, lágrimas, decepções…? É claro que não.
Na verdade, quando desejamos aos parentes, amigos e conhecidos, um “Feliz Ano Novo”, desejamos que tenham um Ano de muita fé, de muitas bênçãos de Deus, livres dos males do corpo e da alma, mesmo que as adversidades da vida continuem. Não podemos nos enganar, a vida na terra é uma vida em paróquia (exílio), ainda longe da pátria de felicidade eterna onde não existe choro e lágrimas.
Ter um Ano Novo Feliz é estar preparado para vivê-lo com paz, serenidade, com uma consciência tranquila diante do dever cumprido, do sofrimento superado com fé, da amizade dada gratuitamente e do bem praticado sem olhar a quem.
Ter um “Feliz Ano Novo” é confiar no Senhor que “tem os olhos sobre os que o amam e procuram a todo instante”, e não esquecer as palavras sagradas: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará” (Sl 22,1).
“O Senhor é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei”? (Sl 26,1).
“O anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem, e os salva”. “São numerosas as tribulações dos justos, mas de todas as livra o Senhor“. “Entrega o teu destino ao Senhor ele cuidará de vós” (Sl 33).
Ainda mais, ter um “Feliz Ano Novo” é lembrar o conselho da grande doutora da Igreja da Espanha, Santa Teresa de Ávila: “Nada te perturbe; nada te apavore; tudo passa; apenas Deus não muda; quem tem Deus no coração nada lhe falta”.
E mais que tudo, jamais se esquecer do convite do Senhor que nos diz: “Vinde a mim vós todos que estais atribulados e eu vos aliviarei” (Mt 11,28).
Ter um Ano Feliz é não se esquecer de que a felicidade verdadeira, que não se esvai, é aquela que colhemos na ajuda ao outro, pois “fazer o bem faz bem”. Ter um Ano Feliz é não pensar que a felicidade vem do vício, da malandragem, de “passar os outros para trás”, de viver no pecado. Ser Feliz é buscar a felicidade que se esconde no bojo da virtude: amor, bondade, mansidão, compaixão, desprendimento, pureza, perdão, humildade, temperança, diligência, etc. “Eu vim não para ser servido, mas para servir”! (Mc 10,42).
Para ser Feliz em 2014 será preciso viver com os pés na terra e coração no céu, lembrando-se de que somos filhos amados de Deus; herdeiros do céu, participantes, como dizia Paulo VI, do banquete da vida.
Ser Feliz no Ano Novo é cultivar a alegria que vem da fé e confiança em Deus; superando todo pessimismo, mau humor, tristeza e reclamação.
Para ser Feliz em 2014 será preciso decidir viver uma vida de oração, sem deixar de rezar jamais, assim será possível vencer cada tribulação dos doze meses. A Eucaristia deverá ser o Pão que sustenta nossa fraqueza humana e nos cura dos males.
Pierre Auguste, um grande pintor francês, sofria de artrite, o que lhe causava dores profundas nas mãos. Um artista amigo, vendo-o pintar assim mesmo, então, lhe perguntou porque ele continuava a pintura assim mesmo. O grande pintor respondeu: “A dor passa, mas a beleza permanece.”
Precisamos estar dispostos a pagar o preço pelo bem e pela beleza que permanece. Sem sacrifício não pode haver um Ano Feliz.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

2013. E agora, José?

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA
Fonte: CNBB
A expressão é de um conhecido poema de Carlos Drummond de Andrade, mas a mesma pergunta pode ser feita ao José de Nazaré ou a tantos "Josés", presentes dentro de nós e em torno a nós. Depois do Natal e das festas que correm, o que fazer da vida e como aproveitar as muitas lições do ano que termina? Se o cenário do Natal é carregado de ensinamentos, pedimos hoje licença às outras figuras nele presentes, para contemplar, de modo especial, o homem a quem foi confiada a guarda da Sagrada Família, inspirados por palavras de fogo e simplicidade pronunciadas pelo Papa Francisco, quando começou seu ministério de Sucessor de Pedro:
"Como vive São José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projeto dele que ao seu. Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito. E José é "guardião", porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação! Entretanto a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Gênesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus" (Homilia do Papa Francisco - Praça de São Pedro - Terça-feira, 19 de março de 2013, Solenidade de São José).
E agora? O que fazer do ano que está para começar? O primeiro passo é reconhecer que o tempo e as capacidades foram dadas de presente. Deus não precisa fazer previsões, mas oferece um momento depois do outro, com calma, até para permitir-nos curtir cada dia sua riqueza e possibilidades para a nossa felicidade. E sabemos que se o Senhor não construir a casa, em vão trabalham os que a edificam (Cf. Sl 126, 1). Para isso, o ano há de ser preenchido com escuta e fidelidade à Palavra de Deus e discernimento dos sinais que ele envia, sabedoria para colher as lições de cada acontecimento. Cada fato alegre ou triste é carregado de sentido e de apelos de Deus.
O José que está dentro de cada um de nós há de escolher, para ser feliz, a missão de guardião ou guardiã. Faz bem e realiza a existência de uma pessoa quando esta assume responsabilidades, olhando ao redor, para descobrir o bem a ser feito. O guardião toma iniciativa para praticar o bem, começa em si mesmo a mudança do mundo e não deixa qualquer pessoa ou situação sem a marca de sua presença. A sujeira da rua, o trânsito, as plantas e, mais ainda, as pessoas, são de nossa responsabilidade. Todas as oportunidades sejam aproveitadas para fazer o bem e construir um mundo melhor.
São José guardou a Sagrada Família. Uma bela proposta para o ano novo, olhando para seus exemplos e contando com sua intercessão, é trabalhar por valores que alguns consideram tradicionais no sentido negativo. Recordo-me de uma belíssima canção do Padre Zezinho: "Agora falam do desquite e do divórcio, o amor virou consórcio, compromisso de ninguém. E há tantos filhos que bem mais do que um palácio gostariam de um abraço e do carinho entre seus pais. Se os pais se amassem, o divórcio não viria, chamam a isso de utopia, eu a isso chamo paz". Volto ao Papa Francisco: "É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais". Faço um apelo a valores tradicionais, no sentido bem positivo e provocante. Trata-se de uma campanha pela família e pelo matrimônio, justamente no ano em que acontecerá um Sínodo Extraordinário dos Bispos sobre a Família e a Nova Evangelização. Redescobrir na família os valores da fidelidade, da fecundidade e da intimidade, tudo fecundado por uma vida de oração e comunhão com a Igreja.
Nossa vida é tecida por relacionamentos com as outras pessoas. Quanta gente nova entrou com tudo em nosso coração no ano que termina! Com São José aprendamos a "viver com sinceridade as amizades, que são um guardar-se mutuamente na intimidade, no respeito e no bem". No ano que vai começar, cultivar o trato de pessoa por pessoa, aprofundar as amizades verdadeiras, alegrar-se com elas. Mais dos que as listas existentes em nossos aparelhos, que constituem comunidades virtuais, trazer estes nomes para a realidade concreta, visitar, ajudar, ouvir, manifestar ternura e misericórdia. Se cada pessoa for ao encontro, pelo menos uma vez no ano, de cada um de seus contatos de lista, muito teremos feito para um mundo mais fraterno e justo. Haverá mais gente feliz!
Como bom programa do tempo novo que é dado por Deus, "cada qual veja bem como está construindo. De fato, ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que já está colocado: Jesus Cristo. Se então alguém edificar sobre esse alicerce com ouro, prata, pedras preciosas ou com madeira, feno, palha, a obra de cada um acabará sendo conhecida: o Dia a manifestará, pois ele se revela pelo fogo, e o fogo mostrará a qualidade da obra de cada um. Aquele cuja construção resistir ganhará o prêmio; aquele cuja obra for destruída perderá o prêmio – mas ele mesmo será salvo, como que através do fogo (1 Cor 3, 10-13).

10 conselhos do Papa Francisco aos jovens

Fonte: Canção Nova
Por Daniel Machado
produtor do Destrave 
Garimpamos, nos discursos do Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, dicas importantes para viver bem a juventude em nossos dias, assim como os desafios reservados para a nossa geração na construção de um mundo mais justo, fraterno e solidário. Os temas não possuem importância hierárquica, trata-se apenas de tópicos que nos ajudam a entender melhor a mensagem de nosso querido pastor aos jovens de todo o mundo.
1) Ter um coração jovem sempre: “Vós tendes uma parte importante na festa da fé! Vós nos trazeis a alegria da fé e nos dizeis que devemos vivê-la com um coração jovem sempre: um coração jovem, mesmo aos setenta, oitenta anos! Coração jovem! Com Cristo o coração não envelhece nunca!” (Homilia de Domingo de Ramos 24/03/2013 – Dia da Juventude)
2) Ir contra a corrente: “Sim, jovens, ouvistes bem: ir contra a corrente. Isso fortalece o coração, já que “ir contra a corrente” requer coragem, e o Senhor nos dá essa coragem. Não há dificuldades, tribulações, incompreensões que possam nos meter medo se permanecermos unidos a Deus como os ramos estão unidos à videira, se não perdermos a amizade d’Ele, se lhe dermos cada vez mais espaço na nossa vida” (Santa Missa dos crismandos em Roma – 28 de abril de 2013)
3) Apostar em grandes ideais: “Não enterrem os talentos! Apostem em grandes ideais, aqueles que alargam o coração, aqueles ideais de serviço que tornam fecundos os vossos talentos. A vida não é dada para que a conservemos para nós mesmos, mas para que a doemos. Queridos jovens, tenham uma grande alma! Não tenham medo de sonhar com coisas grandes!” (Catequese do dia 24/04/2013)
4) Estar com Deus em silêncio: “Aprendam a permanecer em silêncio diante d’Ele, a ler e meditar a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a dialogar com Ele, todos os dias, para sentir a Sua presença de amizade e de amor”. (Mensagem aos jovens reunidos para a “Sexta Jornada dos Jovens” da Lituânia 28-30 de junho)
5) Rezar o Rosário: “Gostaria de destacar a beleza de uma oração contemplativa simples, acessível a todos, grandes e pequenos, cultos e pouco instruídos: a oração do Santo Rosário. O Rosário é um instrumento eficaz para nos ajudar a nos abrirmos a Deus, porque nos ajuda a vencer o egoísmo e a levar a paz aos corações, às famílias, à sociedade e ao mundo.” (Mensagem aos jovens reunidos para a “Sexta Jornada dos Jovens” da Lituânia 28-30 de junho)
6) Fazer barulho: “Aqui, no Rio, farão barulho, farão certamente. Mas eu quero que se façam ouvir também, nas dioceses, quero que saiam, quero que a Igreja saia pelas estradas, quero que nos defendamos de tudo o que é mundanismo, imobilismo, nos defendamos do que é comodidade, do que é clericalismo, de tudo aquilo que é viver fechados em nós mesmos” (Discurso aos Jovens argentinos durante a JMJ Rio 2013)
7) Aproximar-se da cruz de Cristo: “Queridos amigos, a Cruz de Cristo nos ensina a sermos como o Cireneu, aquele que ajuda Jesus a levar o madeiro pesado, como Maria e as outras mulheres, que não tiveram medo de acompanhar Jesus até o fim, com amor, com ternura. E você, como é? Como Pilatos, como o Cireneu, como Maria?” (Discurso aos Jovens durante a Via-sacra, em Copacabana, durante a JMJ Rio 2013)
8) Ser protagonista das mudança: “Através de vocês,entra o futuro no mundo. Também a vocês, eu peço para serem protagonistas desta mudança. Peço-lhes para serem construtores do mundo, trabalharem por um mundo melhor. Queridos jovens, por favor, não ‘olhem da sacada’ a vida, entrem nela. Jesus não ficou na sacada, Ele mergulhou… ‘Não olhem da sacada’ a vida, mergulhem nela como fez Jesus”. (Discurso na Vigília de Oração, na praia de Copacabana, durante a JMJ Rio 2013)
9) Servir sem medo: “Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da Sua misericórdia e do Seu amor”. (Homilia da Missa de encerramento da JMJ Rio 2013)
10) Ser revolucionário: “Na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é ‘curtir’ o momento, que não vale a pena se comprometer por toda a vida, fazer escolhas definitivas “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Nisso peço que se rebelem: que se rebelem contra a cultura do provisório, a qual, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de ‘ir contra a corrente’. E também tenham a coragem de ser felizes!” (Discurso aos voluntários da JMJ Rio 2013)

São João Evangelista - 27 de dezembro

O nome deste evangelista significa: “Deus é misericordioso”: uma profecia que foi se cumprindo na vida do mais jovem dos apóstolos. Filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, ele também era pescador, como Pedro e André; nasceu em Betsaida e ocupou um lugar de primeiro plano entre os apóstolos.

Jesus teve tal predileção por João que este assinalava-se como “o discípulo que Jesus amava”. O apóstolo São João foi quem, na Santa Ceia, reclinou a cabeça sobre o peito do Mestre e, foi também a João, que se encontrava ao pé da Cruz ao lado da Virgem Santíssima, que Jesus disse: “Filho, eis aí a tua mãe” e, olhando para Maria disse: “Mulher, eis aí o teu filho”. (Jo 19,26s).
Quando Jesus se transfigurou, foi João, juntamente com Pedro e Tiago, que estava lá. João é sempre o homem da elevação espiritual, mas não era fantasioso e delicado, tanto que Jesus chamou a ele e a seu irmão Tiago de Boanerges, que significa “filho do trovão”.
João esteve desterrado em Patmos, por ter dado testemunho de Jesus. Deve ter isto acontecido durante a perseguição de Domiciano (81-96 dC). O sucessor deste, o benigno e já quase ancião Nerva (96-98), concedeu anistia geral; em virtude dela pôde João voltar a Éfeso (centro de sua atividade apostólica durante muito tempo, conhecida atualmente como Turquia). Lá o coloca a tradição cristã da primeiríssima hora, cujo valor histórico é irrecusável.
O Apocalipse e as três cartas de João testemunham igualmente que o autor vivia na Ásia e lá gozava de extraordinária autoridade. E não era para menos. Em nenhuma outra parte do mundo, nem sequer em Roma, havia já apóstolos que sobrevivessem. E é de imaginar a veneração que tinham os cristãos dos fins do século I por aquele ancião, que tinha ouvido falar o Senhor Jesus, e O tinha visto com os próprios olhos, e Lhe tinha tocado com as próprias mãos, e O tinha contemplado na sua vida terrena e depois de ressuscitado, e presenciara a sua Ascensão aos céus. Por isso, o valor dos seus ensinamentos e o peso de das suas afirmações não podiam deixar de ser excepcionais e mesmo únicos.
Dele dependem (na sua doutrina, na sua espiritualidade e na suave unção cristocêntrica dos escritos) os Santos Padres daquela primeira geração pós-apostólica que com ele trataram pessoalmente ou se formaram na fé cristã com os que tinham vivido com ele, como S. Pápias de Hierápole, S. Policarpo de Esmirna, Santo Inácio de Antioquia e Santo Ireneu de Lião. E são estas precisamente as fontes donde vêm as melhores informações que a Tradição nos transmitiu acerca desta última etapa da vida do apóstolo.
São João, já como um ancião, depara-se com uma terrível situação para a Igreja, Esposa de Cristo: perseguições individuais por parte de Nero e perseguições para toda a Igreja por parte de seu sucessor, o Imperador Domiciano.
Além destas perseguições, ainda havia o cúmulo de heresias que desentranhava o movimento religioso gnóstico, nascido e propagado fora e dentro da Igreja, procurando corroer a essência mesma do Cristianismo.
Nesta situação, Deus concede ao único sobrevivente dos que conviveram com o Mestre, a missão de ser o pilar básico da sua Igreja naquela hora terrível. E assim o foi. Para aquela hora, e para as gerações futuras também. Com a sua pregação e os seus escritos ficava assegurado o porvir glorioso da Igreja, entrevisto por ele nas suas visões de Patmos e cantado em seguida no Apocalipse.
Completada a sua obra, o santo evangelista morreu quase centenário, sem que nós saibamos a data exata. Foi no fim do primeiro século ou, quando muito, nos princípios do segundo, em tempo de Trajano (98-117 dC).
Três são as obras saídas da sua pena incluídas no cânone do Novo Testamento: o quarto Evangelho, o Apocalipse e as três cartas que têm o seu nome.

São João Evangelista, rogai por nós!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Nossa Senhora do Ó - 18 de dezembro

“O mistério do evangelho é a conceição do verbo no ventre virginal de Maria Santíssima;  o título da festa é a expectação do parto e desejos da mesma Senhora, de baixo do nome do Ó, e porque o Ó é um circulo, e o ventre virginal outro círculo...” (Pe. Antônio Vieira)

Quando lemos nas escrituras que: “Maria guardava todas as coisas em seu coração” entendemos que a palavra de Deus encontrou eco, desde sempre, no Imaculado Coração de Maria.
O sim de Maria encheu o Céu de Júbilo, o coração de Deus transbordou de alegria, pois a criação teria uma nova e definitiva oportunidade e conforme Santo Agostinho: “Eva chorou, Maria exultou. A mãe de nossa raça nos trouxe a tristeza; a mãe de Deus a alegria.”
O cotidiano de Maria em nada mudou com a encarnação do Verbo, seus dias foram marcados pelo trabalho silencioso, os afazeres domésticos enchiam o tempo de Nossa Senhora.
Nos momentos de folga, tecia as mantas do enxoval, bordava os modestos cueiros e em cada ponto divagava em seus pensamentos e exclamava conforme nos relata Pe. Antônio Vieira “os desejos da Virgem Santíssima, que todos eram Oh! Quando chegará aquele dia! Oh! Quando chegará aquela ditosa hora, em que veja com meus olhos e em meus braços ao filho de Deus e meu! Oh! Quando... Estes desejos da Senhora começaram na concepção e acabaram no parto.”
Segundo alguns autores, a denominação de Nossa Senhora do Ó deriva de ser a letra “O” símbolo de imortalidade e, portanto de Deus, de quem Maria é mãe.
A festa da Expectação do parto da Ssma. Virgem foi instituída por Santo Ildefonso, Bispo de Toledo, e tinha como objetivo lembrar as alegrias de Maria, em sua doce espera.
“As antífonas do Ó”
Desde o dia 17 de dezembro até o dia 23 do mesmo mês, antes e depois da recitação do Magnificat na oração das vésperas, são cantadas sete antífonas, uma por dia.
Todas começam por uma invocação a Jesus, que, no entanto nunca é chamado pelo nome, e todas incluem o apelo Vinde.
Todas estas antífonas são inspiradas pelos textos do Antigo Testamento que anunciam o Messias e tem suas origens por volta do ano 600.
Desde a primeira até a última, Jesus é invocado como sabedoria, Senhor, Raiz, Chave, Estrela, Rei e Emanuel. Ex: 17 de dezembro. Ó sabedoria que procede da boca do altíssimo, vós estendei-vos até os confins da terra e tudo dispondes com a fortaleza e benignidade.
-Vinde ensinar-nos o caminho da sabedoria.
O culto e a devoção a Nossa Senhora da Expectação ou do Ó, veio para o Brasil com os portugueses e aqui a devoção popularizou-se com a freguesia de Nossa Senhora Do Ó em São Paulo.
Geralmente a imagem de Nossa Senhora da Expectação ou do Ó, representa a Virgem Maria com seu ventre sagrado desenvolvido, tendo as mãos sobre o peito, e no ventre encontramos as inscrições J.H.S.
O mais importante, para nós, é lembrar que os Ós de Maria estavam carregados da certeza de estar trazendo em seu ventre, a esperança de um povo.
Ó! Doce certeza, em um mundo de tantas incertezas.
Ó! Feliz, sempre Virgem Maria.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Vangelis Hymne - EnCantos de Natal



Um dos belos momentos do Recital EnCantos de Natal, ocorrido ontem em nossa igreja, com a participação do coro São Francisco e Santa Clara, do coro jovem, Irmão Sol e Irmã Lua, ambos de nossa comunidade, cantores e instrumentistas convidados, sob a regência de Luiz Henrique Ferreira Machado

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A verdadeira devoção à Nossa Senhora

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados (MS)
Há alguns anos, o Pe. Zezinho recebeu, de um ex-católico, uma longa carta, que foi assim resumida por ele: «Maria não pode nada. Menos ainda as imagens dela, que vocês adoram. Sua igreja continua idólatra. Já fui católico e, hoje, sou feliz porque só creio em Jesus. Você, com suas canções, é o maior propagador, da idolatria mariana. Converta-se enquanto é tempo se não quiser ir para o inferno!». Pensando que a resposta do Pe. Zezinho conserva ainda hoje a sua validade, resolvi transformá-la no meu artigo semanal.
«Sua carta chega a ser cruel. Em quatro páginas, você consegue mostrar o que um verdadeiro evangélico não pode ser. Seus irmãos mais instruídos na fé sentiriam vergonha de ler o que você disse em sua carta contra nós, católicos, e contra Maria, a mãe do Cristo que você diz conhecer mais do que eu.
O irônico de tudo isso é que, enquanto você sai por aí agredindo a mãe de Jesus e diminuindo o papel dela no cristianismo, um número enorme de evangélicos fala dela com o maior carinho e começa a compreender a devoção dos católicos por ela. Você pegou o bonde atrasado e na hora errada, e deve ter ouvido os pastores errados, porque, entre os evangélicos, tanto como entre nós, católicos, Maria é vista como a primeira cristã e a figura mais expressiva da evangelização depois de Jesus. Eles sabem da presença firme e fiel de Maria ao lado do Filho divino.
Evangélico é quem pauta sua vida pelos evangelhos e, para ser um bom evangélico, não precisa agredir os católicos e a mãe de Jesus. Você é muito mais antimariano do que cristão ou evangélico. Seu negócio é agredir Maria e os católicos. Nem os bons evangélicos querem gente como você no meio deles.
Quanto ao que você afirma: que nós adoramos Maria, sinto pena de você. Quando católico, segundo você afirma, já não sabia quase nada de Bíblia por culpa da nossa igreja; agora que virou evangélico, parece que sabe menos ainda de Bíblia, de Jesus, de Deus e do reino dos céus. Você regrediu. Está confundindo culto de veneração com culto de adoração, está caluniando quem tem imagens de Maria em casa, ao acusá-lo de idólatra. Ora, há milhões de católicos que usam das imagens e sinais do catolicismo de maneira serena e inteligente. Se você usava errado, teria que Ao invés disso, foi para outra igreja aprender a decidir quem vai para o céu e quem vai para o inferno. Tornou-se juiz da fé dos outros. Deu um salto gigantesco em seis meses; de católico tornou-se evangélico, pregador de sua igreja e já se coloca como a quarta pessoa da Santíssima Trindade, porque está decidindo quem vai para o céu e quem vai para o inferno.
Sua carta é pretensiosa. Sugiro que estude mais evangelismo e, em poucos anos, estará escrevendo cartas bem mais fraternas e mais serenas do que esta. Desejo de todo o coração que você encontre bons pastores. Há muitíssimos homens de Deus nas igrejas evangélicas que ensinarão a você como ser um bom cristão e como respeitar a religião dos outros. Isso, você parece que perdeu quando deixou de ser católico. Era um direito que você tinha: procurar sua paz. Mas parece que não a encontrou ainda, a julgar pela agressividade de suas palavras.
Quanto a Maria, nenhum problema. Ela é excelente caminho para Jesus. Até porque, quem está perto de Maria, nunca está longe de Jesus. Ela nunca se afastou dele. Tire isso por você mesmo! Se você se deu ao trabalho de me escrever uma carta para me levar a Jesus, e se acha capaz disso, imagine, então, o poder da mãe de Deus que, ao contrário do que talvez lhe ensinem, não está dormindo! Ou você acha que Jesus até agora não conseguiu levar nem mesmo a mãe dele para o céu? O sangue dele tem ou não tem poder? Não cantam isso na sua nova igreja? De Jesus ela entende mais do que você. Ou, inebriado com a nova fé, você se acha mais capaz do que ela? Se você pode sair por aí escrevendo cartas para aproximar as pessoas de Jesus, Maria pode milhões de vezes mais com sua prece de mãe. Ela já está no céu, e você ainda está aqui apontando o dedo contra os outros e decidindo quem vai ou quem não vai para lá.
Grato por sua carta. Mostrou-me porque devo lutar pela compreensão entre as igrejas. É por causa de gente como você!».

domingo, 8 de dezembro de 2013

Natal com Jesus é Natal

Fonte: Zenit
Pe. Reginal do Manzotti

Não temeis, eis que vos anuncio uma Boa Nova: ... hoje vos nasceu o Salvador que é o Cristo Senhor (Lucas 2, 10 11)

Nos últimos anos, percebemos a necessidade de resgatar, de forma urgente e enfática, o verdadeiro sentido do Natal. Por isso, neste ano, na sua casa, permita que o aniversariante, Jesus Cristo, seja o centro das festividades. E com o tema “Natal com Jesus é Natal”, vamos propor um Natal capaz de despertar na sociedade, os sentimentos de solidariedade e paz.
Para tal, propomos atitudes simples, mas que podem fazer a diferença:
* Valorize o uso da imagem do Menino Jesus e do presépio nas decorações natalinas, tanto em casa, como nas escolas, comércios e demais ambientes.
* Organize-se para fazer a novena de Natal no seu grupo de orações ou círculo bíblico. Prepare uma manjedoura simples, que possa estar a cada dia, no centro da sala com uma vela.
* Incentive a produção de autos de Natal por grupos jovens, nas igrejas, salões paroquiais e praças.
* Promova exposições de presépios dos mais variados tipos e criatividades.
* Na sua comunidade ou capela, deixe ao lado do presépio um cesto e estimule as pessoas a levar um “presente para Jesus”. Isto é, um quilo de alimento, roupas ou brinquedos para serem repassados à pastoral social de sua comunidade.
* Por fim, arrume seu lar: acenda as luzes do AMOR; faça a faxina do PERDÃO; prepare um pinheiro de Natal com lindos enfeites de VIRTUDES; e elabore uma ceia, onde os pratos principais serão a UNIÃO e a PAZ.
Que em 2013, quando José e Maria passarem por nossas casas, na noite de Natal, encontrem portas e corações abertos para acolhê-los.
Com muito carinho, aproveito para desejar a todos um santo e feliz Natal.
Deus abençoe você!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Nossos coroinhas!

Hoje, 1/12/2013, Primeiro domingo do Advento, acolhemos em nossa Paróquia, com grande alegria, nossos novos coroinhas. Que Deus os abençoe nesse belo e importantíssimo serviço que passarão a prestar à Igreja. Que Nossa Senhora esteja com eles, os protegendo e ensinando a amar, cada vez mais, Seu Divino Filho, Jesus. 


São Tarcísio, nosso padroeiro! Ajudai-nos a consagrar nossa vida a Deus. Ensinai-nos a servir Cristo e ao próximo, com firmeza, alegria, fé e dedicação. Pede por nós, ó São Tarcísio! Concede-nos saúde, vontade de viver e coragem para perseverar. Dá-nos disposição de viver como amigos e irmãos. São Tarcísio, coroinha-mártir, desperta em nós um grande amor a Cristo na Eucaristia. Fortalece nossa união e inspira nossos serviços à comunidade. Amém

domingo, 1 de dezembro de 2013

O tempo do Advento nos restitui o horizonte da esperança

Fonte: Zenit

As palavras do papa Francisco durante o Angelus 
Eis as palavras pronunciadas pelo Papa Francisco aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro hoje, 1/12/2013, às 12h00 (hora local), durante a recitação da oração do Angelus. 

Queridos irmãos e irmãs, bom dia! 
Iniciamos hoje, Primeiro Domingo do Advento, um novo ano litúrgico, isso é, um novo caminho do Povo de Deus com Jesus Cristo, o nosso Pastor, que nos guia na história para o cumprimento do Reino de Deus. Por isto, este dia tem um encanto especial, nos faz experimentar um sentimento profundo do sentido da história. Redescobrimos a beleza de estar todos em caminho: a Igreja, com a sua vocação e missão, e toda a humanidade, os povos, as culturas, todos em caminho pelos caminhos do tempo. 
Mas em caminho para onde? Há uma meta comum? E qual é esta meta? O Senhor nos responde através do profeta Isaías, e diz assim: “No fim dos tempos acontecerá/ que o monte da casa do Senhor/ estará colocado à frente das montanhas/ e dominará as colinas./ Para aí correrão todas as gentes,/ e os povos virão em multidão:/ “Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor,/ à casa do Deus de Jacó:/ ele nos ensinará seus caminhos,/ e nós trilharemos as suas veredas”” (2, 2-3). Isto é aquilo que nos diz Isaías sobre a meta para onde vamos. É uma peregrinação universal para uma meta comum, que no Antigo Testamento é Jerusalém, onde surge o templo do Senhor, porque dali, de Jerusalém, veio a revelação da face de Deus e da sua lei. A revelação encontrou em Jesus Cristo o seu cumprimento, e o “templo do Senhor” tornou-se Ele mesmo, o Verbo feito carne: é Ele o guia e junto à meta da nossa peregrinação, da peregrinação de todo o Povo de Deus; e à sua luz também outros povos possam caminhar rumo ao Reino da justiça, rumo ao Reino da paz. Diz ainda o profeta: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra” (2, 4). Permito-me repetir isto que nos diz o Profeta, escutem bem: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra”. Mas quando acontecerá isto? Que belo dia será, no qual as armas serão desmontadas, para se transformar em instrumentos de trabalho! Que belo dia será aquele! Que belo dia será aquele! E isto é possível! Apostemos na esperança, na esperança da paz, e será possível! 
Este caminho não está nunca concluído. Como na vida de cada um de nós, há sempre necessidade de começar de novo, de levantar-se, de reencontrar o sentido da meta da própria existência, assim, para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte comum rumo ao qual somos encaminhados. O horizonte da esperança! Este é o horizonte para fazer um bom caminho. O tempo do Advento, que hoje começamos de novo, nos restitui o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude porque é fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não desilude, simplesmente porque o Senhor não desilude nunca! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos esta beleza. 
O modelo desta atitude espiritual, deste modo de ser e de caminhar na vida é a Virgem Maria. Uma simples moça do campo, que leva no coração toda a esperança de Deus! Em seu ventre, a esperança de Deus tomou carne, fez-se homem, fez-se história: Jesus Cristo. O seu Magnificat é o cântico do Povo de Deus em caminho, e de todos os homens e mulheres que esperam em Deus, no poder da sua misericórdia. Deixemo-nos guiar por ela, que é mãe, é mãe e sabe como guiar-nos. Deixemo-nos guiar por ela neste tempo de espera e de vigilância ativa. 
A todos desejo um bom início de Advento. Bom almoço e até mais! 
(Tradução: CN notícias)